terça-feira, 27 de julho de 2010

"EXTRATOS"




Houve tempos que não consegui ver as estrelas no céu. O mistério da dor caiu sobre mim, fazendo-me esquecer que o meu coração era doce. A menina das grandes tranças, fizera-se de repente mulher, entregara-se à sua grande paixão, esquecendo-se que havia um mundo além do seu .Quando finalmente essa menina volta ao mundo de todos os seres, saída do seu castelo dourado, enfrenta os maiores dissabores, as mais incríveis injustiças, invejas e, cai numa profunda melancolia desabando-lhe a mais dura tempestade, mas de onde ela sai passado algum tempo, “um duro tempo,” muito mais fortalecida e cheia de coragem para enfrentar a violência dos dinossauros...

Contudo, nunca deixei de ter dentro de mim, aquela menina doce que sempre fora: e, isso juntamente com a minha alma de guerreira herdada pela pessoa da minha querida avó fez de mim a pessoa que sou hoje, cheia de esperança e fé. Eu acredito que todos nós temos o nosso destino e que quando nascemos já vimos com ele marcado. Pode haver algumas nuances que no momento nos possa parecer fora de contexto, mas, tudo tem um propósito e quando menos se espera as linhas que tinham sido descarriladas decompondo de momento aquelas linhas que pareciam moldar o nosso destino e, haviam descarrilado, voltam a ligar-se e a nossa vida retoma o equilíbrio. Assim aconteceu comigo. Descrevo a minha passagem como a água que corre no rio, seguindo o seu percurso normal, contornando os seus obstáculos, segue sempre em frente, Mas também a água que corre nos rios, um dia por qualquer motivo é desviada e deixa-se de ver a sua corrente aos olhos de quem estava habituado a ver a água a correr pelo rio...

Um grande amor nunca morre e acredito que muitas vezes esse destino que eu acredito, nós nascermos com ele, já tudo planeado por "alguém" supostamente muito inteligente e inigualável, até pode ser um Deus, visto de muitas maneiras por nós, mas que eu penso ser um Deus Bom e misericordioso, é assim que eu acredito em Deus.



"Alma"



Quero ter a minha alma

Cheia de amor

Inefável chama

Que meu coração ateia

Aquecendo meu corpo

E o sangue que me corre

De veia em veia...

Só de amor

Minha alma inflama

Pudesse eu

Atear este fogo

A todas as almas

Mas! Incêndio não germina

Assim escrevo os meus poemas

Nas minhas tardes calmas

Transmito para vós

Esta calma infinda...

Agarro suaves orvalhos

Na minha mão

Aqueço-me no calor de mil sóis

Duas almas num só coração

As tuas mãos nos meus caracóis

Encantam os meus dias

(Angelina Alves)






domingo, 25 de julho de 2010



De quando em quando retrocedo no tempo, gosto de evocar a tão grata recordação dos tempos em que vivi na minha adolescência com a minha querida avó, e o quanto foi dolorosa a minha separação aquando da sua morte.Quando ela falava comigo, quase segredando-me ao ouvido e muito aconchegada ao seu peito.  Um dia quando partir para um deserto longínquo, é meu desejo proteger-te sempre: Sempre estarei por perto de ti, basta chamares por mim e eu estarei por perto. Oh! quantas vezes chamei por ti minha querida avó e nunca os meus olhos te viram ou ouviram. Hoje consigo entender as tuas palavras porque elevo para ti o meu pensamento de uma forma mais atenta, mais suave, mais tranquila e, de uma certa maneira até consigo sentir a tua presença...o cheiro a rosas em certas alturas e o cheiro do pão quente: Eu sei que está por perto. Hoje já não tenho angustia no meu coração, aceitei a vida tal como ela é, sem exigir o que não posso exigir, passei a estar atenta: muito atenta aos sinais que: ainda tenho muita dificuldade em os entender mas, tenho-me esforçado o suficiente para entender o quanto é maravilhosa esta vida e agradecer tantas vezes a Deus pelo privilégio que me deu em nascer aqui, para me conhecer e crescer como um ser humano de bem. Muita coisa tenho aprendido mas, nunca é o suficiente, para parar, pois a aprendizagem terá de ser constante e sempre com o mesmo afinco. A doença da minha filha querida encheu-me de tristeza, o desapego do meu querido filho juntamente com o seu silêncio tem sido muito complicado. Mas também ao meu querido filho estou a dar-lhe tempo. Ele sabe bem o quanto o amo e ele, está no meu coração bem juntinho com a sua irmã, apesar de muitas vezes ela dizer que eu gosto mais da irmã que ele. Claro que não, amo ambos, mas, a doença da minha filhota faz-me estar mais de perto dela, mas no meu coração de mãe, estão ambos sempre com o meu pensamento cheio de amor por ambos. Recordo-me sempre com a ternura com que tu me tratas-te sempre, o amor com que sempre me consolas-te, tal como uma mãe consola os seus filhos. Sinto a tua força carregando as minhas energias quando estou mais fraca.
Tenho tido dias de lágrimas: Tenho tido dias de muitas bênçãos também. Enquanto o sol iluminar a Terra, a minha alma vai amadurecendo. Oh1 minha querida avó, como gosto de escrever sobre ti e para ti...



Oh! como é doce lembrar os tempos
Da minha infância da vida em flor
Tempos de inocência arminhos
Tu me acompanhavas nos caminhos
E enchias a minha infância de tanto amor.

Por isso embora tão pequenina
Lembro de teus afectos falavas de Jesus
Agarravas na minha mão e prometias
Proteger-me nos passos que a vida conduz.

