sábado, 18 de fevereiro de 2012

"EXTRATOS"


(Esta imagem foi elaborada por Ana Paula) 

Tu foste o meu tudo, o meu tempo, o meu anjo que em redor de mim me amparavas e mimavas tão docemente. Davas-me um puro mel embebido nos teus doces beijos que alimentavam todo o teu encanto na minha vida. Tu, que distribuías por todos os dias, as águas puras que colhias por tua boca das fontes que só tu conhecias por onde se escondiam nos vales infindáveis de nossas almas. Tu, que distribuías por todas as estações as mais belas flores de todas as primaveras e enfeitavas de jasmim os degraus por onde subias para chegares junto de mim. Tu, eras o meu pão e o meu vinho na minha mesa de manjar; Tu, eras o meu céu, a minha terra, o meu  mundo de habitar. Tu, que amanheces por detrás de cada poema meu, cada verso que nasce é sobre o reflexo do teu olhar, que amanhece no dia e adormece na  noite do meu luar. A grandeza que ficou do sopro que me deste, na vida onde me enalteces-te em toda as horas, em todos os dias, em todos os tempos....
Depois, Ah! depois...
Depois vem a noite do incessante desgaste do silêncio onde tu, ainda amanheces por detrás de cada poema meu, onde eu, espero pela luz da luz e de infinito. Atravesso os vales do infinito por onde andamos de mãos dadas dançando as melodias dos pássaros que, cantaram para nós, nas nossas infindáveis esperanças renovadas  em cada amanhecer. Devagarinho ergo o meu olhar pelo mar e chegam as ondas em meu despertar; Aquela imagem inacessível, casta  de ti, em meu pensamento faz-me pulsar de alegria e até de impudor: Arde o meu corpo mordido por flores de água. Grita-me a noite, acorda-me e trespassa-me silenciosamente até de-madrugada....

Escrito por: Angelina Alves


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