sábado, 31 de outubro de 2015

"Louca - Lúcida"


Já vai longa a minha caminhada
Perdi o numero dos quantos dias
Vividos de sacrifício, dor e desilusão
Palavras não se calam na minha boca
Guardo todas as pedrinhas da minha estrada
Em cada uma revivo as minhas alegrias
Ainda canta o meu coraçao
Mesmo quando me chamam de louca.


Sim há quem me chame de mulher louca
Estarei eu tão louca - tão lúcida tão atenta
Que não me deixo por nada vencer
As árvores morrem de pé - morrerei com elas
Gritarei por justiça: Não calaram a minha boca
Serei tudo aquilo que quiserem que eu seja
Não me arrancam as paisagens das minhas telas
Pintadas com tanto amor e paixão que provoca
Em tanta gente: raiva, inveja, frustração: Louca.

Escrito por: Angelina Alves


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

"Extractos"



Já nada sou do fui outrora
O tempo em que a mulher começa
A sonhar para a vida
E com intensidade a vida devora
Tempo que espera tudo aconteça
Sonhos, amor e muita alegria.


Hoje dói-me todo o corpo
Não é dor de dor é desilusão
São as lágrimas de silencio morto
A inocência adulta do coraçao
Que se transforma lentamente a chorar
As cordas do violino quebraram a madrugada
A minha voz faz eco a cantar
Nada sou do que fui - sou alvorada

Escrito por: Angelina Alves



"Desolação"




Somos invadidos de gestos mudos
Não é o que nos queremos nem traçamos
Palavras sem esperança ficamos surdos
Olhamos parados o Pais que tanto amamos.
Hoje vivemos sem saber para onde vamos
A nossa vida já não está na nossa mão
O nosso Pais! Por quem somos governados
Palavras sem esperança - escuridão.


Os sorrisos apagam-se já sem esperança
Os rostos da amargura vivem desolados
Que vida se pode viver sem confiança
Sem saber para onde vamos - encurralados.
Há um peso de solidão bem demarcado
Em cada rosto um grito surdo do que vivemos
Perdem-se as imagens do nosso pais cantado
O nosso Hino - em nosso sangue o temos.

Escrito por: Angelina Alves

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"Extractos"



Já atravessei montanhas e vales
Bebi o orvalho da noite - o luar
Dancei com a lua  exorcizei males
Andei descalça dormi no mar.

 Na minha viagem sempre Solitária
Choro, canto, rio caminho sem medo
Grande riqueza - a minha Alma
Nada tenho -  e tudo tenho.

Vivo nos jardins das minhas flores
Plantados por mim sabiamente
Lá estão todos os bons odores
Eu nos meus jardins - alegremente.

Nossos os jardins que nós plantamos
E as auroras que vimos nascer
Os passarinhos com eles cantamos
A canção de viver que nos faz de viver

Escrito por: Angelina Alves




Extractos






Já perdi a esperança de voltares a caminhar a meu lado, pelas ruas de sempre. Por Lisboa, Madrid e a nossa cidade eleita Paris. Tempos ouve que eu me lembrava e desejava a nossa aproximação. O teu feitio tranquilo e conciliador iria encontrar uma forma subtil de ficarmos juntos. Que se iriam resgatar os nossos beijos adiados ao longo do tempo, todos os abraços, todos os momentos que desejamos repetir, como se nunca deixássemos de o fazer.Por vezes sinto-te como que nunca tivesses saído do meu sangue, mas sim, já aprendi a viver com isso. O tempo modera, pondera e apazigua tudo.Há amores que nunca morrem, não há? Por isso até consegui alcançar esse estado de sabedoria e de desprendimento, preciso de paz e de silencio, para que o meu luto não seja vão. Hoje o que quero da vida, afinal são coisas muito simples; paz, tranquilidade, amigos, tempo para aqueles que amo e viver na minha casa cheia de sol e de coraçao cheio de boas recordações, só boas boas, porque as más, apenas as quero lembrar para nao repetir os mesmos erros...