Foi na primavera da minha vida
Quando a rosa foi desfolhada olhei o céu
E senti-me protegida calor imenso
Um calor que só podia ser o teu.

Mas, ficou ainda meu coração exilado
Ficaram também meus olhos a lamejar
Ficou minha alma presa num tempo parado
Até de novo me voltar a encontrar.

(Angelina Alves)



sábado, 24 de julho de 2010

"Doce Dia"



( Miminho da amiga Mada )

Doce foi o meu dia
E tão suave
Admirei a tranquilidade
Com muita alegria
Ah! Majestoso vale...
Sinto-me completa
Minha paz interior
Está repleta
De tanto amor...
Doce foi o meu dia
E tudo o que agora estou a viver
Quão doce a companhia
Amor o teu! me fez renascer...
A vida nos separou
Em tantos anos
Mas de novo nos juntou
Reparou agora alguns danos...
Doce é agora a minha vida
Que doce o meu amanhecer
Recuperei o que ainda existia
O nosso amor
Que nunca quis morrer...
Para o altar da vida
De novo abriste a porta
Tranquilizas a minha alma e salutar
O teu carinho
 O teu amor que me conforta
Doce dia
 O meu dia de encantar...
Foste o pai
 O amigo amor eterno
E dás agora comigo
As honras e louvor
À maravilhosa vida
Agora  eu, jánão temo
De mãos dadas contigo:
Ah! vida fulgor...


(Angelina Alves)



quarta-feira, 21 de julho de 2010

A ti! minha querida e muito amada filha



Sei que a tua doença é uma doença muito má, mas mesmo assim nunca deixas-te de ter um carinho muito especial com a tua mãe: é difícil entender o teu sofrimento e o de todas as pessoas que sofrem do mesmo mal, no entanto, eu, também sinto a tua dor; ela é tão grande quanto a minha incapacidade de poder fazer nada para aliviar o teu sofrimento: mas sabes minha querida filha esta tua doença tem contribuído para o meu maior entendimento de quanto nós somos tão "grandes" e, ao mesmo tempo vejo a minha pequenez perante tais vissicitudes que a vida nos vai pondo à prova, avaliando assim as nossas capacidades de resistência. E tu minha querida és uma heroína, como todas as pessoas que lutam fortemente por ultrapassar tal doença, porque a vida é sem duvida uma dádiva, ainda que muitas vezes nos pareça que assim não vale a pena viver. Eu acredito que quem consegue ultrapassar esta provação sai muito fortalecida para tudo o resto e sai muito mais esclarecedora sobre a tão grande importância que tem, o ser-se solidário, caridoso com o próximo. Acredito que nada acontece por acaso, tudo na vida tem um propósito, muito apesar de por vezes ser da maneira mais difícil, mas tudo é uma lição de vida. Felizes os que conseguem tirar ilações de tais mensagens e aprender a ser melhor ser, como pessoa e solidário com os outros, coisa que muitas vezes nos passa ao lado, sem sequer nos preocuparmos que há gente que não sofrendo de uma doença com diagnóstico, padece de males aterradores sem solução: Ninguém merece o sofrimento. Todos nós merecemos ser felizes. Há razão que a própria razão desconhece: questionar o inquestionavel é perca de tempo. E a resignação deverá ser aceite?...Será que resignar-se é a mesma coisa que ficar à espera da morte lenta, no que diz respeito a uma doença grave? - para mim a resignação deve existir mas sempre acompanhada de uma grande força de vontade em superar o problema. Resignação, como aceitação, sem revolta, sem dizer porquê eu! porque me aconteceu isto? Tu! minha filhota linda tens lutado como uma guerreira nata. Tens sido uma grande lição de vida, até para mim, acredita minha filha que tudo aquilo porque a tua mãe já passou nesta vida e tu bem sabes, a maior dor perante estes factos é a minha inércia perante esta situação. Tudo passa por ti, os tratamentos extremamente dolorosos, mas que sem eles... e tu tens a vida que apenas te deu um intervalo para com esta dura realidade te fazer crescer ainda mais linda como um ser humano maravilhosa que tu és. Amo-te muito filha da minha alma. Somos almas imperfeitas, quando a nossa maior preocupação são as dores físicas. mas doem muito mais as dores da alma quão imperfeitas é o nosso espírito. Uma palavra, um sorriso amável bastam muitas vezes para alegrar uma alma triste e melindrada; ter a esperança de consolar é dar e receber caridade. Dar uma palavra de carinho, conforto humano na demonstração de todo o amor, isto tu tens recebido das muitas pessoas que te amam: felizmente tens essa grande riqueza que juntamente com a tua força de vontade ultrapassarás todas estas provações porque estás a passar. Para ti todo o meu pensamento de amor.


Meu mundo veste-se de aridez
Venturas brotaram do meu amor
Eu ouço as minhas suplicas
Aos céus imploro a teu favor.

Tu! és a minha filha muito querida
Para a vida a glória te convida
Luta e enfrenta essa dura realidade
Ama-te e ama sempre com verdade.

Ah! minha querida filha
Botão de rosa que um dia a vida abriu
O teu amor balsamico encheu a ilha
Do meu coração que de amor te cobiu.

Outrora doce afável e mesmo tímida
A minha fina pérola - hoje sofre a sua cruz
Apoia-te meu ombro forte com auxilio vida
Que espera por ti e teu lindo caminho conduz.

Há ainda a Santa mãe de todas as filhas
Com um raio de luz as enche de glória e brilho
Conduz esta Santa mãe o caminho que trilhas
Esta Santa mãe  guia a ambas em nosso caminho.

