domingo, 12 de dezembro de 2010

"O SIMPLESMENTE BELO"




Vi nos teus olhos a cor do sol
Que me instigou
A viajar por belas paisagens.
Envolvi-me contigo
Em lençóis de areia e vento
Pescavas sereias atiras-te o anzol
O teu coração no meu atracou
Sussurras-te mensagens
Ao meu ouvido
Nada mudou com o passar do tempo.
Uniu-se a nossa vida
Quando o mar
Que nos viaja de nascença
Derrama entre nós dois
Uma luz  de amor alegria
O nosso caminhar
Aquecido com a presença
De mil sóis.
Vi nos teus olhos
A melodia dos pássaros
Que me instigou
A viajar  nesta luz que se esvai
No céu  que se acinzenta
E as montanhas tão nítidas
Que nos levam ao mar
Da nossa existência
Olhei contigo
O simplesmente belo
Por um momento breve
A vida inteira
A vida que uniu as nossas vidas.
A luz em nós  jamais se apaga

(Angelina Alves)


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"ALMA"


(Esta imagem foi-me oferecida pela querida Mada)

"Alma"

Quero ter a minha alma

Cheia de amor

Inefável chama

Que meu coração ateia

Aquecendo meu corpo

E o sangue que me corre

De veia em veia…

Só de amor

Minha alma inflama

Pudesse eu

Atear este fogo

A todas as almas

Mas! Incêndio não germina

Assim escrevo os meus poemas

Nas minhas tardes calmas

Transmito para vós

Esta calma infinda…

Agarro suaves orvalhos

Na minha mão

Aqueço-me no calor de mil sóis

Duas almas num só coração

As tuas mãos nos meus caracóis

Encantam os meus dias

Dando à minha doce alma

muitos sorrisos e alegrias

(Angelina Alves)

sábado, 27 de novembro de 2010

"AS MINHAS ORIGENS"


(Ponte Romana de Chaves)
Vai a caminho dos três anos que vim definitivamente viver para a terra que me viu nascer, regressei assim às minhas origens. Quase quarenta anos ausente e, foi notório a grande mudança. Não há grandes transformações arquitétonicas na minha cidade,  mas há melhorias bastante acentuadas no que diz respeito à evolução, tanto a nível paisagistico, como na mentalidade das pessoas, falo a nivél de informação e formação, isto porque quem quisesse e pudesse tirar um curso superior, teria de se deslocar para o Porto, Coimbra, Lisboa, e ainda os mais abastados recorrer ao estrangeiro. As circunstancias da vida, fizeram-me migrar para outro ponto distante, embora, dentro do meu pais, vivi quase quarenta anos longe das minhas origens. Felizmente a perseveração do nosso património, da nossa cultura ainda acontece: senão, como poderíamos nós quando migramos, ou emigramos para longe das nossas origens conhecer a história dos nossos antepassados? Como ter conhecimento da terra onde nascemos? dos usos e costumes da nossa gente e ainda, quando por motivos de migração/emigração, tudo se vai perdendo na nossa memória, uma vez que deixamos de ter contacto com as nossas origens e até mesmo com a nossa família.
As tradições da nossa gente contam a história dos nossos antepassados, devemos assim preservar todo o nosso património, quer lugistico quer linguístico. Esta maravilhosa cidade de Chaves é rodeada  de inúmeros monumentos, o monumento mais conhecido, a tão famosa Ponte Romana, ou A Ponte do Trajano, que une as duas margens do Rio Tâmega. Esta ponte é o ex- libis desta cidade. Esta Ponte é um dos mais notáveis monumentos do nosso pais, herdado na ocupação Romana. O Castelo da Torre, mandado construir pelo Conde Odório no século IX. Hoje somente existe as margens do Castelo, que fica localizado no ponto mais alto da cidade medieval, domina toda a cidade e é de onde se pode apreciar a Veiga, o Rio Tâmega, a Serra de S. Lourenço e do Brunheiro e ainda apreciar a beleza desta maravilhosa cidade Transmontana. Tantos outros monumentos ficam por mencionar mas que fazem parte desta história maravilhosa , que são as minhas origens. Falar também da tão rica gastronomia transmontana, esquecer dela, é um grande pecado. Sempre tive muito cuidado com o meu peso, e era impensável à uns anos atrás deliciar-me com um pedaço de salpicão, presunto, linguiça ou ainda uma boa feijoada à moda transmontana, acompanhada de um bom vinho, néctar puro.  A nossa gastronomia, é semelhante em quase todo o concelho, mais conhecido como a gastronomia da terra fria transmontana. Caracteriza-se pela  elevada qualidade dos produtos que se utiliza , quer pela  relativa simplicidade de elaboração, esta assenta essencialmente nos enchidos, " o fumeiro". Por ultimo as Termas que ficam no coração da Cidade, envoltas de serras e ares puros um verdadeiro espaço de paisagens naturais  e  de lazer. Infelizmente estas termas são mais frequentadas pelos Espanhóis que pelos Portugueses.
Fica muita coisa por dizer desta minha cidade, desta minha gente. As minhas origens.


