terça-feira, 5 de setembro de 2017

Estado de Alma

Os dias de verão estão a terminar como um reino
Não te apresses Outono para os desenhos da luz
O sol ainda demora, ainda não chegou
A esta doçura matinal que meu cheiro respira
Indecisa, colho a haste débil que parou
No vento suave da colorida resina.
Quero moldar o meu espaço:
Da cor do sol a clara, espiga do dia
Um raio de sol chega
E  aquece o meu corpo numa linha viva.
Há palavras no branco alento de ti, puro
Os desenhos da luz mostram-me a tua cor
Nas persianas ondulantes em listas de luz
Cantam em melodia todos os pássaros
Entoando harmonia neste silêncio cálido
A folha alta cresceu, fez nascer o dia
Em silêncio de bloco transparente
Tudo revive no que em ti eu vejo
Mesmo na margem branca intransponível
Mesmo no monte árido
Onde não há sol, mas há vida
Há um sol quente
Completamente invisível
Hesito, falho e sempre recomeço
Vem a noite e vem o dia
E todo o sol em luz dá vida
Há vida nas palavras escritas em verso.


 Escrito por: Angelina Alves