Quando eras pequenina
Acolinhava-te no meu coração lembras-te?
Falava-te dos céus e até de Deus
Sempre pensei que Deus nos ouvia
Que ouvia os meus suspiros, abraçar-te
De olhos sempre postos nos céus.

"Dedicado à minha muito amada filha"

(Angelina Alves)







terça-feira, 20 de julho de 2010

"UM TEMPO QUE NÃO SE APAGA NA MINHA MEMÓRIA"



Depois de termos atravessado Piza e Génova, entramos em França. Este tempo é para mim inesquecível - seguindo um trajecto dos mais esplêndidos: andamos a pé tendo por perto o mar, onde as ondas balbuciavam entre elas salpicando o nosso corpo quente e aconchegado aquecido por um ardente amor. Continuamos a nossa viagem usufruindo de belas paisagens, planícies cheias de laranjeiras, oliveiras e graciosas palmeiras. Tudo era maravilhosamente encantador: A noite, os numerosos portos de mar, cintilavam iluminados com luzes resplandecentes, enquanto no azul do firmamento brilhavam as primeiras estrelas. O quadro era deslumbrante; subitamente o céu desaparecera, outras maravilhas chegariam. Já instalados num luxuoso hotel, vestimo-nos de gala - estávamos preparados para um jantar no Moulin - Rouge, seguido do mais lindo espectáculo que vi em toda a minha vida. Um grupo de bailarinas representava as quatro estações do ano, dança, música e a mais fabulosa coreografaria composta com um riquíssimo guarda-roupa apropriado para cada estação do ano. Era ainda muito jovem nessa altura teria então os meus vinte anos. O pai dos meus filhos era um homem encantador e sabia todos os truques para me envolver naquelas magias adequada aos apaixonados. Tudo era envolvente. Mais uma noite em Paris de visita às mais belas catedrais que tenho na memória, Notre - Dame, passeamos pelos Campos Elísios, ( Champs - Élysées) almoço marcado na Torre-Eiffel, magnifico panorama! Simplesmente deslumbrante.




Hoje ainda estendo para ti meus braços

Tantas vezes em pensamento peço auxílio

Tacteio, vacilo insegura nos meus passos

Só estou no mundo meu pobre exílio.



Quis eu desfolhar amor pelo caminho

Sorrisos rosas, a mais púrpura rosa

Entras-te na minha vida de mansinho

Tua vida na minha vida suave e mimosa.



Desfolhas-te a rosa! Imagem bela

Foste o meu herói o meu infante

Pintá-te de mil cores o fundo de uma tela

Fui tão feliz durante anos: hoje alguns instantes.



Desfolhada fiz-me mulher sempre risonha

Vi em ti um homem feliz sempre contente

Feliz! quem a ti se deu: minha alma sonha

Desfolhada: Feliz tão-somente.



Fui a tua rosa, o teu culto e luzimento

Fui a tua êxtase, fui o teu brilho

A rosa que desfolhas-te já a levou o vento

Já ninguém sabe o seu trilho.



"Dedico ao pai dos meus filhos, o único homem que amei em toda a minha vida"



(Angelina Alves)


domingo, 18 de julho de 2010

"SORRISOS"




Quero apanhar todos os sorrisos

Que chegarem do ar

Quero aconchegá-los

No calor da minha mão

Quero com eles amar

E guardá-los em meu coração

Quero guardá-los

Com todo o calor

De mil sois, e mil luas

Conquistá-los

Com todo o amor

Quero apanhar sorrisos

Por todas as ruas

Quero induzi-los a passearem-se

Em meus sonhos livres

Quero ver sorrisos

Cruzarem-se

Nas avenidas

É a força de um sorriso

Que alegra

Nossas vidas

É a força de um sorriso

Que mantém viva

As vielas e avenidas

Da nossa consciência

Das recordações de êxtases

Já vividas

Para que não se acumule

Pó nos meus olhos

Vou ordenar

Aos meus sorrisos

Que soltem suas asas

E voem por ai

Aprendam a nunca cessar

E se espalhem,

Aquecidos

sempre sem parar

No calor

De mil luas

E de mil sois

Muitos sorrisos

pelas ruas

Com todo o amor

A força de um sorriso

Seja sentida por todos nós

Por toda a nossa vida

(Angelina Alves)
 
 


sábado, 17 de julho de 2010

"DESGASTE"

