sábado, 27 de julho de 2013

(Reeditado)



Há uma luz que se esvazia nos olhos tristes, como um vulto num espaço opaco, todavia fica a memória que em vão procura abrir-se a imagens de lembranças: rostos, sítios, mares, terras e até corpos delicados num curvar de ombros ou perfis. Sempre se recorda, ou se sonha do que mesmo sendo já antigo no tempo, foi e é ardente em nosso tempo. Vemo-nos em outros rostos, em outros gestos e embora o passado não nos alimente; alimenta o vivo quadro, acendido em sonhos e lembranças. Mas o passado sempre se renova em cores e em formas ainda que sejam repetidas. E quando esse halo opaco se esvazia, a pouco e pouco nos rodeia a vida, nem sequer o lembrar nos resta, porque os sonhos não se entregam: Crepuscular a luz obscurece tudo.

Que interessa ter as mãos cheias de ouro

Quando o fogo da vida apagou

Os rebentos mais lindos, o mais valioso tesouro

O folgo da vida: A vida levou.

E quantas lembranças e quantas imagens

Se perderam na longa viagem do tempo?

Oceanos, mares, vales, gente; miragens

crepuscular a luz que apazigua o vento

Trava tempestades e põe os olhos tristes

A joia mais bela da vida, a própria vida

Ardente é o corpo: vida existes

Rostos, corpos delicados da alegria

Que seja florida a compreensão

Renovadas as cores e as formas repetidas

Vida, Onde há vida há sonho, há coração

O crepuscular da luz em nossas vidas…

Escrito por: Angelina Alves





sexta-feira, 26 de julho de 2013



"A carta "

Sabes o que  me fazia feliz agora? Ser surpreendida pela vida. Ouvir a campainha da porta e receber um ramo de flores. Atender o telefone e ouvir a voz de um amigo que vive do outro lado do mundo, com quem falo hà muito tempo e que julguei ter perdido para sempre. Ir  ao correio e receber um postal de um velho conhecido. Ver um filme que me ensine algo de novo e diferente. Aprender uma nova canção. Ler um livro que me aqueça a alma. O que eu quero da vida, afinal, são coisas muito simples, amigos, tempo para aqueles que amo, uma casa com muito sol e o coração cheio. E quero acreditar que um dia o amor vai de novo bater à minha porta, um amor talvez menos profundo e mais fácil, sem um cavalo branco, mas igualmente puro e belo, como foi o nosso.
Se quiseres fazer parte da minha vida, se quiseres ser tu esse amor feliz e real, talvez ainda vàs a tempo. Penèpoles ouviu os passos de Ulisses quando ele regressou cansado de ser herói, mais ainda com vontade de ser marido. Talvez também consiga ouvir os teus passos cansados, se decidires que esta é a tua casa  e me bateres à porta com o teu sorriso triste, a tua eterna mala de rodinhas e um cesto carregado de laranjas.
Devia ser contida e horgulhosa, esconder-me atras de um muro como tu, mas as janelas da minha torre são muito grandes e não as consigo fechar. Prefiro trocar o orgulho pela verdade, ainda que isso me retire mistério e encanto. De qualquer forma, já nada tenho a perder e é a verdade que nos leva a encontrar a paz, como sempre acontece em todos os finais. Quando o coração morre, morre sempre devagar. Vai-se desfazendo como as folhas das árvores que caem no Outono, folha a folha, atá à última, tal como a esperança que um dia sucumbe à realidade e desiste.
 Escrevo esta carta, que se transformou na mais linda carta de amor, para que nunca esqueças do que foi o mau amor por ti.
 J+a estou cansada das palavras, mas não tenho outra forma de tocar a eternidade. Talvez o que aqui te escrevo te consiga mover mais uma vez, porque ao leres cada linha, sei que é a minha voz que irás ouvir.
Talvez o teu coração perca o medo de saltar para fora do peito e descubras finalmente onde pode ser a tua casa. Ou talves a folhes em fúria, me amaldiçoes por tanta sinceridade e despudor e a escondas num lugar perdido, para nunca mais a abrires, como fizeram os homens com a caixa de Pandora, acreditando que era  ela a culpada de se terem espalhado pelo mundo todas as desgraças e enfermidades. Só a Esperança não saiu da caixa, para salvar os mesmos homens. Quem sabe, um dia, alguem a descobre perdida, escondida num armazem obscuro de um antiqu+ario cego e surdo e volte a abri-la, devolvendo ao mundo o que sempre mais lhe faltou.
Mesmo assim, acredito que não me lerás de uma forma tão trágica e triste. Acredito que, mergulhado no silêncio, conseguirás ouvir a minha voz que sempre te tocou e, apesar da distância, sentirás a minha cara encostada nas tuas costas e os meus braços à volta do teu peito amparando-te no teu caminho, o meu olhar protector e a pedir proteção, o calor do meu corpo encostado ao teu, e à nossa volta, como a bênção divina, aquele véu de esperança que afinal nunca se perdeu.
Até lá, e como a vida nunca é como imaginamos, espero por ti sem esperar, sonhando que aquilo que desejo, se for bom para mim e o melhor para o mundo, se realiza, e a tua ausência seja apenas uma etapa, a razão pela qual te escrevo esta carta. Talvez ela sirva pata que te libertes dos medos, abandones a caverna e as suas tristezas sombrias. Se assim for, de alguma forma, terei cumprido a minha missão. E mesmo que não te tenha nos meus braços, viverás em mim, por tudo o que te dei, apesar de saber que é muito dificil ajudar alguém que cresceu sozinho e se habituou a nunca contar com o amor e a dedicação dos outros.
Cada escravo carrega a chave da sua liberdade, por isso aqui a tens. Todo o tempo que não é dedicado ao amor é tempo perdido. E tudo o que não +e dado, perde-se. Esta carta não foi inspirada em ti meu querido, foi escrita para ti. é tua. Peço~te que a guardes para sempre no teu coração

