Em toda a minha vida já chorei mais do que falei. Quantas vezes me sentei no sofá e deixei-me afundar na minha tristeza. Dizias-me muitas vezes que eu era uma mulher fora do meu tempo porque continuo a esperar das relações amorosas uma espécie de compromisso e de continuidade que deixei de reconhecer nos outros.
Acredito que este é um dos segredos perdidos do mundo moderno, assim como acredito que as lágrimas possuem um efeito curativo e que sem dor nada se trata. Tudo na vida tem que ter o seu tempo e se ainda hoje escrevo sobre ti, sobre nós é porque quero que a nossa história de amor fique registada para todo o sempre. O que se fala, facilmente se esquece, o que se escreve dura para lá do tempo. Como moras há muitos anos noutra cidade que não a minha, o que sei sobre ti é muito pouco. Não sei sequer se ainda vives neste mundo, mas penso muito em ti. Tu, foste o grande amor da minha vida. Há quem me chame de doida por nunca ter conseguido ligar-me a ninguém e como tu sabes tive outros namorados, mas o verdadeiro amor foi teu, foi nosso. Fecho os olhos e consigo imaginar-me nos teus braços, anestesiada de tanto carinho e miminho afagada com tantos beijos ouço a tua voz a chamares.. Mas quando viajo até essa época também me sinto muito triste e vejo a tua tristeza quando tiveste a noção que tudo iria acabar entre nós.
Mais outro Natal que vou passar sozinha com as minhas lembrança.
Escrito por: Angelina Alves