Mãe! Até as lágrimas me doem; nem sequer posso chorar: A quimio-terapia está a queimar-me por dentro. É indiscritivel tudo aquilo que estou a passar. Por vezes faltam-me as forças. No dia 30 deste mês vou fazer um taco e, reza minha querida mãe, tu que acreditas em Deus pede por mim, porque eu já não tenho forças para nem sequer falar e, nem quero pensar se alguma coisa a mais, aparecer no diagnóstico. Estas foram as palavras cheias de tristeza da minha amada e muito querida filha. Como fica uma mãe quando ouve estas palavras? Em vós trémula balbuciei! Amo-te muito meu amor e, tudo vai correr bem; Este é o desejo da tua mãe que te ama muito. Elevo o meu pensamento para o Alto, para a Luz, para o Infinito. Sou católica mas, não me identifico muito com a Religião Cristã, nem nos princípios em que fui educada. Ensinaram-me que Deus castiga, que Deus pune, que quem fizer asneiras vai para o inferno e essas coisas todas que eu, não as vejo dessa maneira. Acredito em Deus sim: mas num Deus Mesicordioso que ama os seus filhos, o seu rebanho e, não abandona uma ovelha doente. Acredito que Deus me deu o privilégio de vir a este mundo para me reconhecer como ser humano e crescer como tal, na partilha, na compreensão, no amor, na coragem e sobretudo rever-me como um ser nesta vida que me foi dada ao nascer. Eu tenho sofrido muito nesta vida, o tempo tem deixado marcas profundas nesta minha existência mas nunca me faltou a coragem, nunca deixei de sorrir, mesmo com a lágrima sangrando na alma. Tanta coisa aprendi nesta minha passagem. Tanta coisa eu já tive de ajustar para me equilibrar e não desabar numa ventania cortante que quase me quebrou em pedaços. Nunca sofri de doença, mas tanto tenho sofrido de desgosto, de traição, de injuria, de abandono, de incompreensaõ. Qual o diagnóstico para todo este mal? "APRENDER". É preciso aprender a conhecermos-nos a nós próprios, as nossas capacidades de resistência, a encorajar as nossas fraquezas, a superar as nossas dificuldades, a darmos a mão a quem nos pede ajuda, a não ignorar o próximo, a ter consciência que a vida é uma dádiva e portanto, um privilégio.
Peço-te meu Deus - Dai forças à minha querida filha, ovelha do teu rebanho. Não a deixes em DESGASTE.


Eu outra luz não tenho
Além da tua
Onde minha alma se refugia
Há o sol e há a lua
Mas é em ti
Que minha alma confia
É a  Tua Luz sozinha
Que me guia melhor que o dia
Na alvorada da vida
Tu Pai e Tu Mãe
Para mim sorriste
Dai-me um sorriso agora
Que minha alma está triste...


(Angelina Alves)


"SORRISOS DA ALMA"




Na cela da Minha Existência
Nunca deixei de sorrir
Seja nd alegria OU NA Clemência
Sempre sorrio e, deixo-me ir.

Desde que tenho experiência
Tanta força um sorriso tem
Sorrir com amor de tudo tira fruto
De Tudo , do male do Bem.

Sabe um sorriso tirar proveito
amor e softwares antigos nd bravura
Não AreiaCoração o peito
Acalenta fortalece de ternura.

E, ouço a voz da minha alma
Que me impregna de sorrisos
Assim vivo e me empenho a ter calma
Distingo assim o toque dos sinos.

Olho COM OS Olhos da Minha Alma
Vejo a harpa que sorri a dedilhar
Sorrisos Coração ABRO A Mão nd palma
Ergo meus olhos sorrindo suspirar.


(Angelina Aves)





sábado, 10 de julho de 2010

"LIBERDADE"

(Esta imagem foi retirada da Google)



(Esta imagem foi retirada da Google)


Hoje despida de toda a vaidade

Olho-me num espelho sem replica

E o que vejo

A minha outra metade

Ou a metade de um tempo

Do meu tempo de vida

Aquele tempo que havia um castelo

Uma família

E muita alegria

Oh!...

Tempo passado depressa

Tão veloz como o vento

Desse tempo o que me resta?...

Resta nada ou quase nada

Tudo está tão longe

Tão lá atrás que agora

Este meu tempo é outro tempo

Não sinto a espera

Não sinto a demora...

Não preciso da réplica do espelho

Deixei de viver no castelo

A minha casa é a terra

Toda a hora

Para mim é hora

Com amor me revejo

E me encontro

No fresco orvalho

Da minha doce Primavera

Há muito tempo

Que as minhas lágrimas

Se transformaram em sorrisos

As minhas dores

Em esperanças

Meus únicos amores

Meus queridos filhos

Hoje!

Despida de vaidade

Vivo o meu sonho

O sonho da minha liberdade.

(Angelina Alves)



quarta-feira, 7 de julho de 2010

"EXTRATOS DA MINHA VIAGEM": "Protagonista"

"EXTRATOS DA MINHA VIAGEM": "Protagonista"

"Protagonista"



Todos nós somos protagonistas
Da nossa existência
E, muitas das vezes são os heróis
Anónimos que deixam
Suas marcas em concistência
Mais vivas e duradouras
Aquecidas com o calor de mil sóis...
Olhei a vida em tabernaculos misteriosos
Repouso nela por breves instantes
Olho dentro da minha consciência
E sinto-me como um viajante
Na fresquidão
De um fértil oásis:
Hoje nada é como antes
Os ventos são frescos, suaves e constantes
Olho escuto suaves harmonias
Ternura dos vales
Transbordam todos os dias
As seivas suaves
Das aves cantam coloridas
Triunfam as alegrias quentes do coração
Assisto encantada ás cenas da mais graciosa
Paisagem. Protagonista
Narro com palavras
A beleza dos vales em prosa
Deixo na minha escrita
As minhas lágrimas
Nas lágrimas da minha alegria.
Sinto o triunfo da minha alma
Que se completa em Graça
Sinto a terra e sua harmonia
Os sinos tocam no meio da Praça
E desta minha calma
Sou protagonista
Da minha existência.


8Angelina Alves)





"A vida para mim faz muito sentido. Eu, a valorizo dia após dia."


