terça-feira, 25 de maio de 2010


No amor temos que dar espaço a quem se ama: saber esperar, saber estar quieto, saber abrir os braços sem pedir nada em troca, como as mães fazem com os seus filhos e os animais fazem com as suas crias. É assim a quietude uma das normas do mundo. Sempre ouvi dizer que não se entra duas vezes na mesma nuvem, hoje eu posso dizer isto, mas no que diz respeito ao amor, este não acaba nunca quando queremos... Podemos sair da nuvem e nem mesmo querendo entrar nela, tentando e...não conseguimos mais entrar. Amar alguém em silêncio, desejar estar com alguém e no entanto por pudor, fica-se quieto, não se arrisca. Vamos-nos apercebendo que o tempo está fugindo de nós e aquilo que pensavamos ser importante, até vai ficando...
As conversas foram sendo trocadas pelo silêncio, foste fazendo ver-me que o meu sonho contigo estava a anunciar o fim como certo. Vai a fazer seis meses que nos vimos, reconheço agora que nos nossos gestos silenciosos já havia um rasto de tristeza que me fazia lembrar a alma dos peixes aquáticos quando moribundos...
A última vez que falamos ao telefone aquando da tua ida da minha casa, senti no tom da tua voz aquela indiferença, como se fosse a despedida final, ou seja senti o desinteresse que já estava instalado no teu coração, fazendo-se notar no teu tom de voz. Agravando tudo quando da tua boca saiu: Não me lembrei de telefonar para ti.
O natal passou e o silêncio permaneceu em nós. Nem sequer a preocupação de um gesto ainda que através da boa educação  de perguntares se a ...!...estava melhor. O engraçado é que: Eu sei que voltarás; não sei se isso é bom ou mau! não sei... Voltarás daqui a meses, daqui a anos, e neste tempo vamos ficar a pensar, como é que somos suficientemente loucos para viver uma impossibilidade e suficientemente sensatos para não sofrer com ela. No entanto eu tenho um pouco mais de sorte, porque vou uns passos largos à tua frente: Já sei onde é a minha casa e já encontrei a minha missão na terra.
 Tu procuras ainda muitos caminhos e por isso ainda não podes escolher nenhum. Já te disse um dia: Gostava que a tua casa fosse o meu coração. Se assim fosse saberias sempre  o caminho de voltar para casa. mesmo que o teu espírito nómado e fugidio te leve sempre as cavernas, onde te refugias do mundo. Mas o meu coração é enorme! Tu bem sabes...

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