8Imagem elaborada e oferecida por: Ana Paula)
Caminhei por entre a tua sombra
Em desmedidos gestos me cerquei
Em silêncio e medo
Por caminhos longínquos eu andei
... De ti o meu desencontro
Não há estrelas tudo é ermo
O tempo distanciou-nos impôs-se a nós
Anulou tudo o que nos unia
Deixando-nos distantes e sós
Para nós o afastamento se previa
E vinha a noite e de ti
A saudade me cercava
Brumas miragens me mostravam
À distancia eu por ti chamava
Silenciei as palavras a ti não chegaram
Porém junto aos meus passos
Os teus passos eu sentia
Beijos sonhos abraços
Levados com a minha alegria.
Deixei de ver as cores que eu amava
Deixei de ver o brilho do sol
E a limpidez da água
Deixei de ver o verde da natureza
E a minha cidade sem ti perdeu a beleza
De repente
Olhei a minha sombra sobre a terra
Vi gente
Lembrei quem eu era
E o que a vida tinha feito de mim
A cor cinza não era a cor da Primavera
Não queria ficar assim.
Sentir a dor da minha prisão
Sentir o meu templo abandonado
Foi assim que meu destino ficou marcado
De vaguear na solidão do meu deserto
Sentir o amor desencontrado
Sinti-lo tão longe e calado
E outras vezes senti-lo de mim tão perto
Do meu templo por ti habitado.
(Escrito em 1992 por:Angelina Alves)
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