Extractos de: Angelina Alves



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

"Desassossego"


Não sei que espécie de caminhante eu sou
Há dias que sinto o peso do mundo às costas
Hoje caminho sem saber para onde vou
Ando para a frente recuo ando às voltas.


Não sei que espécie de caminhante eu sou
Hoje o dia cega-me os olhos, rasga-me o peito
Quero uma nova luz no meu caminho onde estou
Completamente caída no chão sem agasalho sem leito.


Recorro à minha inabalável fé em Deus
Imploro a todos os Anjos que me tragam a Luz
Que a Terra quer apagar para mim - Céus atormentados
Silêncios tremendamente embalados desassossego - eu
Caminhante sem saber para onde vou, quem me conduz
Neste caminhar onde todos os sonhos morrem inacabados.

Escrito por: Angelina Alves


terça-feira, 27 de outubro de 2015

"Dia de Outono"



Olho as folhas caídas entre si murmurando
Neste dia de Outono frio e desnudado
Ainda ouço os passarinhos cantando
Esvoaçando nos ares do céu nublado.
Ouço o silencio de tantos silêncios
Tocam as arpas negras dos astros
Há desertos de sombras - o luar dança
As estrelas iluminam os mares inquietos
Em harmonia juntam-se todos os gestos
Vislumbra a beleza do Outono que canta.
A folhagem murmura perfumada
Dançam entre si nos palcos da vida
Até parecem flores espalhadas pela estrada
Este dia ilumina-se - a cor cinza desliza.

Escrito por: Angelina Alves


segunda-feira, 26 de outubro de 2015



A graciosidade, a alegria, a plenitude
Esvoaçava em mim até nos meus passos
Oh! beleza bela da graciosa juventude
Hoje a palidez preenche os vazios espaços.
Com nervosismo entrelaço os meus dedos
Olho a palidez das estrelas afastadas
Resgataram as ânsias e os meus medos 
Voltaram a iluminar caminhos e estradas.
Para lá de todas as incertezas vividas
Neste caminhar agreste onde a vida doí
Há sempre sorrisos, há sempre alegrias
É assim que a sabedoria se constrói.
Lembro da minha bela juventude
Onde tudo era fácil e tantos sonhos havia
Hoje vivo em outros tempos a plenitude
Do meu saber, maturidade - alegria.
Hoje vivo em plenitude
Mesmo longe da juventude.

Escrito por: Angelina Alves





domingo, 25 de outubro de 2015

"Rio Tâmega"


Sobre o rio Tâmega, a água velada de bruma
O sol lá muito longe sobre o rio desce
Impregnando como uma cascata de espuma
Orgulhoso o rio corre pelo vale - cresce.
Cresce em cada curva ao passar
Canta uma melodia em fantásticos ritmos
Ondas de água que me lembram  o mar
E até horizontes de fundo marítimos.
Olho a água transparente e velada
Deste rio que banha a minha cidade
Banhada pelo sol - cor prateada
Rio Tâmega, imponente sem idade.
Por cima do rio o vale despido como o Outono
As folhas caem soltas ao abandono
Com uma luz que fica no ar suspensa
A luz do sol que sempre marca a sua presença.

Escrito por: Angelina Alves





sábado, 24 de outubro de 2015

"Quando se ama alguém"



Quando se ama alguém tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco. nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. E, aprendemos a respirar na espera e a viver nela, afeiçoando-nos a um sonho como se fosse verdade. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. E provavelmente é por tudo isso que eu, já aprendi a esperar, confiando à vida tudo o que não sei, ou não posso escolher. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é mais fácil viver.

