sexta-feira, 14 de junho de 2013


O sol fechara a tarde

Sobre a minha ventura

Partiu sem marcar hora

Perdeu o dia todo o encanto

Quando a ternura do teu olhar

Apagou o som a palavra definitiva

... Eu quis gritar

Quis erguer as caídas esperanças

Passei as minhas mãos

Pela tua face beijei-te em lembranças

Apenas me consegui recolher

Em meus pensamentos

Sentindo um vago rumor

O rumor dos guizos á beira mar

Silênciei os meus momentos

As palavras bateram descontroladas

O sol ainda me iluminava

Enquanto com os meus olhos o recolhia...

Caiu um fumo sobre um buraco de luz

Mais volúvel que um bando de pássaros

Senti-me morrer em todos os gestos

Senti-me fraquejar nos meus passos

Na tela ao fundo a tua história

A tua face é um jardim de estátua

Fiz o caminho ao avesso

Mas com toda a solenidade

Farei o caminho de regresso

Enquanto o espelho se vira

Recomponho a dura realidade

E, tudo começa pelo começo.

Assim passa a noite e o dia

Apenas toca um sino a perturbar

As linhas de um rosto que recompus

Abri a janela deixei entrar

O som da atmosfera vinda de fora

Arrumei a paisagem quotidiana

Marquei-me na minha profunda solidão

E, ao olhar ao fundo as colinas

Olho-te: Sinto-te. és o meu sorriso e inspiração

E, sem medo ergui-me

Deixei entrar ar pelas minhas narinas

Levantei-me do chão...

Amanhã!

Amanhã será um novo dia

Tu! viverás para sempre no meu coração.


"Dedicado à minha amada filha"

 
(Escrito por: Angelina Alves)