segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Fotos tiradas na Primavera do ano de 2012 "Porto"

Foi em meados de Maio
 do ano de 2012, Os tratamentos que a minha filhota estava a fazer eram demasiado agressivos, estava na segunda faze da quimioterapia. A Carla não baixou os braços, lutou até ao fim. Uma vez, numa faze já muito complicada ela dizia-me: Mãezinha nem posso chorar, as lágrimas queimam-me o rosto como lume; nem comer posso, pois a minha boca é uma chaga desde a língua à garganta, mas nem mesmo assim ela deixava de sorrir e ter sempre uma grande força para ela e para os outros e, para mim. Todos os dias falávamos ao telemóvel, e, eu tantas vezes pensava! como vai ser quando não puder mais ouvir a tua voz? Ela dizia-me a sorrir: Falas comigo, fazes perguntas, se eu não te responder inventas uma resposta, e, depois ris-te, eu, onde estiver vou rir-me contigo. é isto que eu faço quando me sinto mais triste, quando as saudades apertam, quando quero ouvir a tua voz, a chamar por mim e não te ouço, e não resulta filha. Eu sei que tenho que andar para a frente, também sei que estás em algum lugar, aquela viagem que foste para longe, já me parece que passou um século, mas, eu te sinto de mim tão perto meu amor. Sinto que estás em paz, sinto que o teu sofrimento acabou, e, sinto também que és o meu Anjo da Guarda." Farias tu falta ai no céu para animar os outros Anjos"? ... Ouve alguns distúrbios por aqui, nada que eu não esperasse, mas, tudo continua, porque a tua mãe sempre foi uma guerreira, combativa e nada me derruba, Só a tua falta me abala e me deixa muito triste, porque há dias que as saudades são tão grandes que sinto uma dor que me rasga a alma. O Gonçalo tem estado mais atento comigo, quase todos os dias telefona falando com entusiasmo do Rafa. Agora sei que sabes o porquê de todo o comportamento dele. mas ele também é meu filho, e, tu sabes, eu nunca o deixei de amar.  Tu partis-te, mas ambos estão no meu coração sempre. Meus filhos amados.


As vezes andamos pelo Mundo sem o ver

Andamos com os olhos postos, no chão.

Deixamos de sentir o ar, a cor do Céu o cheiro do mar salgado….O Sol!

Se alguém pelo caminho nos faz um gesto de carinho… não o sentimos, ignoramos!

Estamos a deixar de sentir…

Por andam os afectos, as palavras de honra…

Por onde anda o nosso caminhar!

Olhamos para as coisas já gastas!

Sabemos gritar mas a voz é rouca e está abandonada

Será que já não sabemos o que é dar, respeitar

AMAR!

O Mundo anda doente, mas a cura desta doença tem de partir do ser mais doente….

A hipocrisia do Homem a ganância a falta de saber olhar para fora de si mesmo.

Não existe Deus nenhum que possa salvar esta ignorância atroz.

Devíamos ficar todos cegos para percebermos o quanto nos faz falta sentir,olhar, respirar…

(Carla Alves )




Por onde anda o nosso caminhar

Que nos fez andarno mundo sem o ver

De olhos postos no chão fico a pensar

Onde está o mundo que todos queremos ter?…



Não há brisas leves no azul dos céus

Perdeu-se o cheiro a maresia vindo do mar

Nas redes de pesca já não há o que pescar

Temos teias nos olhos cobertos com véus;



Já não há gestos de carinho nem sentir

E se existe a tudo ignoramos

Não há afectos nem gente a sorrir

Egoismo esquecemos de quem amamos…



Deixou de fazer sentido a palavra honra

Ah! Por onde anda o nosso caminhar

Olhamos para as coisas já gastas e nessa hora

Pensamos que vida ! que mundo! que despertar…



Será que o mundo deixou de sentir, de amar?

O mundo anda doente, muito doente

O mundo deixou de saber caminhar

Mas o mundo quer dar-nos um presente.



A esta vida na Terra que tanto amamos

Não podemos deixar que esta adoeça

É por amor à vida que tanto lutamos

Olha em volta! olha para fora de ti mesma.