Extractos de: Angelina Alves


sábado, 17 de outubro de 2015

"Em busca da paz"



São aos milhares percorrem grandes caminhos
Quilómetros e quilómetros  das longas estradas
Bagagem - a esperança de melhor vida para seus filhos
Em busca da paz: fardo pesado nas longas caminhadas.
Seguem um sonho em busca da paz com muita esperança
Inventam imagens de sonhos em outra terra que não a sua
E quando tudo e posto sobre uma balança
A busca pela paz perdeu-se pela rua.
Crianças perdidas sem pai e sem mãe
Em pálida esperança ainda olham para o céu
Que alguém apareça - alguém de bem
E, as acolha em paz no mundo seu.
Há o dia de hoje - há o dia de amanha
Os dias podem ser escuros e podem ser claros
A busca pela paz nunca é vã
Mas, os sonhos de maravilha são raros.
Fossem os dias, dias de horas leves de esperança
Onde a busca pela paz, fosse tranquila e serena
Como um bailado de uma pura dança
E o caminhar tivesse a paz de uma vida plena.

Escrito por: Angelina Alves


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

" Extractos"



Gosto de usar as palavras num colorido bailado
Onde as letras se juntam em fragmentos de poesia
Muitas vezes letras com um doce amargo
Outras num colorido bailado de muita alegria.
Gosto de usar as palavras como metáforas
 Falando de mim e de ti, só para eu entender
Sempre renovo as palavras já gastas
Sejam de tristeza, alegria - tudo faz parte do viver
Ah! Quem me dera ter o dom da escrita solene
Por nas horas mortas o perfume de rosas e sua cor
Navegar na viagem da vida segurando o leme
Usando só as palavras num colorido bailado de amor.
E quando a noite chegar e o dia escurecer
Possa eu escrever - cantando ou chorando
Todo o fulgor da minha vida sem esmorecer
A minha fé e esperança - chorando ou cantando.

Escrito por: Angelina Alves



quinta-feira, 15 de outubro de 2015



Estranha noite passada  
Sem estrelas, sem a luz da lua
Estranha noite calada
Até a brisa do vento recua
Noite silenciosa como a água  parada no lago
 Noite de agonia onde a morte dança
Sobressalto - acordo desse silencio vago
Recomeço o meu dia - fé e esperança.

Escrito por: Angelina Alves



segunda-feira, 12 de outubro de 2015

"Extractos"


Na noite os astros e a lua a terra inunda
Vestindo a noite de mantos leves
Silencio da noite que a mim se curva
O dia virá - E tu Sol que o meu dia aqueces
No fundo de mim o sol num jardim lunar
Que guia e sustenta os meus gestos
Bandos de pássaros - O dia está a chegar.
Agarro-me à vida sem medo
Baloiço-me no meu jardim lunar vento leve
Ergo-me para a vida - Eu me ergo.
Alegria, sorrisos e muita fé nada impede
Que a lua e os astros iluminem a noite silenciosa
Os ventos soltam-se - O sol nasce - A terra aquece
A vida floresce - Deus - Misericordiosa.

Escrito por: Angelina Alves


sábado, 10 de outubro de 2015

"Encantos e desecantos"


Já tive os meus encantos de amor
Já dancei com o vento sobre a lua
Já amei no leito do mar - ardor
E dos teus encantos - eu, fui tua.
Já vivi em castelos dourados
De encantos, a minha vida foi bela
Amamos-nos, no leito dos verdes prados
Os meus encantos pintados na minha tela.
Hoje -  olho o meu castelo em ruínas
Olho o mar onde te amei, mar sem fim
Olho o meu castelo sem mim já sem cortinas
Ah! o meu sonho sonhado - não foi para mim.
Encantos e desencantos num ácido de multicor
Por encantos e desencantos eu fui levada
Hoje meu mundo é diferente, mas cheio de amor
Outro encanto - O encanto do espírito - da Alma.

Escrito por: Angelina Alves



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

<"Extractos"


Chega-me imagens de ti na manha amargura
Por vezes transbordam fugitivas
Por entre mil silêncios de brandos astros
Chega-me a aragem de maresia perfumada
Sonhos passados, vidas de muitas vidas
Luas e mares, céu e terra - já gastos.
Olho-me no espelho transfigurada
Tento focar-me em seus reflexos
Sinto as árvores que caem na estrada
Grito - os meus gritos quebram-se em ecos.
Um grito cego chaga as estrelas
Chamo por ti meu Anjo que me protejas
A minha alma  está no luar e na flor
Reflexos vidas espelhadas de amor.

