sábado, 27 de agosto de 2011

"NADA É TUDO"


Deixo as minhas mãos cheias;
Tão cheias de nada...
 Nada é tudo o que eu tenho:
 Nada é tudo o que eu quero ter.
 Resta-me o mar e a beleza do seu manto de areias
 Que, não são minhas, mas, posso amá-las e posso vê-las.
 Resta-me o nada de nada ter,
É tudo o que precisa minha alma, meu ser.
 Meus nadas; meus muitos, minha vida meu viver.

(Angelina Alves)

sábado, 20 de agosto de 2011

"O SOL É SEMPRE O MESMO"




O sol é sempre o mesmo
Que brilha no céu azul
Transparente como o cristal
Ora cinza ora verde
E negro quando chove no vale
Há uma cor inesperada
Cai uma neve vermelha
Na doce paisagem avistada...
Os olhos da lua choram
Como pássaros perdidos
Que se atropelam entre si 
Os homens não são entendidos
E, sentem-se miseráveis parados
Há orgulhos em transe
Em pensamentos cortados
Tudo é tão igual tão mecânico táo frio...
Eu, pinto os olhos da lua
Que iluminam o vale atá ao rio
Pinto-os da cor do sol
Para que não morra nua
Da aventura do sonho
Que sobre a terra  cante
A melodia do sol sempre o mesmo
Que me deixe viver cada bocadinho
Da minha vida na contemplação
Do sol do mar e da lua
Na linda paisagem que foi nossa
Que foi minha e tua...
Quero recomeçar
Cada dia e cada noite
Adormecendo vendo o luar
Aquele que me fez contigo cantar
E viver cada dia
Sempre em paz e armonia
Que a neve seja tão branca
E o sol brilhe tanto
Que seque as águas da dor e do pranto...
Que cantem os corações de alegria
Que a vida seja uma doce melodia
Que o amor seja feito de um grande sorriso
Que a terra seja para todos um doce abrigo.

(Angelina Alves"



sábado, 13 de agosto de 2011

"VI NOS TEUS OLHOS"




Vi nos teus olhos

A tristeza dos campos

E dos vales sombrios

Senti a tua alma seca

Como um rio sem água

Pudesse eu a ti confessar

A minha tão grande esperança

Pudesse eu comungar

Contigo todos os dias da nossa vida...

Olho a tábua

Seca moldura abandonada nos rios

Que em cada corrente

Choram os meus olhos

Choram por ti lágrimas e prantos

Fechou-se a pedra no hermético canto

Perdeu-se em ti a alegria

Que girava em torno de nós...

As palavras vagueiam entre a terra e os céus

Como cristal destilado

Separados ficamos sós

Conhecendo o deserto de nossos corpos

A ti a vida me havia ligado

Com ténues véus

Embalsamou uma dor

Que nos liga para sempre

Pois nunca morre o nosso amor...

Veio a sombra dos vales

Ouvi-a por ti a chamar

A magia da vida deixara-te

Embriagada andei, andei às cegas

Trilhei contigo a morte

No sol nos mares

E, nos vales das sombras

Cansada dessa falsa luz

Deixei-me ir à sorte

E deixei-me fluir na macieza de um sonho...

Tento olhar a vida

Que me ensinas-te a viver

Tão cheio de ciência e de saber

Tu, meu sol minha maresia

A minha alma resgatou-me na minha essência

Iluminando a minha consciência

Nas sombras dos vales fez-se luz

E pelos mais belos atalhos me conduz.

 
(Angelina Alves
 
 

sábado, 6 de agosto de 2011

"Candura de um olhar"


Viverei dia após dia e mais uns instantes
Aspirar livremente um ar suavizado
Vogar  nas ondas do mar deslumbrantes
Viverei cada dia tendo-te a meu lado.
Lê meu hino de amor: o mistério que encerra
Soletro o teu nome apenas com olhar ligeiro
Oh! como vejo fluir o céu na terra
Amar sorrir falar de nós ao mundo inteiro.
Tinha então meus quinze anos
Flor leal de mimo e candura
Jurámos amor eterno em nossos planos
Ansiei consagrar a ti minha alma pura.
Olhas-te a minha inocência o amor que ardia em chama
Meu sorriso  de anjo  nos teus olhos poisou
Leve como uma pena a ti se elevou minha alma
Os céus o mar a terra o nosso amor testemunhou.
Subimos as mais altas montanhas
Sem nunca perdermos a fé em Deus
E do fundo das nossas entranhas
Vidas sonhos que eram meus e teus.
E nesta terra abençoada as nossas raízes nasceram
Sempre com a esperança de as ver florir
Desabrocharam  na terra firme que os viu crescer
Nossos filhos abençoados em primaveras sempre a sorrir.
Viverei dia após dia mais um dia mais uns instantes
Cada dia meu é teu e eu te inundo de ternura
Em silêncio minha alma por ti chama ampla desnuda
Viverei para te amar tanto e tanto hoje como dantes...

(Angelina Alves)