(Angelina Alves)


domingo, 24 de fevereiro de 2013

..
No ar quase em memória



Finda o dia na minha alma



Infantil como a minha história

...

Canta, reza, pergunta e fala



Há uma lágrima presa na minha voz



E aos meus dias como a ilusão



Canto o orvalho a musica de nós



Vazio o espaço triste solidão



Porque escrevo ainda?



Porque uso as palavras cantando?



Porque nada de ti finda



Enquanto ouver pássaros voando



Até quando terei eu o uso das palavras



O uso das frases inacabadas que dançam



E, a voz enrrouquecida no peito das lavas



Ondulantes que me tolhem que me encantam



Há um espaço, um cheiro sem tempo



Há palavras cantadas por todo o úniverso



Que nunca morrem, nem as leva o vento



Há espaços, dores e solidão em verso



E, há sons que são de encantamento



De magia, de alegria e de suplício



Haverá uma música em todo o tempo



Cantável é a musica do teu eterno sorriso.



( Dedicado à minha amada filha )


Escrito por: Angelina Alves

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013



Caiu uma luz do céu de cor acinzentada

Que fez tremer as montanhas, inquietando

O mar que estava tranquilo e sereno.

Na terra, a natureza

Abalou-me numa triste madrugada,

Eu fui-me perguntando , perguntando!!!

... Porque estou eu tudo isto vivendo?

Ah! como desejava poder parar o tempo,

Olhar a graça da vida e sua beleza,

Ouvir o som do teu sorriso, linda balada!

Mas, a luz apagou-se, incendiando as ondas

Que se fundiram no som da noite lenta e triste.

Pudesse eu fechar os olhos para não ver;

Aliar-me do tempo que não consigo parar,

Como desejava poder parar o tempo!

Aquela triste madrugada enchela-ia de sol

E do céu não caíria chuva de lágrimas;

Que fizeram chorar a minha alma.

Esmagaram-me mil trovoadas,

Pausadamente tocaram os sinos, crueldade

Fim de Inverno silêncio, luzes apagadas;

Tempo que passa bebido a tragos sofregos

Meus olhos sobre o tempo, espaço vazio na alma

No tempo na história as tuas pegadas,

Sem poder parar o tempo meus passos tropegos

Ofusco-me numa calma inventada,

Ah! como desejava poder para o tempo!!!…

(Angelina AlvesVer mais

domingo, 27 de janeiro de 2013

24/01/2013


Olho a montanha que se perde

Para lá do horizonte longínquo

O prado vasto e verde

Ficou seco, triste, perdido

O dia ficou cinzento

O sol deixou de brilhar

A lua fundiu-se com o vento

Ficou tanta tristeza em cada olhar

Sem sol o dia ficou mais triste

Os vales teimam em ficar

Serenos: folhas secas na dor que existe

Olho o horizonte que se perde no meu olhar

Muito para lá do infinito

Ouço o pranto dos vales que silenciam

A tristeza dos vivos na terra

Que apazigua a dor das aves que criam

Os filhotes e morrem na primavera

Apenas pedaços de palavras

Mastigadas numa grande dor de perca

Como viver - Como viver?

Ah! infinito que te perdes

Para lá do vale perdido

De que forma, com que forças te ergues

Quando te afundas no mar ou num rio?

Vejo pássaros sem asas caídos

Vejo rostos feridos na terra dos vivos

E tu! Meu amor inerte, parada e fria

Apagou-se o sol: Apagou-se a luz do dia.

Viverás para sempre no coração dos teus amigos.

( Filhota amada )

