A beleza das coisa está mais no que conseguimos, do que naquilo que está à nossa volta. A violação dos códigos de honra, as cedências que somos obrigados a fazer, a desilusão por voltarmos tantas vezes à estaca zero, a hipocrisia com que chefes tratam os seus subordinados, só porque tem o estatuto de chefes, quando na verdade não passam de burros ao quadrado, porque não tem sequer a humildade de assumir um erro e isto por falta de competência para assumirem o seu cargo, como para resolver o seu erro. A injustiça ´e as inverdades da vida sempre me doeram muito.
Há cedências terríveis, mas por vezes necessárias, que nos afastam das nossas verdades simples: mas, há muito mais grandeza numa cedência do que no autoritarismo que apenas serve para vincar as distâncias, mas nunca os valores. Não posso sentir que minha vida fique nublada; não serei nunca prisioneira da incompetência, nem do medo, que sistematicamente é aplicada para mostrar quem manda.
Serei observadora, mas nunca calada: serei atenta, mas nunca arrogante: serei lutadora mas nunca injusta; serei suave mas nunca serei capacho de ninguém. Voarei sempre com a liberdade das borboletas.
Hoje não sei o que me doí!
Apenas quero voar o voo das borboletas...
Quero ser borboleta e voar até ao sol
Tocar as estrelas e mergulhar até ao mar
Quero ser a borboleta e o caracol
Quero voar andar na terra e descansar.
Quero ter a força dos dinossauros
Estar atenta e ter a sabedoria
Suficiente para nunca ser injusta
Quero sentir-me viva
Lavar minha alma nos lagos de água pura.
Sou mulher, ah como a vida doí
Mas a luta é uma constante morrerei
De pé como as árvores, o moinho moí
Mas eu como a borboleta voarei.
Não! não afundarei as minhas verdades
Voarei pelas mais altas montanhas
Aos ventos gritarei as minhas vontades
Justiça até ao desgaste das minhas entranhas.
(Angelina Alves)