A.Alves




quarta-feira, 24 de julho de 2013





"Grandeza"

Todos nós estamos ligados por uma energia, a que muitos chamamos de amor.: mas, na verdade é a matéria - prima com a qual o Universo foi construido. Esta energia não pode ser manipulada - é ela que nos conduz suavemente, é nela que reside toda a nossa aprendizagem nesta vida. Se tentar-mos orientá-la para o que queremos, acabamos desesperados, frustados, desiludidos, porque ela é livre e selvagem

(O Zahir)



Hoje faz sete meses que partis-te para a longa viagem, escolhi este texto a cima, propositado para este dia, porque tem tudo a ver com a tua longa viagem. Separou-nos a materia - prima, mas, a energia do amor mantem-nos unidas espiritualmente para sempre. A saudade de ti doi muito, mas aquilo em que ambas acreditavamos está vivo no meu coração, então quando a saudade aperta e a alma doi, abraço-te em pensamento e agarro as tuas gargalhadas e bato palmas em onrra de ti minha amada filha.

(Angelina Alves)

sexta-feira, 19 de julho de 2013




"Ambivalência afectiva"

Nunca saberás mais que a tua mágoa
O que aos outros deste a entender
Antes tivesses imagens postas num quadro
Beberias melhor a sede da tua água
Não deixarias linhas incompletas antes de morrer
Serias um grande herói mesmo fora do teu estado.
Vazias desabitadas as tuas linhas incompletas
Mas fortes, muito fortes ficaram as teias
Tecidas em metal inquebrável; Consciência
Alma que sangra nas palavras incertas
Gela o sangue, gelam as veias...



