segunda-feira, 13 de novembro de 2017


  1. Os ventos que às vezes tiram
  2. algo que amamos, são os
  3. mesmos que trazem algo que
  4. aprendemos a amar... Beijinhos da Ange.... 

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Estado de Alma

Os dias de verão estão a terminar como um reino
Não te apresses Outono para os desenhos da luz
O sol ainda demora, ainda não chegou
A esta doçura matinal que meu cheiro respira
Indecisa, colho a haste débil que parou
No vento suave da colorida resina.
Quero moldar o meu espaço:
Da cor do sol a clara, espiga do dia
Um raio de sol chega
E  aquece o meu corpo numa linha viva.
Há palavras no branco alento de ti, puro
Os desenhos da luz mostram-me a tua cor
Nas persianas ondulantes em listas de luz
Cantam em melodia todos os pássaros
Entoando harmonia neste silêncio cálido
A folha alta cresceu, fez nascer o dia
Em silêncio de bloco transparente
Tudo revive no que em ti eu vejo
Mesmo na margem branca intransponível
Mesmo no monte árido
Onde não há sol, mas há vida
Há um sol quente
Completamente invisível
Hesito, falho e sempre recomeço
Vem a noite e vem o dia
E todo o sol em luz dá vida
Há vida nas palavras escritas em verso.


 Escrito por: Angelina Alves

quinta-feira, 24 de agosto de 2017


O mistério da morte – dedicado à minha mãe
Partiste no dia 16 de Agosto de 2017,
o dia era fervente de um calor atroz. Sete horas fim de tarde, eu de cara encostada à tua, dizia-te adeus. A tua cara estava fria e os teus cabelos brancos luziam no teu rosto apagado.
As minhas últimas palavras segredadas em silêncio - obrigado meu DEUS, por acabares com o sofrimento da minha Mãe. Manifestei pouco este belo sentimento à minha mãe e no fundo sempre a amei sem me aperceber deste sentimento tao nobre e inigualável. Dei-me conta da profundidade das raízes desse amor, no momento da derradeira separação física, que é a morte.
O coração das mães é um oceano tão grande, no fundo do qual se encontra sempre o perdão, assim deve ser o coração dos filhos, perdoar os pais quando erram, porque a aprendizagem da vida é feita entre as partes e o amor cresce quando reconhecemos atempadamente que: O AMOR DE MÃE, é o amor mais lindo que existe.
Todos os filhos se deveriam lembrar que a sua mãe foi o primeiro elo de ligação a este mundo quando as raízes começam a brotar logo no início da gestação e que essa ligação não pode de maneira nenhuma ser quebrada, aconteça o que acontecer. É um privilégio ser-se mãe, temos portanto que respeitar, acarinhar e perdoar o erro dos nossos pais, mesmo quando as situações nos parecem absurdas. Não terei nada que perdoar à minha mãe, apenas me culpo a mim, julga-la como fiz durante anos. Felizmente ainda tive tempo de lhe dizer o quanto a amava e agradecer a Deus, de me ter dado tempo para poder privar com ela.
Por muito que parece o contrário, pois muitas vezes nos questionamos por isto ou por aquilo, como eu fiz, porque cresci com muitas duvidas no meu coração e porque nunca obtive as respostas corretas, Tudo é incerto neste mundo hediondo, mas não o amor de uma mãe.
É um amor mais forte que tudo, mais obstinado, mais duradouro, que prevalece para lá dos tempos.
É o amor de mãe.
A mulher que é mãe, é rainha da sua rosa. Tu foste a minha rainha na tua simplicidade. AMO-TE TAL COMO TU FOSTE MÃE AMADA. Ficaras para sempre no meu coração. Sei que subiste aos céus e lá encontraste os teus dois filhos e a tua neta – a minha filha amada.
Em memória de ti minha amada mãe
Até já 
Escrito por: Angelina Alves

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Sonhei que ainda estavas aqui e que o tempo tinha parado: Afinal qual de nós perdeu o direito! eu de te ver ou tu de me veres a mim? Que descanses em paz. Aprendi amar-te. aprendi a apaziguar o meu coraçao nas horas mudas, porque a vida ensinou-me a reconhecer a tua vós. A vida mostrou-me que: não há amor como o amor de MÃE .Estarás sempre no meu coração mãe amada 

sábado, 1 de abril de 2017

Há uma luz que se esvazia nos  olhos tristes, como um vulto num espaço opaco, todavia fica a memória  que em vão procura abrir-se a imagens de lembranças: rostos, sítios, mares, terras e até corpos delicados num curvar de ombros ou perfis. Sempre se recorda, ou se sonha do que mesmo sendo já antigo no tempo, foi e é ardente em nosso tempo. Vemo-nos em outros rostos, em outros gestos e embora o passado não nos alimente; alimenta o vivo quadro,  acendido em sonhos e lembranças. Mas o passado sempre se renova em cores e em formas ainda que sejam repetidas. E quando esse halo opaco se esvazia, a pouco, e pouco nos rodeia a vida, nem sequer o lembrar nos resta, porque os sonhos não se entregam: Crepuscular a luz obscurece  tudo.
Que interessa ter as mãos cheias de ouro
Quando o fogo da vida apagou
Os rebentos mais lindos, o mais valioso tesouro
O folgo da vida: A vida levou.
E quantas lembranças e quantas imagens
Se perderam na longa viagem do tempo?
Oceanos, mares, vales, gente; miragens
Crepuscular a luz que  apazigua o vento
Trava tempestades e põe os olhos tristes
A joia mais bela da vida, a própria vida
Ardente é o corpo: vida existe
Rostos, corpos delicados da alegria
Que seja florida a compreensão
Renovadas as cores e as formas repetidas
Vida, Onde há vida há sonho, há coração
O crepuscular da luz em nossas vidas…
Escrito por: Angelina Alves