Alguns conselhos para as mulheres que escolheram viver sós e/ou pelas circunstâncias da vida as levou a estarem sós.Não se isolem das pessoas; Não deixem de se preparar para que ao olhar para o espelho gostem daquilo que "ele " mostra, pois não há maior amigo de vc! que vc mesma: É preciso arranjar objectivos de vida; Façam voluntariado; Ajudem alguém que precisa; Muitas vezes basta um sorriso e este não custa nada; Não deixe que o seu corpo fique parado, faça ginástica; que pode passar por um simples andar a pé, faça caminhadas e acima de tudo aceite viver com aquilo que tem para viver, pode parecer pouco, mas aprenda a dar valor a si própria vai ver que não é preciso muito para ser feliz. É preciso aprendermos a viver com aquilo que temos. A vida é um privilégio agarre-a com sabedoria e viva-a de acordo com a sua consciência, mas respeitando-a e aceitando-a; só assim pode ser feliz.
Eu vivo só por opção, vai para quinze anos. Nunca casei mas vivi uma vida plena cheia de encanto e felicidade cerca de 24 anos. Por motivos muito fortes levaram-me à separação, saindo do meu conto de fadas sem nada no que diz respeito a bens materiais, também por opção minha. Recomeçar a vida aos 43 anos não é fácil para ninguém, sobretudo quando se depende totalmente do marido. São as dificuldades que se tem na vida que fazem de nós mulheres e, homens também guerreiros  e porque não sobreviventes desta sociedade de "dinossauros" que estão a destruir esta maravilhosa mas tão fustigada terra, "a nossa querida Mãe Natureza", desta viva tantas vezes injusta no nosso quotidiano aquando nos põe à prova medindo forças  na tentativa de mostrarmos a nós próprias as nossas capacidades de resistência. Assim aconteceu comigo. Acreditem, nunca baixei os braços, como já referi em alguns textos atrás. E, sim -  acabei por encontrar um modo de vida que me tem dado muito felicidade e, "dizer muitas vezes para mim, quando surge algo menos bom e, para os demais tentando sempre induzir a quem comigo muitas vezes em jeito de desabafo diz: Porque isto está a acontecer comigo?".
Nada nesta vida acontece por acaso: Eu pessoalmente não acredito em coicidências. Tudo na vida tem um propósito, é preciso é que, nós estejamos atentos aos sinais que a vida nos vai dando para que possamos entender o porquê das coisas.Faz alguns anos que eu me fazia esta pergunta: Porquê eu? Porque conheci eu um grande amor e era tão feliz e, de repente tudo estremeceu e o meu mundo belo ficou cheio de espinhos levando-me quase à loucura. Pois é na altura, eu, não sendo já muito jovem (43anos), pouca experiência tinha da vida e tinha vivido sempre num castelo de mordonomia, sem ter a noção das dificuldades que se passavam no mundo, como sofriam tantas pessoas, a fome, os maus tratos, o abandono, a hipocrisia, a inveja e a traição que existe neste mundo que hoje conheço tão bem..
Também já referi as lutas que tive para sobreviver e as grandes dificuldades que encontrei  quando vi todas as portas a fecharem-se na minha cara. A sociedade não perdoa quando há algo que nos machuca. A sociedade é a primeira a culpar o mais fraco, aquele que fica em situação inferior perante o outro,. Eu estive no meio dessa sociedade, que me acalentou e, depois me pontapeou sem se preocupar dos danos já causados e dos que viriam depois. Valeu-me o facto de as mulheres da minha família serem mulheres de fibra, mulheres lutadoras, mulheres que não baixam os braços, aquando de uma derrota esperando que algo ou alguém resolva os seus problemas. Revejo-me muito na pessoa da minha querida avó que lutou toda a sua vida  gerindo uma casa de lavoura, criar os seus catorze filhos e, preocupando-se sempre com as pessoas que mais necessidade tinham na sua aldeia ajudando-as, pela ausência constante do meu avô escapando-se para África, e, nas suas visitas anuais a casa sempre lhe deixava na barriga mais um filho, que  a todos, a minha querida avó criou com muito amor. Também eu como sua neta tive o privilégio de herdar tanta coisa sua.
Muitos amigos me perguntam a minha idade. Eu tenho a idade que quiser ter. Tenho alturas que sinto ter séculos outras uma jovem na flor da idade, mas felizmente sinto-me quase sempre na idade que diz ter o meu BI, que são 56 anos de idade, isto porque me sinto muito bem nesta minha idade.  Há muitas pessoas que pensam perder algo da sua personalidade quando por motivos que nós não conseguimos entender, a nossa vida dá uma reviravolta que nos leva a ficar sem os chamados "statos", sem dinheiro e o pior de tudo sem
emprego. Um trabalho é sempre um trabalho este dignifica-nos e pode ser muitas vezes a salvação de nós mesmas. Ter um trabalho nos dias de hoje é um privilégio. Eu à cerca de quinze anos, já nessa altura tive grandes dificuldades em arranjar um trabalho, digo trabalho porque há alguma diferença entre trabalho e emprego. Um trabalho é para quem quer trabalhar, com muita gente acontece querer um emprego e ter um bom salário. Difícilmente quem quer emprego se sujeita a um trabalho, pois em termos de qualificação faz toda a diferença, assim como no salário a receber. A minha cunhada é bem uma prova desta diferença, pessoa a por quem passei a ter uma grande estima, pela sua grande forças de vontade em sobreviver e lutar num pais que não era o seu. Ela, apaixonou-se por um irmão meu. No seu pais ela era médica e embora esteja a falar dum pais como a Roménia, onde se vive com frande4s dificuldades, ela arriscou e veio para Portugal atrás do seu amor, trabalhando como balconiste. Hoje já fez prevalecer o seu diploma de médica requerendo a nossa equivalência mas, passou alguns tempos menos bons certamente. 

segunda-feira, 5 de julho de 2010


(Esta imagem foi retirada da Google)

“AMEI”
Rasguei a solidão
Quando carreguei nos olhos teus
Os meus lábios cheios de flores
Sai de mim minha alma
E vai ao teu encontro
Entreguei meu coração
Agindo sem desapego
Amei o teu encanto
Esse teu jeito de ser
Sinto tanta saudade e tanto
Que para ti quero escrever
Escrevo com suavidade
Neste momento solene
Que me fez voltar à vida
E segurar forte o meu leme
Nesta minha grande alegria
Que encanto foi o teu
Encantou-me a tua xqalma
E a ti me prendeu
Que encanto foi o teu
Que envolveu a tua à minha alma
Sinto o cântico da terra
Numa pura liberdade
De bom tudo me trás
Até esta doce saudade
Que bem que me faz
Amei o teu jeito de olhar.