Escrito por: Angelina Alves



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

" Estás sempre presente"


Tu caminhas na minha frente
Iluminando o meu caminho dando-lhe graça
Tu que no meu pensamento estás sempre
A tua presença em mim nunca se apaga.
Embora haja dias de suplicio e, exausta
Mostro frágeis de alegria os meus gestos
Minha força nunca quebra, nunca abala
Tu que sempre apaziguas os bravos ventos.
Sempre sinto e vivo o teu sorriso
Que é um alivio, um presente em cada dor
Diluem-se as rochas - canta um passarinho.
Vejo sorrisos pintados nos astros
Através das montanhas, dos vales e paisagens
Em cada caminho encontro as nossas imagens
Em cada passo - piso os teus passos
.
Escrito por: Angelina Alves


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

"Rosas Vermelhas"



Espalhas-te pela nossa cama
 Lindas rosas vermelhas
A mesa composta de um belo manjar
Janela aberta - viam-se as estrelas
Com o teu amor: falavas-me à alma
A nossa mais linda noite de encantar
O luar foi nosso em noites transparentes
Deste-me noites, dias e tardes luminosas
Amas-te-me e todas as primaveras ardentes
A nossa história - por todos os continentes.
Ah depois, uma doçura amarga de espera
A exaltação de por ti esperar e não te ver
O doce amargo daquela primavera
Rosas vermelhas! o teu amor deixei de ter.
A mim um silencio amargo se colou
Num murmurar confuso o vento soprou
Parei olhando as rosas flutuando no o mar
Vi rosas vermelhas -  rosas no mar a flutuar.


Escrito por: Angelina Alves


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

" Jardim de Outono"




Quero o meu jardim vivo e bem florido
Quero olhar os montes e as lindas paisagens
Quero sentir o vento cantar ao meu ouvido
Quero ver as árvores e suas folhagens.
Quero o Outono com paisagens de multicor
Quero tardes quentes e jardins de cristal
Quero uma alvorada com o seu próprio odor
Quero ver o meu jardim e ficar fascinada de o olhar.
Quero avançar pelos meus caminhos sempre floridos
Quero cantar com os pássaros o amor da vida e ser levada
Ao jardim de muitos encantos onde os sonhos não foram perdidos.
Quero no meu jardim um lago ou uma pura fonte
Quero lavar minhas mágoas, quero cantar
Quero no meu jardim fazer uma ponte
Que a ti - essa ponte me possa ligar.

Escrito por: Angelina Alves


"Já senti e vivi"


Já vivi dentro da dança de muitos tormentos
Já atravessei montanhas vales e até cometas
Ouvi o cantar dos passarinhos e o uivar dos ventos
Já senti e vivi o brilho de muitas estrelas.
Já vi a tristeza, o sobressalto a dor nas faces nuas
Onde homens e mulheres nas sombras se cruzavam
Vi magnéticos olhos de profundas luas
E já vi a separação pela morte de pessoas que se amavam.
Já vi pontes de gente alucinados
Perdidos em labirintos de longos caminhos
Já vi gestos de gentes mutilados
Já vivi tanto tempo: Realidade - sonhos - não sonhados.
Já bebi o luar de noites frias perdidas no horizonte
Já abracei cumes, montanhas e vales perdidos nesta terra 
Naveguei na minha viagem. Lavei minha alma na mais pura fonte
Já me iludi e já me desiludi. Hoje navego noutra era.
Hoje vivo nos meus jardins de raras flores
Vivo noites sonhadas e cheias de luar
Vivo todos os sonhos em histórias vividas de amores
As árvores floriram - há lagos nos jardins do meu estar.
.
Escrito por: Angelina Alves