“O sorriso da Primavera”

Olhei no dorso do mar
O sorriso da primavera à superfície
As ondas dançavam em sintonia a melodia
 Dos mares  e dos ventos irradiadas  por um sol
Perfumado de maresia
Começava o dia
Ainda iluminado
Por pequenos astros
Exótico o vento
Num símbolo de força
Quebrando as tenebrosas angústias
Da vivência de ternuras de medo
O sorriso da primavera
Nos olhos de Saturno cavaleiros
Onde as infames perdas de verdade
Descalçam os caules de solidão
Envolve o mar tranquilo
Mergulhando estradas no seu limite
O sorriso da primavera
Aquece os pensamentos entristecidos
Dando cor a todo o começo de vida
Há um contrato
Em formas de amor
Rasgando as areias de anagramas de fogo
Para que os sorrisos da primavera
Descarreguem a dinamite
Dos olhos estranhos
Que querem queimar com suas mãos
E apagar com seu olhar
A beleza a verdade a natureza
O sorriso da primavera.

( Escrito por_:
Angelina Alves)



quinta-feira, 23 de março de 2017

Descoberta de ti





Descoberta. Sinto-me forte na minha estrada e até segura no meu silêncio. Apaziguaram os vendavais
Decifrei a tua mensagem incorpórea. Haverá um outro dia em que te solicitarei e aceitarei a tua ajuda para que haja paciência para descobrirmos a força do silencio e podermos ambos seguir com segurança nesta larga e tortuosa estrada da nossa caminhada. Deixa-me correr atrás das borboletas, deixa que as minhas mãos toquem a doçura das noites quentes da alvorada. Que haja tudo a nosso favor- até a conspiração dos ventos aliados ao nada. É no nada que existem areias quentes. 
Extractos de Angelina Alves

terça-feira, 17 de janeiro de 2017


Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
E a minha triste boca dolorida,
Parece-me que foi numa outra vida...
Esbate as linhas graves e severas
Que dantes tinha o rir das primaveras, E cai num abandono de esquecida!
O meu rosto de monja de marfim...
E fico, pensativa, olhando o vago... Toma a brandura plácida dum lago
Ninguém as vê cair dentro de mim!
E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Florbela Espanca

sábado, 14 de janeiro de 2017

O inverno floresceu-me
A tristeza de ti
E deixou no meu olhar
O voo da águia voando
Deixando-me a planar
Eu tudo ouvi e vi
Até o discurso do sábio
Aquele que depois o perdi
Aquele que me disse
Que a mentira estava ao lado
Mesmo ao lado de mim
Foste a ausência
Foste o excesso
Foste o direito
Foste o avesso
O tempo juntou
O Inverno e o Verão
Suavizou o meu coração
E do mesmo jeito
Aprendi que a solidão
É diluída no tempo
Onde se perdeu o medo
Onde viver tem razão
Agarrei a audácia da águia
Bebi da fonte a pura água
Fui sarando.
Procurei nos limites do mar
Senti-me poeta através da unidade
Da força da minha alma
Ganhei forças e a contemplar
Juntaram-se as letras do meu nome
Que haviam naufragado
Abri as portas do meu jardim belo
Ficou leve o meu fardo
Reabri o meu Castelo…
Escrito por: Angelina Alves







sábado, 7 de janeiro de 2017

" Ventos que se cruzam"

Pelas letras de um verso, sinto o palpitar da tua vida: A tua vida que foi tão plena e tão presente, como naquele dia que vibras-te chorando para dar as boas vindas enchendo-me de alegria. Nasceste cheia de luz para a vida.
Os teus olhos eram verdes azulados, a tua pele delicada como a mais pura seda, os teus cabelos dourados da cor do Sol. Por Lisboa os ventos traziam-me um cheiro a maresia, assim começou a tua - a minha história, que foi tão triste, tão alegre, tão luminosa, com tantos altos e baixos. O sabor do meu espaço onde tudo pode acontecer. A ternura, a solidão, a tristeza e a alegria, a paixão e o desespero, até ver-te morrer na viagem sem volta ao nosso mundo que tudo viu acontecer...
Valem-me agora as mais belas lembranças de ti: Valem-me os ventos vindos de Lisboa cá para o Nordeste Transmontano que me trazem o mesmo cheiro a maresia, o mesmo cantar e o mesmo silencio. Tudo se cruza. Tudo me envolve. Quando penso que há mais de quarenta anos nascia a minha Luz, a que me dava razão de vida, os poemas que então já te dedicava com todo o amor de mãe e até os amigos e amigas que por Lisboa ficaram sem volta. Tudo faz parte da minha história, tão presente na minha memória e como tu minha amada filha, sempre tão presente na minha vida. É em cada letra, em cada verso que eu sinto o palpitar da tua vida. Neste meu espaço cheio de ternura, onde os vales e as montanhas cantam para mim, onde se cruzam os ventos de Portugal e de Espanha e outros ventos que eu nem sei, mas que bem os sinto eu aclamo por ti. Porque por aqui deixas-te a força do teu sorriso, o calor do teu abraço e a ternura pela vida. Estas letras são dedicadas a ti minha muito amada filha. Com todo o amor da tua mãe Escrito por: Angelina Alves