sexta-feira, 11 de maio de 2012

"DESENCONTROS"


8Imagem elaborada e oferecida por: Ana Paula)

Caminhei por entre a tua sombra

Em desmedidos gestos me cerquei

Em silêncio e medo

Por caminhos longínquos eu andei

... De ti o meu desencontro

Não há estrelas tudo é ermo

O tempo distanciou-nos impôs-se a nós

Anulou tudo o que nos unia

Deixando-nos distantes e sós

Para nós o afastamento se previa

E vinha a noite e de ti

A saudade me cercava

Brumas miragens me mostravam

À distancia eu por ti chamava

Silenciei as palavras a ti não chegaram

Porém junto aos meus passos

Os teus passos eu sentia

Beijos sonhos abraços

Levados com a minha alegria.

Deixei de ver as cores que eu amava

Deixei de ver o brilho do sol

E a limpidez da água

Deixei de ver o verde da natureza

E a minha cidade sem ti perdeu a beleza

De repente

Olhei a minha sombra sobre a terra

Vi gente

Lembrei quem eu era

E o que a vida tinha feito de mim

A cor cinza não era a cor da Primavera

Não queria ficar assim.

Sentir a dor da minha prisão

Sentir o meu templo abandonado

Foi assim que meu destino ficou marcado

De vaguear na solidão do meu deserto

Sentir o amor desencontrado

Sinti-lo tão longe e calado

E outras vezes senti-lo de mim tão perto

Do meu templo por ti habitado.

(Escrito em 1992 por:Angelina Alves)
 
 
 
 

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