"ORIGENS"
Nasci numa linda cidade
Do Nordeste Trasmontano
Vivo agora a liberdade
Sabores e saberes o quotidiano
Desta gente maravilhosa
Abundado de bondade
E gosto pela partilha
Escrevo assim a minha prosa
Com alegria e humildade
Homenageando esta gente
A gente da minha cidade.
São as montanhas
Que em criança percorri
Foi das suas entranhas
Que de novo eu renasci
São os vales e seus ventos
São as fontes
 São as nascentes
A fortaleza dos montes
A destreza destas gentes.
Assim eu, me identifico
Alma forte e de guerreira
Já migrei agora fico
Morrerei na minha eira.
Terra das flores migratórias
As minhas origens aqui estão
Raízes das minhas histórias
Amor vida  emoção.
Falo a todos os ventos
As minhas origens sagradas
Minhas histórias nos tempos
A todas as flores amadas
Que migraram para outros pontos
Do pais ou estrangeiro
Não esqueçam das vossas origens
Falem delas ao mundo inteiro.
Sem pudores
Sem constrangimentos
As minhas origens eu prezo
São os meus amores
São meus lamentos
Nas orações que sempre rezo
Está assim a minha história
Resumida em poucas palavras
As origens da minha memória
À minha vida sempre aliadas.

(Angelina Alves)







domingo, 21 de novembro de 2010

Onde é que começa uma história de vida, começa verdadeiramente? Na vida não abundam começos bem definidos. O momento em que se pode dizer que tudo começou quando o recordamos. Contudo há ocasiões em que o destino cruza a nossa vida, desencadeando uma sequência de acontecimentos cujo resultado nunca podíamos ter previsto e então novamente nos perguntamos: como tudo começou?
O sono teimava em não chegar mais depois de me ter arrastado para a cama, dei voltas e mais voltas nos matafeus dos lençóis de cetim que escorregavam deixando o meu corpo desnudado, quente, ora gelado numa noite escaldante de Verão, acabei por desistir de tentar dormir. Sentei-me de frente ao meu pc e descarreguei nele as palavras escritas em letras que me sofucavam a garganta e enchiam os meus olhos de tédio. Tentei alinhar as ideias à cerca do meu próprio encontro com o destino. O silêncio frio da minha casa lembrava-me o quanto duro tinha sido para mim o meu destino, apenas o tic tac das teclas do meu pc, lembrança de mim mesma eu: estava ali...
Pensava, pensava: como devo eu começar a minha história? gostava de saber por onde começar. Olhava para dentro de mim e via como num filme a minha história a rodar e, então comecei a escrever, escrevi até me cansar...
Alguma coisa mudou a minha história de vida. O rio mudou de lugar. As pedras começaram a falar e houve uma magia que me cobriu com um manto, quente e fresco que me fez voltar à vida com o vigor da chama ardente do meu grande amor...

