Olho a montanha que se perde
Para lá do horizonte longínquo
O prado vasto e verde
Ficou seco, triste, perdido
O dia ficou cinzento
O sol deixou de brilhar
A lua fundiu-se com o vento
Ficou tanta tristeza em cada olhar
Sem sol o dia ficou mais triste
Os vales teimam em ficar
Serenos: folhas secas na dor que existe
Olho o horizonte que se perde no meu olhar
Muito para lá do infinito
Ouço o pranto dos vales que silenciam
A tristeza dos vivos na terra
Que apazigua a dor das aves que criam
Os filhotes e morrem na primavera
Apenas pedaços de palavras
Mastigadas numa grande dor de perca
Como viver - Como viver?
Ah! infinito que te perdes
Para lá do vale perdido
De que forma, com que forças te ergues
Quando te afundas no mar ou num rio?
Vejo pássaros sem asas caídos
Vejo rostos feridos na terra dos vivos
E tu! Meu amor inerte, parada e fria
Apagou-se o sol: Apagou-se a luz do dia.
Viverás para sempre no coração dos teus amigos.
( Filhota amada )
Faleceu: 24/01/2013
Escrito por: Angelina Alves