(Angelina Alves)



OS MEUS INTERESSES

Interesso-me muito pela escrita e pela leitura. Os meus livros preferidos são sobre esoterismo, fascina-me tudo o que esteja relacionado com a mente e com o paranormal. O primeiro livro que li e me deixou fascinada foi o “Pensamento”. Este livro fala sobre como funciona o pensamento e como este exerce sobre nós o positivismo ou negativismo sobre o nosso estado de espírito, ensinando a controlar a mente, pois esta é o domínio para todas as nossas fraquezas físicas. O pensamento é o nosso principal veículo do processo da consciencialização. A actividade de pensar confere aos homens “asas” para mover o mundo e “raízes” para aprofundar a realidade. O pensamento faz a grandeza ou pequinês do homem.
O segundo livro foi a Viagem das Almas que nos fala sobre a vida após morte refere-se à continuidade da Alma, Espírito ou mente de um ser após a morte física. Este livro diz que nós possuímos um espírito que veio de algum lugar e para lá voltará após a morte do nosso corpo físico, ou esta é apenas uma ideia tranquilizadora porque na verdade sentimos medo? O medo que sentimos leva-nos a pensar sobre o nada da morte que cortará todos os laços com a família e os amigos. A morte faz com que os nossos objectivos terrenos pareçam fúteis. A vida não teria qualquer significado se a morte fosse o fim de tudo aquilo que somos, eu penso assim.

Ainda falando neste livro “A VIAGEM DAS ALMAS”, escrito por um médico Inglês “Michael Newton”, onde ele dedica este livro à sua amada, esposa e companheira espiritual depois de sua morte, assim como menciona alguns de seus pacientes, que sem o seu testemunho o livro não seria possível. Este médico ajudou a resolver muitos problemas do foro psíquico recorrendo à regressão a outras vidas, ou ainda regredir a um passado mais longínquo aquando de certos traumas de infância que influenciaram negativamente a vida de um indivíduo, usando como método a Hipnose, método muito duvidoso há uns largos anos atrás, mas que hoje já faz parte de alguns hospitais como apoio a determinadas terapias, sobretudo do foro “neurológico psicológico”. Este livro de uma certa maneira ajudou-me a superar definitivamente a morte da minha avó.

Li ainda a Quarta dimensão, A Relação do Espaço Tempo, Portas Para Outros mundos, A Força Vital, A Sensibilidade Psíquica, etc.

Interesso-me muito pela escrita, a minha grande paixão é escrever poesia.

Interesso-me por Cinema. O filme que vi e que mais me marcou foi África Minha pela beleza de fotografia e paisagem. Recuando no tempo, E Tudo o Vento Levou, pela sua magnífica história de amor. Interessa-me acompanhar as mudanças, actualizar-me não me deixando parar no tempo. Interesso-me pela natureza ver, sentir, cheirar a natureza faz sentir-me livre.

Interesso-me pelo bem-estar dos meus filhos sempre. Interesso-me em viver a minha vida com dignidade.
Eu tenho os meus defeitos mas, já deixei de ser ansiosa e de ficar irritada com facilidade. Passei a pensar seriamente que a minha vida é a minha maior empresa e não posso deixar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que apesar das agruras da vida, vale a pena viver, pois são os desafios por que passamos, as incompreensões e períodos de crise, que fazem de nós pessoas de coragem. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e de nos tornarmos autores da própria história. É atravessarmos desertos fora de nós próprios, é sermos capazes de encontrar um oásis no recôndito da nossa alma. Ser feliz é agradecermos a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não termos medo dos nossos próprios sentimentos. É saber falar de nós mesmos, e ter a coragem para ouvir um “não”, é ter a segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Muitas! Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

domingo, 4 de julho de 2010

"ESSÊNCIA"




(Esta imagem foi oferecida pela querida amiga Anna)

Levantei os meus olhos para o céu
Pedi a Deus um ponto de apoio
O meu cansaço rasgou o véu
Do peso do fardo
Que Deus me deu
E Deus me disse:
Apoia-te em ti mesma
A tua alavanca é a tua consciência
Foi assim que olhei o meu mundo
Este mundo onde vivo emprestada
Sem nada - essência
A janela do amor
Essa imensa e grande janela
Sempre aberta onde me desnudo
E penso estar preparada.
Peço a Deus Clemência
Agarro-me à minha alavanca
O apoio de mim mesma.

(Angelina Alves)



sábado, 3 de julho de 2010

"Todo o meu amor para ti filha amada"



Pudesse eu voar livremente por uns instantes,
Aspirar livremente um ar embalsamado
No ar agarrar a luz em ondas ondulantes
Deixar um Anjo sentado ao teu lado...

Que iluminasse a tua alma de amor
 Retirasse o mistério que essa dor encerra
Que soletrasse contigo a magia da Primavera
Que sentisses o fluir no céu e na terra
E esse anjo sanaria de ti toda a tua dor...