"VIDAS"
 
O tempo tinha transformado
O que tão grande foi
Em quase nada...
Porém esse destino talhado
Uniu as linhas
 O que doía já não dói
Vivo agora a vida que me foi destinada.
O que pulsou e doeu
O que parecia definitivo
O que era eterno imutável
Matamorfoseia-se
Num vago suspiro
Saudade, alívio
Tudo recomeça
Abriu-se de novo a estrada
O leito do rio
Tem de novo vida
A magia do pôr do sol
Ganha de novo força
E o entardecer alegria.
Adormeço no porto da minha paz
Suave inspiração
Que só o amor me trás
Atraco o meu coração
No cais dos mares suaves
Onde acordo e recomeço
Onde adormeço e me esqueço
De todas as marés
Que me invadiram de tempestades.
Suave o meu olhar
Livres as minhas mãos
Doce o meu cantar
Força do amor
O meu caminhar.

(Angelina Alves)








sábado, 2 de outubro de 2010

"O VOO DAS BORBOLETAS"

A beleza das coisa está mais no que conseguimos, do que naquilo que está à nossa volta. A violação dos códigos de honra, as cedências que somos obrigados a fazer, a desilusão por voltarmos tantas vezes à estaca zero, a hipocrisia com que chefes tratam os seus subordinados, só porque tem o estatuto de chefes, quando na verdade não passam de burros ao quadrado, porque não tem sequer a humildade de assumir um erro e isto por falta de competência para assumirem o seu cargo, como para resolver o seu erro. A injustiça ´e as inverdades  da vida sempre me doeram muito.
Há cedências terríveis, mas por vezes necessárias, que nos afastam das nossas verdades simples: mas, há muito mais grandeza numa cedência do que no autoritarismo que apenas serve para vincar as distâncias, mas nunca os valores. Não posso sentir que minha vida fique nublada; não serei nunca prisioneira da incompetência, nem do medo, que sistematicamente é aplicada para mostrar quem manda.
Serei observadora, mas nunca calada: serei atenta, mas nunca arrogante: serei lutadora mas nunca injusta; serei suave mas nunca serei capacho de ninguém. Voarei sempre com a liberdade das borboletas.
Hoje não sei o que me doí?
Apenas quero voar o voo das borboletas.

Quero ser borboleta e voar até ao sol
Tocar as estrelas e mergulhar até ao mar
Quero ser a borboleta e o caracol
Quero voar andar na terra e descansar.
Quero ter a força dos dinossauros
Estar atenta e ter a sabedoria
Suficiente para nunca ser injusta
Quero ter dor mas muito mais alegria
Lavar minha alma nos lagos de água pura.
Sou mulher, sou humana a vida doí
Mas a luta é uma constante morrerei
De pé como as árvores, o moinho moí
Mas eu como a borboleta voarei.
Não! não afundarei as minhas verdades
Voarei pelas mais altas montanhas
Aos ventos gritarei das minhas vontades
Justiça até ao desgaste das minhas entranhas.

(Angelina Alves)


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"Sinto medo"

Se Deus é o mestre da justiça!
Eu sei... julgo que sei que é:
Porque sinto eu, por vezes minha alma seca?
Não! não quero que me falte a esperança,
Não quero a insanidade da tristeza;
Não quero olhar os vales sombrios
Como cristais destilados...
Se Deus é o mestre da justiça1
Eu sei que Ele é, então, eu quero
Dissolver-me no sol, para sentir
Que o deserto é o meu corpo, e, passear
Para lá das sombras dos vales  e
Lá poder saborear a essência pura
Dos vales intocáveis...
Mas, agora! nesta hora,
Sinto esta angustia desentendida
Que me fere até à alma,
Esta dor que me cansa...
Vejo o romper da aurora e
Deixo que a vida me ordene
O que devo seguir.
E, eu seguirei, quero livrar-me
Desta falsa paz.
Que o meu encontro com a vida
Seja igual a mim mesma.
Que a vida me conduza
Às águas dos mais puros regatos
Pelos mais suaves atalhos
Para que depressa minha alma
Seja tranquilizada
Minha calma seja restaurada
Ou então que seja eu capaz
De passar por todos os vales tenebrosos
Sem medo; sem nenhum medo recear.
Não perder a esperança
Que a justiça de Deus me há-de ajudar
Sinto medo oh! se sinto...

