Fechei os olhos e estendi as mãos para os céus, para Deus me
ajude a entender a palidez da minha alma. Fiquei a vaguear nos cheiros únicos deste
dia onde o amanhecer foi de uma estrutura estranha. Sinto um agro a fel na
minha boca por ter de calar esta dor que tenho no meu peito. Abri as janelas e
as cortinas para o Céu na tentativa de ver estrelas mesmo sendo de dia. As
paisagens perderam os seus encantos, porque esta dor que me esmaga o peito quase
não me deixa respirar. Este meu dia é triste, como triste é esta dor repetida e
repetida já tantas vezes que fico ainda mais triste, porque de cada vez a deceção
é maior. Sinto os olhos nublados, mas já não consigo chorar. Acolho-me nas
flores silvestres para sentir o seu forte aroma e não me deixar cair. Procuro
uma tranquilidade que alguém teima em que me seja retirada. Não! Não me vou
deixar arrastar pela amargura nem pela injustiça praticada. Vou levantar-me e
na minha força eu vou encontrar o quem procuro: A minha tranquilidade
refrescante - mesmo em silêncio.
Amanha o meu amanhecer será sereno e a minha alma beberá do orvalho
que não me deixa esmorecer. Serena como a aurora que acaricia o começo do dia.
Ofereço o meu sorriso, a quem me quer ver no chão. Escrever é a minha forma de
exorcizar a minha dor de alma.
Escrito por: Angelina Alves
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