Faleceu: 24/01/2013

Escrito por: Angelina Alves

segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Escrevo para ti, em voz baixa: Escrevo-te porque não me ouves, nem sequer entendes o que escrevo; escrevo para ti que me envolves de alegria, de tranquilidade e me sossegas a alma. O meu coração sente o teu, os meus olhos olham-te, sentem-te no meu pensamento leve. Toco-te, na manhã, no dia e na noite do meu sossego. Escrevo-te porque me sinto  renovada, porque a minha cidade, que é também a tua , ganhou nova cor, o nevoeiro matinal tem a luz do sol e o ar aquece suavemente o nosso jardim onde reavivaram todas as flores tocadas pelas tuas mãos ternas e doces. Tu! meu anjo minha luz que apareceste na minha vida de uma forma tão especial. Nem sempre a cultura é sinónimo de inteligência. Não és culto; mas, a sabedoria da tua vivência faz de ti um homem sábio  e de grandes qualidades, de grandes saberes, de alma nobre, capaz de grandes mudanças na viva de alguém que já tinha perdido a esperança de voltar a ser feliz; Ser feliz em toda a excepção da palavra, como já o tivera sido antes.
Estar contigo e mimar-te, é o meu doce e terno caminhar. Acariciar os teus cabelos, beijar a tua face, as tuas mãos e olhar o teu sorriso, sempre tão cheio de força, tão envolvente e tão maravilhosamente contagiante...
 A tua força de viver e a tua beleza interior, enchem -me de esperança, de beleza, harmonia, sossego e tranquilidade. Esta paz! Paz desconhecida, nunca me acontecera isto antes, pelo menos de  forma tão inequívoca. Tenho algum talento para encontrar pessoas com quem descubro quase instantaneamente múltiplas afinidades, mas o que senti naquela tarde era diferente, muito mais profundo e, no entanto, infinitamente mais simples. Como que tivéssemos feito parte da vida um do outro desde sempre e a existência, por uma misteriosa razão, tivesse separado o que deveria ter unido. Talves a minha visão seja demasiado poética, exagerada, mas o amor é isto mesmo, ou se vive sem limites, ou então não vale a pena. Nós dois somos muito parecidos, embora eu, seja o avesso do teu avesso e é no mínimo  curioso sermos ambos do mesmo signo Peixes. Adorei-te logo, desde o primeiro instante, mas fiquei quieta, não quis que percebesses, pensei convidar-te para um passeio, mas temi que me achasses precipitada, só porque nos tínhamos conhecido à poucas horas.O que eu queria era ficar contigo todos os minutos possíveis, como acontece aos apaixonados, mas também queria fazer tudo bem feito e por isso contive-me deixando o momento respirar e sonhar contigo acordada, desejando que fizesses o mesmo. Nas nossas primeiras conversas achei-te uma pessoa só e triste, com uma tristeza muito semelhante à minha, profunda e silenciosa, que desejamos esconder dos outros, não vão tomá-la como uma falta de carácter, e, então apeteceu-me dar-te o meu tempo e a minha companhia. Os nossos passeios pela cidade e à beira rio eram feitos em silêncio como que cada um pensasse na impressão que causara ao outro e eu desejava ardentemente estar à tua altura e no entanto, tu, na tua solidão, exausto e inquieto pensavas o mesmo. Porque o amor é isto mesmo; olhamos para o objecto amado no pedestal onde nós o colocamos, como um sonho impossível, uma nuvem que quase se consegue tocar, uma imagem à qual queremos ascender, uma miragem na qual desejamos mergulhar para sempre. Apaixonamos-nos para nos podermos elevar no mundo como ele é, dos seus cinismos e da sua brutalidade inevitável. O amor serve para voar por cima das coisas más.O amor transforma os homens em heróis e as mulheres em fadas.E o meu amor por ti dá-me asas para sonhar, arriscar, descobrir, rir, sentir e, mais importante do que tudo isto, escrever. Os poetas falavam das musas porque eram homens. Se fossem mulheres teriam certamente os seus musos, como tu. Os dias passaram-se seguidos de grande magia e eu, cada vez mais me sentia ligada a ti.
-Talvez te pareça um absurdo o que te vou dizer, ou mesmo estranho, porque para mim também é, quando falamos de nós sinto que te posso dizer tudo porque tu, irás sempre perceber e aceitar qualquer coisa que te diga. Já te falei do efeito devastador que os teus olhos negros tem em mim, tu sabes. Eu sei que o mesmo acontece contigo quando me falas tocando nas minhas mãos e me olhas profundamente na alma acelerando o meu coração no meu peito que quase explode...
Já se passaram três meses e continuas a surpreender-me tão positivamente. A nossa tristeza e a nossa solidão foi removida com a nossa força que ambos temos dentro de nós. Afinal foste a estrela que deu luz à minha vida. Sempre acreditei que andar de mão dada é um dos gestos mais intímos que pode existir entre um homem e uma mulher. Há muito tempo que não senti esta magia. Caminhar descalça à beira mar de mãos dadas: foi mágico, foi divinal. Caminhar ao lado de alguém de mão dada é das melhores sensações do mundo. é um gesto tão inevitável e natural que se torna impossível de fabricar. Tal como os abraços, não há abraços inventados; ou se dão com o corpo e o coração aberto, ou então morrem antes dos braços se abrirem. Porque as mãos dadas e os abraços são manifestações de afecto puro.  Obrigado por teres aparecido na minha vida. Obrigado por seres quem és, essa pessoa linda, tão simples e  tão cheia de encanto.



