O sol fechara a tarde
Sobre a minha ventura
Partiu sem marcar hora
Perdeu o dia todo o encanto
Quando a ternura do teu olhar
Apagou o som a palavra definitiva
... Eu quis gritar
Quis erguer as caídas esperanças
Passei as minhas mãos
Pela tua face beijei-te em lembranças
Apenas me consegui recolher
Em meus pensamentos
Sentindo um vago rumor
O rumor dos guizos á beira mar
Silênciei os meus momentos
As palavras bateram descontroladas
O sol ainda me iluminava
Enquanto com os meus olhos o recolhia...
Caiu um fumo sobre um buraco de luz
Mais volúvel que um bando de pássaros
Sinti-me morrer em todos os gestos
Sinti-me fraquejar nos meus passos
Na tela ao fundo a minha história
Minha face é um jardim de estátua
Fiz o caminho ao avesso
Mas com toda a solenidade
Farei o caminho de regresso
Enquanto o espelho se vira
Recomponho a dura verdade
E, tudo começa pelo começo...
Assim passa a noite e o dia
Apenas toca um sino a perturbar
As linhas de um rosto que recompus
Abri a janela deixei entrar
O som da atmosfera vinda de fora
Arrumei a paisagem quotidiana
Marquei-me na minha profunda paixão
E, ao olhar ao fundo as colinas
Marquei-me na minha inspiração
E, sem medo ergui-me
Deixei entrar ar pelas minhas narinas
Levantei-me do chão...
Amanhã!
Amanhã será um novo dia
Tu! viverás para sempre no meu coreação.
Escrito por: Angelina Alves
1 comentário:
O tempo sempre ajeita, desacelera, mas a saudade vai existir sempre.
Teu poema me comoveu.
Abraço
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