(Angelina Alves)




sábado, 18 de setembro de 2010

"MEU CONFIDENTE O MAR"

Ainda com timidez subi as escadas daquela linda mansão. Deslumbrante olhava feliz o que iria ser o meu castelo, pensava eu na minha ingénua juventude, mas já com uma vida deslumbrante.  Olhei as senhoras em volta olhando-me dos pés à cabeça, assim como para o meu companheiro e amado homem; ele agarrava-me na mão com firmeza, vendo eu, que os seus olhos transbordavam de alegria, quando me perguntava: gostas minha princesa? A casa era linda, como tela de fundo o mar! imenso mar azul a perder de vista. Era só atravessar a estrada e entrava pela praia que me levava até ao meu querido mar azul. Oh! meu amado mar: mar esse meu grande amor que tanto me revelou nas grandes noites vazias onde as suas ondas batiam de leve e de força na alma da minha consciência... mar amado, onde tragas-te com gentileza as minhas mágoas de grande tristeza aquando, a ti te rogava ouvidos para que me ouvisses nas minhas noites de tristeza. Navegante sempre em viagem, como estrada te tenho a ti meu mar amado nas profundas margens da minha consciência...

Na alvorada da vida
Naveguei sobre o teu leito
Era jovem com muita alegria
Abracei as tuas ondas no peito.

Com carinho me sorriste
Ontem hoje e agora
Minha alegria quando triste
Meu amor de toda a hora.

Por ti não passa a velhice
Sempre belo e com vigor
Para mim sempre sorriste
Enches-te de muito amor.

Na alvorada da vida
Sempre retido no meu coração
Navegante na tua alegria
Meu amado mar doce canção.

Retido nas minhas memórias
Nas margens da minha consciência
És o livro das minhas histórias
És minha viagem sem continência.

Atraquei a ti meu navio
Esperando um dia largar as amarras
Repousar em ti oh! doce hino
O canto que escuto de ti atractivo
Meu doce mar, leito das almas. 

 (Angelina Alves)




sábado, 21 de agosto de 2010

"CAMINHAR"



(Esta imagem foi retirada da Google)


Por onde anda o nosso caminhar

Que nos fez andar no mundo sem o ver

De olhos postos no chão fico a pensar

Onde está o mundo que todos queremos ter.



Não há brisas leves no azul dos céus

Perdeu-se o cheiro a maresia vindo do mar

Nas redes de pesca já não há o que pescar

Temos teias nos olhos cobertos com véus;



Já não há gestos de carinho nem sentir

E se existe a tudo ignoramos

Não há afectos nem gente a sorrir

Egoismo esquecemos de quem amamos...



Deixou de fazer sentido a palavra honra

Ah! Por onde anda o nosso caminhar

Olhamos para as coisas já gastas e nessa hora

Pensamos que vida ! que mundo! que despertar...



Será que o mundo deixou de sentir, de amar?

O mundo anda doente, muito doente

O mundo deixou de saber caminhar

Mas o mundo quer dar-nos um presente.



A esta vida na Terra que tanto amamos

Não podemos deixar que esta adoeça

É por amor à vida que tanto lutamos

Olha em volta! olha para fora de ti mesma.