És a minha flor, o meu mimo a minha candura
Por ti peço a Deus que faça a tua alma pura
Deus abençoará o meu tão fervoroso pedido.

Ainda olho a tua ternura de inocênte criança
Revigorada com a vida que tem o sol e a lua
Amo-te tanto filha amada nada está esquecido.

Na alvorada da vida ó filha para mim sorriste
Sorri para a vida agarra as forças,
 Que dentro de ti existe...

"Todo o meu amor para ti filha amada"

(Angelina Alves)


"A ti! Meu Deus"



(Esta imagem foi-me oferecida pela minha amiga muito querida Anna)

Hoje minha filha amada estava frágil
Senti a sua voz tremula
Quando com ela falei
Peço a Deus Mesiricórdia Infinita
Ó condescendencia inefável
TU! Meu Deus
Que tens nas Tuas mãos
A vida de todas as criaturas
A ninguém aqui na terra eu tanto amei
Como amo a minha amada filha
Esta que nasceu quando hesitei
Mas tu ajudas-te a dar-lhe vida
Peço-te agora Clemência
Ilumina este pobre coração
Que sofre de dor
Mas sempre com alegria
Dai-lhe acção de Graças
Por ela mesma
A Ti elevo meus olhos
Cheios de lágrimas
Chama por Ti
A minha consciência
Oh! Mesiricórdia Infinita
A tudo já me habituei
Só esta dificuldade eu Te Peço
Que Percas um pouco de tempo
Dando Graças à minha filha amada
Alivia o seu desalento
Fortifica o seu coração
Manda-lhe um suave vento
Toca na sua mão
Para que ela sinta
Que o teu amor de Pai
É tão belo
É tão intenso
É Tão verdadeiro.
No interior desta minha sela
Onde só Deus é meu Amado
Um suave néctar bebi:
Em paz fiquei quando desci
As escadas do meu cávario.
Minha alma impregnou
Com vivo empenho
Pedindo por minha filha ao Senhor
Deus é Pai Deus é Amor.
Na vida ganhei experiência
Sei que o amor tanta força tem
Que de tudo tira fruto
De tudo, tanto do mal
Quanto do bem
Sabe o amor tirar proveito
Ateia-se no meu peito
Minha filha amada
Este é o meu grande amor de mãe.

(Como te amo minha amada filha)

(Angelina Alves)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Contrastes"

Não me custou nada adaptar-me à minha terra natal, a cidade que me acolheu de braços abertos, depois de tantos anos ausente. Deixei esta cidade perto dos seis anos para ir para um colégio interno, Lisboa, mais própriamente em Odivelas. O destino trouxe-me de novo às minhas origens. Tenho reconhecido com facilidade os odores, as cores, os cantinhos da minha infância, que embora tudo esteja mais velho ainda está tudo identificável, sobretudo, na aldeia dos meus avós. Aos fins de semana vou até à aldeia onde faço grandes passeios a pé, revivendo cada monte, olhando cada vale como que nunca tivesse estado ausente. Escuto o cantar dos passarinhos no silêncio mágico onde me traz todas as recordações da minha linda infância. Quando acordo na aldeia  sinto a carícia de todos os odores a beijar-me a face, o cheiro a terra molhada quando chove no Verão quente, (único). Quando me sento na varanda onde a minha querida avó pegava em mim ao colo, consigo ouvir as palavras da minha avó quando me dizia: Olha minha querida e pequenina princesa, olha aquela estrela lá no céu, quando eu morrer estarei ali para te proteger; é simplesmente mágico toda esta minha vida vivida por estas terras que são as minhas origens. As vissicitudes da vida e suas agruras, roubaram-me muita coisa, mas reconquistei esta riqueza que me dá tanta felicidade tanta paz de espírito, tanta calma. Por isso eu digo: Nunca fui tão feliz como o sou agora, apesar de algumas dificuldades, mas tudo é superado com outro saber, com outra postura, com muita vontade de viver ainda que seja na sequencia de um dia a seguir ao outro.
Não entendo nada de agricultura, mas aprendi a cultivar flores. Dei vida a um grande espaço que outrora era para pasto de galinhas e porcos, aquando do tempo dos meus avós. Fim daquele espaço o meu jardim secreto, onde cada flor que eu semeio, dou-lhe uma história, representando assim a minha vida passada, cheia de coisas contadas em cada flor. Revivo no meu jardim onde semeei minha vida contada na vida de cada flor, algumas vão morrendo mas, logo semeio outra. Esta é a forma de eu manter viva toda a minha existência na passagem por este mundo. Aqui relembro os belos dias passados com todos aqueles que muito me amaram e que já partiram para outra dimensão. Aqui os meus pensamentos tornam-se profundos aquando das minhas meditações onde eu me encontro com a minha consciência e reflicto sobre a minha existência. Aqui recarrego as baterias que me ajudam a estar cada dia com mais força, com mais ânimo para ultrapassar certas dificuldades, tais como a grave doença da minha amada filha e até o afastamento e o silêncio despreocupado do meu igualmente amado filho.
Aquela tarde passava depressa; Era preciso voltar aos Buissontes; mas antes de abalar tomava a merenda, que havia no meu cestinho. Ah! a bela fatia de pão barrada com mel e açúcar preparada pela minha avó, sempre do mesmo jeito colorida e gostoso de me abrir o apetite. Com esta lembrança fechei a porta da casa da aldeia e regressei à minha cidade onde vivo em Chaves que fica a 18 quilómetros desta mágica a por mim muito amada. A aldeia de tudo o que de bom me lembro da minha infância.
Caju um raio na terra de um vizinho, bem perto, eu senti qualquer coisa que me encantou...Pareceu-me que DEUS, estava bem perto de mim. Como quando naquele dia longínquo se toldou subitamente o belo céu azul do campo; quando os relâmpagos fuzilavam deslumbrantes. Olhei à direita e à esquerda para nada perder deste majestoso espectáculo: Assustador mas eu, sem me assustar. Olhei parada fixando o infinito...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Amo-te muito minha amada filha"

