Amamos aquele rio
Como ontem e hoje amamos
E tão próximamente sentimos
A frescura dos vales
Que caíam em crateras
Como estrelas
E nós sentimos
O calor daquela hora quase morta
O chegar vagarosa da noite
Iluminada a velas
De sorrisos constantes
Amamos aquele rio
Que nos ligava sob a ponte
Aonde o meu amor se mantêm como dantes
Aonde o meu amor
Está tão aproximadamente de ti
Sinto a corrente que me lava
E me leva a ti a semente
Na corrente
Da terra que o rio lavra
Ainda é a mesma origem
A água que nos inundou de vida
Que inundou os nossos corpos
Poderia morrer hoje
Mas não, não ainda
Tu meu lago meu vento
Minha vida em qualidade
Minha força meu alento
Minha música de água verdade
No meu corpo minha vida
És a medida dos meus versos
Relembrada na aragem do rio
Que nos vestiu e nos tomou imersos
Em tardes irregulares passo a passo
Em sossego de tempos a quente a frio
Ah! mão cheia de agonias
Pano branco imaculado como a flor
No lume que nos queimou
Que me queima iluminas
És minha chuva meu rio meu amor...
(Angelina Alves)
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