(Angelina Alves)




quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"SONHO"




Como a maioria das adolescentes têm o sonho de um dia encontrarem o seu príncipe encantado e casarem, eu, não fugi à regra, também alimentei esse sonho durante largos anos da minha vida. Pensava que no dia do noivado, para a esposa agradar ao esposo, teria de estar muito enfeitada, com magníficos adornos; Quando ainda nos meus tempos de colégio interno e nas aprendizagens que tínhamos, nas ocupações das nossas actividades preenchidas na totalidade à milésima de segundo, pois o rigor e a disciplina imperava num rigoroso controle nas vinte e quatro horas do dia. Queria o meu Pai que eu fosse para freira, mas não era esse o meu destino, não foi esse o meu destino. Em uma das nossas actividades era-nos ensinado na perfeição bordados e costura. Na altura não usávamos máquinas era tudo feito à mão. Lindos tapetes de Arraiolos bordávamos em grupo e lindas toalhas bordadas a ponto cheio,  ponto de cruz,  ponto pé de flor etc. Mas era quando aprendia a costurar que eu me deixava sonhar e sonhava com o meu vestido de noiva e com o meu príncipe encantado: quem não sonhou?.
Assim me deixava perder nos meus pensamentos envolvia no meu sonho: Vou pois trabalhar com empenho e aprender a preceito: eu farei o meu vestido de noiva, será enfeitado com diamantes e toda a sorte de pedrarias: Ainda hoje tenho tão avivada a ideia de como eu sonhei fazer o meu vestido de noiva, sonho desde então. Como são diferentes os nossos sonhos adolescentes e como tão grande é a nossa força mantida na bela beleza da nossa infância onde os sonhos são uma constante da nossa alegria e nos enchem de fantasias, belas fantasias que nos ajudam a crescer e a tomar consciência que a vida nos vai acompanhar e ajudar a concretizar os nossos sonhos umas vezes sim e outras não. Eu não tive um casamento na Igreja vestida de noiva como tinha sonhado, mas tive uma união muito feliz a todos os níveis. Um homem que me amou em toda a excepção da palavra, dois filhos adoráveis e uma vida plena de maravilhas mas...o meu sonho ficou lá muito atrás preso a um tempo que já não há mais tempo.



Tenho fome de meus sonhos
Oh! terra minha e sua plenitude
Porventura comerei carne de toiros
Em meus pensamentos loiros
Na distância sonhos da minha juventude...

Eis-me aqui desnudada de toda a riqueza
Embora coma de manjares não tão pobres
Ficaria eu na mais dura pobreza
Se a mim viera toda a minha beleza
Perdida em um condado de tempos nobres.

Olho-me e vejo no espelho a imagem de mim
As rugas na minha face e os meus cabelos brancos
Marcam a minha história e deixam-me assim
Na rebeldia de sonhos presos em todos os cantos
Em mil sois em mil luas neles revejo encantos.

Sou o tudo e sou o nada de uma vida arrojada
Sou o sonho sou utopia que a vida nunca apaga
Sou a raiva sou a beleza sou a luxuria sou a tristeza
Sou tanta coisa e não sou nada mesmo nada
Porque a vida esta vida já levou a minha beleza.

Mas afinal quem sou eu? Afinal quem eu sou?
Eu sou a alma de mim que já suavizou
Sou a alegria sou o sorriso  de uma vida vivida
Sou o contorno de mim uma alma alegria
Sou um corpo  que minha alma apaziguou.

" Para ti! sem reserva a ternura do meu amor"

(Angelina Alves)




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

" Pensamentos Loiros"




As vezes andamos pelo Mundo sem o ver

Andamos com os olhos postos, no chão.

Deixamos de sentir o ar, a cor do Céu o cheiro do mar salgado....O Sol!

Se alguém pelo caminho nos faz um gesto de carinho... não o sentimos, ignoramos!

Estamos a deixar de sentir...

Por andam os afectos, as palavras de honra...

Por onde anda o nosso caminhar!

Olhamos para as coisas já gastas!

Sabemos gritar mas a voz é rouca e está abandonada

Será que já não sabemos o que é dar, respeitar

AMAR!

O Mundo anda doente, mas a cura desta doença tem de partir do ser mais doente....

A hipocrisia do Homem a ganância a falta de saber olhar para fora de si mesmo.

Não existe Deus nenhum que possa salvar esta ignorância atroz.

Devíamos ficar todos cegos para percebermos o quanto nos faz falta sentir,olhar, respirar...


(Carla Alves )

http://encontracenas.blogspot.com/



(Esta imagem foi um miminho da querida e amada Anna)


Por onde anda o nosso caminhar

Que nos fez andarno mundo sem o ver

De olhos postos no chão fico a pensar

Onde está o mundo que todos queremos ter?...



Não há brisas leves no azul dos céus

Perdeu-se o cheiro a maresia vindo do mar

Nas redes de pesca já não há o que pescar

Temos teias nos olhos cobertos com véus;



Já não há gestos de carinho nem sentir

E se existe a tudo ignoramos

Não há afectos nem gente a sorrir

Egoismo esquecemos de quem amamos...



Deixou de fazer sentido a palavra honra

Ah! Por onde anda o nosso caminhar

Olhamos para as coisas já gastas e nessa hora

Pensamos que vida ! que mundo! que despertar...



Será que o mundo deixou de sentir, de amar?

O mundo anda doente, muito doente

O mundo deixou de saber caminhar

Mas o mundo quer dar-nos um presente.



A esta vida na Terra que tanto amamos

Não podemos deixar que esta adoeça

É por amor à vida que tanto lutamos

Olha em volta! olha para fora de ti mesma.

 
(Angelina Alves)







"UMA CONVERSA COM DEUS"

Meu Deus: Faço-te confidência da minha tristeza com as minhas palavras a ti dirigidas cheias de lágrimas. És meu Pai e, como meu Pai!sei que olhas por mim, que me proteges: Alivia-me esta minha angustia que sufoca dentro do meu peito; Dá-me forças para suportar o fardo que está tão pesado, que quase me derruba nesta minha caminhada tão conturbada. Falo-te por entre lágrimas que já queimaram o meu rosto, com dores que já me deixaram cicatrizes, com lutas que quase já me levaram à exaustão e, eu, continuo tão crente em ti, como sempre, porque Tu! És o meu Pai. Peço-te ajuda para que minha alma se inunda de paz e assim apazigue o meu coração. Apaga do meu rosto este ar de sofrimento: Senta-te a meu lado e deixa que eu sinta uma brisa suave limpando minhas lágrimas deste rosto tão cansado.Esclarece-me meu Deus com um raio de esperança todas as minhas dúvidas para que eu possa seguir um caminho ainda que espinhoso, seja o certo. Tem sido esta minha caminhada tão conturbada e, nem mesmo sei se este é o caminho certo para chegar a Ti!...
Até a natureza parece tomar parte da minha tristeza. Há dias em que o sol esconde os seus raios e cai uma chuva torrencial em torno de mim. Tu! conheces bem o teor das minhas palavras; Pois tu! tudo sabes, tudo vês. Será a natureza, a natureza da minha alma? Pois tenho notado que em todas as circunstâncias graves da minha vida, olho a natureza como a imagem da minha alma e assim choram os céus esta chuva de torrências.
Quando chorar, deixa que o céu chore comigo e, não deixes que nuvem nenhuma obscureça o azul do firmamento e eu tenha forças para levar nesta minha caminhada este meu pesado fardo. 


Quero sorrir ao olhar a lua
Quero ver o sol, a natureza
Com olhos de menina pura
Ser menina, mulher beleza.

Beleza na alma e no coração
Caminhar com alma de guerreira
Viver com muita emoção
E ver o sol na Terceira.

Terceira a minha ilha de ileição
Mar azul terra quente
Onde meu sonho de afeição
Nasceu naquele continente.

Pela areia descalça caminhnei
Sonhos de cereias vividos então
O tempo passou e tudo deixei
Ficou por lá meu o coração.

Hoje sou apenas reflexo do tempo
que nunca apagado nunca esquecido
Sou a hás-te levada pelo vento
Dum barco no cais deixado sozinho.

Sou amor, sou fé, sou  a alegria
 Sou a chuva  sou o sol sou o vento
Sou pedaços de alguém de outra vida
Sou o tempo, de outro tempo e tempo.

(Angelina Alves)

 





segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"PARABÉNS, MUITAS FELICIDADES A TI MINHA QUERIDA FILHA"




Nascida à trinta e nove anos
 Minha filha adorada
És o amor de meus encantos
Filha de coração tão amada.
:)(:
És fruto de um grande amor
Que sobreviveu até agora
Altos, baixos e muita dor
Este amor! nunca foi embora.
:)(:
Depois nasceu  o teu irmão
Meus dois filhos amados
Estais no meu coração
Filhos e pai, para mim sagrados.
:)(:
A vida que temos passado
Com agruras e vicissitudes
Dia que não tenha lembrado
Vossas tão grandes virtudes.
:)(:
Mas! hoje é o teu aniverssário
Eu canto ao teu coração
Palavras doces bom presságio
Doce familia que te ama únião
:)(:
Que caia o pano da tela de fundo
Que subas aos palcos da tua vida amada
Que sejas um ser, de bem neste mundo
Por todos os que te amam: és abençoada.
:)(:
Mãe que te ama, acarinha e te enche de vigor
Oh! filha minha, em ti minhas venturas
Parabéns, te abraço com mil ternuras
Te amo: carinhos para ti com muito amor.

(: Angelina Alves :)




domingo, 8 de agosto de 2010

"PEDIDO"


E, eu faço um pedido

Na já ajustada linha dos meus pensamentos

Na ansiedade que foi indo

À vida que fui vivendo ao longo dos tempos

Que dê sossego ao teu coração

Em cada amanhecer

Que aos teus amigos dês a mão

E, que com cada um aprendas a ser:

Um ser humano lindo (Que já és)

Que teus sorrisos tenham a luz das estrelas

Que na tua vida haja amor nuca findo

E que a tua vida tenha como fundo

Cores coloridas, as mais lindas telas

Sem lágrimas, sem noites escuras nem sombrias

Que despertes com a brandura

Da tolerância e da compreensão

E com a mais rica das sabedorias

Enriqueças de ternura

A tua alma, o teu coração.


(Angelina Alves)


(DEDICADA A UMA AMIGA MUITO ESPECIAL! A TI QUERIDA ANNA)
 


terça-feira, 27 de julho de 2010

"EXTRATOS"




Houve tempos que não consegui ver as estrelas no céu. O mistério da dor caiu sobre mim, fazendo-me esquecer que o meu coração era doce. A menina das grandes tranças, fizera-se de repente mulher, entregara-se à sua grande paixão, esquecendo-se que havia um mundo além do seu .Quando finalmente essa menina volta ao mundo de todos os seres, saída do seu castelo dourado, enfrenta os maiores dissabores, as mais incríveis injustiças, invejas e, cai numa profunda melancolia desabando-lhe a mais dura tempestade, mas de onde ela sai passado algum tempo, “um duro tempo,” muito mais fortalecida e cheia de coragem para enfrentar a violência dos dinossauros...

Contudo, nunca deixei de ter dentro de mim, aquela menina doce que sempre fora: e, isso juntamente com a minha alma de guerreira herdada pela pessoa da minha querida avó fez de mim a pessoa que sou hoje, cheia de esperança e fé. Eu acredito que todos nós temos o nosso destino e que quando nascemos já vimos com ele marcado. Pode haver algumas nuances que no momento nos possa parecer fora de contexto, mas, tudo tem um propósito e quando menos se espera as linhas que tinham sido descarriladas decompondo de momento aquelas linhas que pareciam moldar o nosso destino e, haviam descarrilado, voltam a ligar-se e a nossa vida retoma o equilíbrio. Assim aconteceu comigo. Descrevo a minha passagem como a água que corre no rio, seguindo o seu percurso normal, contornando os seus obstáculos, segue sempre em frente, Mas também a água que corre nos rios, um dia por qualquer motivo é desviada e deixa-se de ver a sua corrente aos olhos de quem estava habituado a ver a água a correr pelo rio...

Um grande amor nunca morre e acredito que muitas vezes esse destino que eu acredito, nós nascermos com ele, já tudo planeado por "alguém" supostamente muito inteligente e inigualável, até pode ser um Deus, visto de muitas maneiras por nós, mas que eu penso ser um Deus Bom e misericordioso, é assim que eu acredito em Deus.