Todos os pormenores da doença da minha querida filha estão presentes no meu coração e a minha incapacidade para fazer nada. Toda esta passagem tem sido para mim uma grande lição de vida.Timidamente fico de mãos prezas apenas rezando e pedindo aos céus pela sua cura. Uma mãe nunca está preparada para enfrentar esta doença tão grave de uma filha. Toadas as noites quando falo com a minha amada filha sinto o peso da sua dor na minha alma, apesar de ela sempre minimizar com palavras cheias de sorrisos a sua fragilidade impostas na sua grande esperança de cura, carregadas de coragem pela vontade que ela tem de viver. O dia corre e apesar das distracções que vou tendo, o meu pensamento sempre voa para junto da minha amada filha. Nem ela se apercebe da minha tão grande preocupação temendo sempre por ela. Tudo se tem complicado nos últimos tempos, mas eu não perco a fé, nem a esperança que amanhã tudo pode mudar. Aprendi a viver um dia de cada vez. Aprendi a conhecer a  minha pequenez, mas também a minha grandeza, a lidar com as coisas e a dar importância aquelas que outrora nem dava por elas. aquelas coisas que parecem insignificantes mas, que num contexto de vida, são tão importantes que são elas que nos ajudam a chegar ao alto. Tudo é como subir uma escada e começar pelo primeiro degrau até chegar ao último. é preciso fazer isto todos os dias. Assim se sente o valor e se dá importância a cada dia que vivemos, aprendendo a crescer como seres.
Minha amada filha1 Como te amo. Daria a minha vida por ti. Digo para mim tantas vezes: Eu estou a viver a terceira época da minha existência que tem sido a mais dolorosa, sobretudo depois da anunciada doença da minha filha. Mas por incrível que pareça também tem sido a época mais feliz da minha vida. Hoje sinto-me uma mulher amadurecida mas, de muito bem com a vida. Quando nós nos aceitamos e aceitamos o que a vida nos dá com a preparação necessária a cada momento, ultrapassamos as coisas menos boas com mais calma, com mais maturidade, isso ajuda a que não nos deixemos vencer pelo medo. O amanhã! chegar ao amanhã é um passo repleto de surpresas e encorajamento. É este passo para o dia seguinte que hoje faz toda a diferença. Saborear cada segundo, sentir o cheiro das flores e do vento e do doce orvalho matinal...
Amanhã ao acordei vou apanhar flores e mandar para ti filha amada o meu pensamento carregado de odores da vida. Todo o meu amor por ti e para ti. Amo-te muito minha amada e querida filha.

"Homenagem à minha querida avó"





(Imagem oferecida pela querida Mada)

"Saudades do teu colo minha adorada avó"

Minha querida avó, como eu fui feliz
Naquela idade que tu me davas o teu colo.
Lembro-me de ti tantas vezes oh se lembro
Quando me falas que a virtude tem seus encantos
E me falavas com o teu jeito simples
Do teu grande império de todas as tuas boas acções.
Tu que nunca te queixas-te das ofensas e até maus tratos do avô
E do seu abandono aquando das suas longas viagens para África.
Deixas-te que te tirassem a tua liberdade sem lamentos visíveis
Mas recalcados no fundo da tua alma e
Mostravas sempre um sorriso encantador
No brilho dos teus olhos...
Ah! Como passaram depressa esses anos risonhos
Da minha doce infância, que tão doce e suavemente
Me estão guardados na alma!
Lembro-me com saudade dos nossos passeios pelo campo,
Das canções de embalar e dos versos que fazias para mim
Sempre a tentar rimar.
Como eu gostava já nessa altura dos vastos horizontes,
Da amplidão do espaço, da grandeza das árvores!
Numa palavra, Herdei de ti este fascínio que exerce
Sobre mim toda a natureza que me extasia
Com toda a sua beleza e me embala numa melodia
Que transporta minha alma em comunhão com as estrelas
Com os céus. Que saudades querida avó1
Não encontrei ninguém neste mundo com a tua bondade
Com a tua generosa capacidade de teres sempre
As mãos cheias de boas vontades em ajudar:
Lembro de todas as noites na hora da ceia
Reveres sempre a quem no dia seguinte irias levar batatas!
A tua grande preocupação com os pobres.
Dizias que o pão nunca pode faltar na mesa
Pois é a maior riqueza dada por Deus à nossa mesa.
E até do avô, quando nas suas vindas de África
Me levava para a adega e me baloiçava no baloiço...
Hoje sou suficientemente madura para entender
Que o melhor que temos nesta vida
São as boas lembranças que nos ajudam a minimizar
As agruras da vida. Estas lembranças são as minhas referências
Que guardo de ti como a pessoa mais importante para mim...
Tudo foi tão diferente daquilo que falavas para mim!
As flores da Primavera começam a germinar
Sobre o solo coberto de neve
E desabrocham aos primeiros raios de sol,
Assim seria. Recordações que guardo de ti e para ti
Estou escrevendo. Passarei mais um Inverno difícil.
Encherei o meu cálice de lágrimas...

(Angelina Alves)