Ainda com timidez subi as escadas daquela linda mansão. Deslumbrante olhava feliz o que iria ser o meu castelo, pensava eu na minha ingénua juventude, mas já com uma vida deslumbrante. Olhei as senhoras em volta olhando-me dos pés à cabeça, assim como para o meu companheiro e amado homem; ele agarrava-me na mão com firmeza, vendo eu, que os seus olhos transbordavam de alegria, quando me perguntava: gostas minha princesa? A casa era linda, como tela de fundo o mar! imenso mar azul a perder de vista. Era só atravessar a estrada e entrava pela praia que me levava até ao meu querido mar azul. Oh! meu amado mar: mar esse meu grande amor que tanto me revelou nas grandes noites vazias onde as suas ondas batiam de leve e de força na alma da minha consciência... mar amado, onde tragas-te com gentileza as minhas mágoas de grande tristeza aquando, a ti te rogava ouvidos para que me ouvisses nas minhas noites de tristeza. Navegante sempre em viagem, como estrada te tenho a ti meu mar amado nas profundas margens da minha consciência...
Na alvorada da vida
Naveguei sobre o teu leito
Era jovem com muita alegria
Abracei as tuas ondas no peito.
Com carinho me sorriste
Ontem hoje e agora
Minha alegria quando triste
Meu amor de toda a hora.
Por ti não passa a velhice
Sempre belo e com vigor
Para mim sempre sorriste
Enches-te de muito amor.
Na alvorada da vida
Sempre retido no meu coração
Navegante na tua alegria
Meu amado mar doce canção.
Retido nas minhas memórias
Nas margens da minha consciência
És o livro das minhas histórias
És minha viagem sem continência.
Atraquei a ti meu navio
Esperando um dia largar as amarras
Repousar em ti oh! doce hino
O canto que escuto de ti atractivo
Meu doce mar, leito das almas.
(Angelina Alves)