sexta-feira, 6 de novembro de 2015

"Desabafo"


Fechei os olhos e estendi as mãos para os céus, para Deus me ajude a entender a palidez da minha alma. Fiquei a vaguear nos cheiros únicos deste dia onde o amanhecer foi de uma estrutura estranha. Sinto um agro a fel na minha boca por ter de calar esta dor que tenho no meu peito. Abri as janelas e as cortinas para o Céu na tentativa de ver estrelas mesmo sendo de dia. As paisagens perderam os seus encantos, porque esta dor que me esmaga o peito quase não me deixa respirar. Este meu dia é triste, como triste é esta dor repetida e repetida já tantas vezes que fico ainda mais triste, porque de cada vez a deceção é maior. Sinto os olhos nublados, mas já não consigo chorar. Acolho-me nas flores silvestres para sentir o seu forte aroma e não me deixar cair. Procuro uma tranquilidade que alguém teima em que me seja retirada. Não! Não me vou deixar arrastar pela amargura nem pela injustiça praticada. Vou levantar-me e na minha força eu vou encontrar o quem procuro: A minha tranquilidade refrescante - mesmo em silêncio.
Amanha o meu amanhecer será sereno e a minha alma beberá do orvalho que não me deixa esmorecer. Serena como a aurora que acaricia o começo do dia. Ofereço o meu sorriso, a quem me quer ver no chão. Escrever é a minha forma de exorcizar a minha dor de alma.


Escrito por: Angelina Alves




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