Mas, há sempre uma luz que ilumina o coração da gente
Há sempre o cantar dos pássaros que nos desperta em cada manhã
E, há sempre uma gota de orvalho a quebrar o silêncio que sente
O horizonte e nos trás de uma forma delicada a coragem que nunca é vã
A alegria que nunca é demais, o sorriso que é sempre desejado
Chega a brisa da manhã toca o rosto sereno, sóbrio que sente a vida
Chega com um vento suave e, atrevida mente faz meus cabelos brincar
Há todo um mar que se envolve nesta magia, onde o desejo da vida é um dado ajustado
Ouço o soluçar da lua e, descubro as rizadas da minha alegria 
Adormeço no meu sono, embalo-me nas canções que contigo cantava: Adormeço a cantar.

Escrito por: Angelina Alves



domingo, 14 de julho de 2013




(Reeditado)
“AMEI”
Rasguei a solidão
Quando carreguei nos olhos teus
Os meus lábios cheios de flores
Sai de mim minha alma
E vai ao teu encontro
Entreguei meu coração
Agindo sem desapego
Amei o teu encanto
Esse teu jeito de ser
Sinto tanta saudade e tanto
Que para ti quero escrever
Escrevo com suavidade
Neste momento solene
Que me fez voltar à vida
E segurar forte o meu leme
Nesta minha grande alegria
Que encanto foi o teu
Encantou-me a tua xqalma
E a ti me prendeu
Que encanto foi o teu
Que envolveu a tua à minha alma
Sinto o cântico da terra
Numa pura liberdade
De bom tudo me trás
Até esta doce saudade
Que bem que me faz
Amei o teu jeito de olhar.


(Angelina Alves)





sexta-feira, 12 de julho de 2013




Tanto tempo e de ti apenas sei
A letra do teu nome
Que começa por a de amor...
Olhei o teu divagar profuso
E na voz do hino
Cantado por ti a favor
Descobri-te e sem saber conclui
Que nas minhas résteas de vaidade
Tanto me ficou por saber...
Vi em ti
O que em ninguém mais vi
E, na minha alma
Na unidade de mim
Vi tanta tristeza no teu olhar
Foi isso que me fez ficar
Na esperança que tu
Te conseguisses identificar...
Já terminei o meu livro
Onde muito falo de ti
Onde o sol e a lua se encontram
Como a rosa e o alecrim...
A saga morre comigo
Aquela que narra a nossa história
Aquela que me ligou a ti
E te deixou na minha memória
Só a metáfora nas palavras mudas
Foram atiradas ao vento
Um dia alguém me lê
Alguém ficará atento
Será lido tudo o que eu escrevi.
Em lágrimas me lavo
Por me ter lançado nesta rasteira
Bebo das minhas chagas
Quando tenho sede e quero beber
Como do meu sofrimento
Quando quero pão e não tenho o que  comer
Lembro-me da tua razão
Para não deixar-me morrer.
E continuo condenada
Condenada a viver
Alma triste: Triste alma.

(Angelina Alves)







quarta-feira, 10 de julho de 2013




"Suave Brisa saudade"

Caminhei nos vales da minha consciência
Percorrendo as tuas linhas
Às minhas linhas paralelas
Olhei da minha janela a longitude
Do vasto horizonte
O pano de fundo são telas
Em cor uniforme pintadas
A aguarelas...
Senti um vento soprado
Por uma brisa vinda
De um mar transparente
E nas suas ondas olhei as estrelas
E por momentos ainda
Que escassos
Olhei de repente
E...pareceram-me os teus passos...
O teu odor envolvente
Ficou, suave, manso e quis ficar
Senti pulsares frescos e via
Fiquei eloquente
A lua foi-me aconchegando
Olhei a beleza do vale molhado
Pelas lágrimas matizadas
Com a cor da vida
Fui ficando
De todo absorvida
Com o pano de fundo
Cor colorida...
Preenchi o meu silêncio
Foi o revolver
Das madrugadas
Olhar os vales cortados
A lâminas de vento
Levando-te meus recados
Num pensamento quente...
Mas logo sai de tal encanto
A chuva de prata acordou o vale
Que junto ao céu estava ancorado
Os sinos tocaram
O sol despertou
No mar atracaram
 O meu nome e o teu
Os meus sonhos
O vento levou...
.

( Escrito por: Angelina Alves)