"Alma"



Quero ter a minha alma

Cheia de amor

Inefável chama

Que meu coração ateia

Aquecendo meu corpo

E o sangue que me corre

De veia em veia...

Só de amor

Minha alma inflama

Pudesse eu

Atear este fogo

A todas as almas

Mas! Incêndio não germina

Assim escrevo os meus poemas

Nas minhas tardes calmas

Transmito para vós

Esta calma infinda...

Agarro suaves orvalhos

Na minha mão

Aqueço-me no calor de mil sóis

Duas almas num só coração

As tuas mãos nos meus caracóis

Encantam os meus dias

(Angelina Alves)






domingo, 25 de julho de 2010



De quando em quando retrocedo no tempo, gosto de evocar a tão grata recordação dos tempos em que vivi na minha adolescência com a minha querida avó, e o quanto foi dolorosa a minha separação aquando da sua morte.Quando ela falava comigo, quase segredando-me ao ouvido e muito aconchegada ao seu peito.  Um dia quando partir para um deserto longínquo, é meu desejo proteger-te sempre: Sempre estarei por perto de ti, basta chamares por mim e eu estarei por perto. Oh! quantas vezes chamei por ti minha querida avó e nunca os meus olhos te viram ou ouviram. Hoje consigo entender as tuas palavras porque elevo para ti o meu pensamento de uma forma mais atenta, mais suave, mais tranquila e, de uma certa maneira até consigo sentir a tua presença...o cheiro a rosas em certas alturas e o cheiro do pão quente: Eu sei que está por perto. Hoje já não tenho angustia no meu coração, aceitei a vida tal como ela é, sem exigir o que não posso exigir, passei a estar atenta: muito atenta aos sinais que: ainda tenho muita dificuldade em os entender mas, tenho-me esforçado o suficiente para entender o quanto é maravilhosa esta vida e agradecer tantas vezes a Deus pelo privilégio que me deu em nascer aqui, para me conhecer e crescer como um ser humano de bem. Muita coisa tenho aprendido mas, nunca é o suficiente, para parar, pois a aprendizagem terá de ser constante e sempre com o mesmo afinco. A doença da minha filha querida encheu-me de tristeza, o desapego do meu querido filho juntamente com o seu silêncio tem sido muito complicado. Mas também ao meu querido filho estou a dar-lhe tempo. Ele sabe bem o quanto o amo e ele, está no meu coração bem juntinho com a sua irmã, apesar de muitas vezes ela dizer que eu gosto mais da irmã que ele. Claro que não, amo ambos, mas, a doença da minha filhota faz-me estar mais de perto dela, mas no meu coração de mãe, estão ambos sempre com o meu pensamento cheio de amor por ambos. Recordo-me sempre com a ternura com que tu me tratas-te sempre, o amor com que sempre me consolas-te, tal como uma mãe consola os seus filhos. Sinto a tua força carregando as minhas energias quando estou mais fraca.
Tenho tido dias de lágrimas: Tenho tido dias de muitas bênçãos também. Enquanto o sol iluminar a Terra, a minha alma vai amadurecendo. Oh1 minha querida avó, como gosto de escrever sobre ti e para ti...



Oh! como é doce lembrar os tempos
Da minha infância da vida em flor
Tempos de inocência arminhos
Tu me acompanhavas nos caminhos
E enchias a minha infância de tanto amor.

Por isso embora tão pequenina
Lembro de teus afectos falavas de Jesus
Agarravas na minha mão e prometias
Proteger-me nos passos que a vida conduz.

Foi na primavera da minha vida
Quando a rosa foi desfolhada olhei o céu
E senti-me protegida calor imenso
Um calor que só podia ser o teu.

Mas, ficou ainda meu coração exilado
Ficaram também meus olhos a lamejar
Ficou minha alma presa num tempo parado
Até de novo me voltar a encontrar.

(Angelina Alves)