sábado, 7 de janeiro de 2017

" Ventos que se cruzam"

Pelas letras de um verso, sinto o palpitar da tua vida: A tua vida que foi tão plena e tão presente, como naquele dia que vibras-te chorando para dar as boas vindas enchendo-me de alegria. Nasceste cheia de luz para a vida.
Os teus olhos eram verdes azulados, a tua pele delicada como a mais pura seda, os teus cabelos dourados da cor do Sol. Por Lisboa os ventos traziam-me um cheiro a maresia, assim começou a tua - a minha história, que foi tão triste, tão alegre, tão luminosa, com tantos altos e baixos. O sabor do meu espaço onde tudo pode acontecer. A ternura, a solidão, a tristeza e a alegria, a paixão e o desespero, até ver-te morrer na viagem sem volta ao nosso mundo que tudo viu acontecer...
Valem-me agora as mais belas lembranças de ti: Valem-me os ventos vindos de Lisboa cá para o Nordeste Transmontano que me trazem o mesmo cheiro a maresia, o mesmo cantar e o mesmo silencio. Tudo se cruza. Tudo me envolve. Quando penso que há mais de quarenta anos nascia a minha Luz, a que me dava razão de vida, os poemas que então já te dedicava com todo o amor de mãe e até os amigos e amigas que por Lisboa ficaram sem volta. Tudo faz parte da minha história, tão presente na minha memória e como tu minha amada filha, sempre tão presente na minha vida. É em cada letra, em cada verso que eu sinto o palpitar da tua vida. Neste meu espaço cheio de ternura, onde os vales e as montanhas cantam para mim, onde se cruzam os ventos de Portugal e de Espanha e outros ventos que eu nem sei, mas que bem os sinto eu aclamo por ti. Porque por aqui deixas-te a força do teu sorriso, o calor do teu abraço e a ternura pela vida. Estas letras são dedicadas a ti minha muito amada filha. Com todo o amor da tua mãe Escrito por: Angelina Alves



Sem comentários: