quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Amanhã! Será um novo dia"




O sol fechara a tarde

Sobre a minha ventura

Partiu sem marcar hora

Perdeu o dia todo o encanto

Quando a ternura do teu olhar

Apagou o som a palavra definitiva

... Eu quis gritar

Quis erguer as caídas esperanças

Passei as minhas mãos

Pela tua face beijei-te em lembranças

Apenas me consegui recolher

Em meus pensamentos

Sentindo um vago rumor

O rumor dos guizos á beira mar

Silênciei os meus momentos

As palavras bateram descontroladas

O sol ainda me iluminava

Enquanto com os meus olhos o recolhia...

Caiu um fumo sobre um buraco de luz

Mais volúvel que um bando de pássaros

Sinti-me morrer em todos os gestos

Sinti-me fraquejar nos meus passos

Na tela ao fundo a minha história

Minha face é um jardim de estátua

Fiz o caminho ao avesso

Mas com toda a solenidade

Farei o caminho de regresso

Enquanto o espelho se vira

Recomponho a dura verdade

E, tudo começa pelo começo...

Assim passa a noite e o dia

Apenas toca um sino a perturbar

As linhas de um rosto que recompus

Abri a janela deixei entrar

O som da atmosfera vinda de fora

Arrumei a paisagem quotidiana

Marquei-me na minha profunda paixão

E, ao olhar ao fundo as colinas

Marquei-me na minha inspiração

E, sem medo ergui-me

Deixei entrar ar pelas minhas narinas

Levantei-me do chão...

Amanhã!

Amanhã será um novo dia

Tu! viverás para sempre no meu coreação.

Escrito por: Angelina Alves


 



1 comentário:

Anónimo disse...

O tempo sempre ajeita, desacelera, mas a saudade vai existir sempre.


Teu poema me comoveu.


Abraço