Em mim, silêncio brando e breve

Anunciou o ritmo da alegria à vida

Ritmo de vida, manhã, amanhecida

Entre uma luz que deve ter nascido

Do orvalho da água na doce magia

Que me fez voltar ao dia alegre e vivo

Ritmo, que trouxe o mel doce e fino

Aos meus lábios quentes, para ti o meu sorriso

E toda a alegria do meu viver

Um simples olhar

Um sorriso terno

Renascer - amar

Tu! És belo.

(Escrito por: Angelina Alves)









segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"EXTRACTOS"


A vida corre tranquila do lado de fora da minha janela; ouço os carros que se movimentam na minha rua, ouço a tosse dos velhos que, todos os dias se sentam à mesma hora e se levantam à mesma hora como que esquecidos de tudo e por todos.  Há o riso das crianças que brincam na praceta do jardim e alegram a paisagem num contraste distanciado de gerações. O sol percorre o seu caminho atravessando o azul do céu de toda a minha cidade. O meu olhar apanha um pássaro e voa para os caminhos livres do céu Vejo o rio sereno e grandioso como que fosse o meu saudoso Rio Tejo. Olho os campos secos pela falta de chuva e as árvores como mãos viradas para o Criador a pedir água, paz e preteção divina. Voo por todo o meu Portugal e pouso aqui e ali, onde o meu coração ficou anestesiado...
Tenho a sorte de ter nascido um espírito livre, ou de me ter tornado um espírito livre, apesar da educação austera, da culpa católica, da noção do pecado e expiação, do medo do castigo divino. Não sei que força interior venceu todos os meus medos e derrubou todos os padrões, mas tenho hoje a certeza de que me é algo próprio e inato.
Fixo os olhos no rio, a luz ficou demasiado forte e, ao reflectir-se na água, irradia milhões de pontos de luz que cegam o olhar mais temerário. Haveriam pintores que se aqui estivessem pintariam como loucos, o dia inteiro, sem parar, até ao cair da noite.
Eu pinto o mundo com as palavras, porque, como todos os sonhadores, gostava que o mundo fosse outro lugar mais belo e mais fácil, menos sujo e injusto, com menos lixo nas ruas e no coração das pessoas. Pinto o mundo, não como é, mas como gosto de imaginar que pode ser. Foram as pessoas que olharam para o mundo e sonharam que ele podia ser diferente que o conseguiram mudar. Partiram em caravelas, inventaram a electricidade, construíram caminhos- de- ferro, transformaram desertos em jardins, florestas em cidades e foram à lua: Só há duas coisas que nunca mudam no coração dos homens: O ódio e o amor.
Não sou dona do tempo nem de nenhuma verdade, a não ser daquilo que sinto.

Os dias aos dias sucedem
Suas noites no tempo
Transpiram flechas e ardem
No tempo: Tempo de medo
Quis eu rever a vida-mas só vida;
Aquela que nos ensina a sonhar
A que não penaliza a diferença
Igual para todos o verbo amar...
Sem tempo para ter medo
Transpirar orvalhos doces de palavras
Quentes e cheias de esperança
Agarrar o mundo e voar nas suas asas
Serei livre como os pássaros
Viverei à luz do sol, dos rios e dos vales
Mesmo em tempos de mudança..
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(Escrito por: Angelina Alves)




sábado, 14 de julho de 2012

"Hoje tudo é mais fácil"



Hoje sinto as palavras vindas da lua aberta
Colhi os sorrisos de todas as cores na minha mão
Sinto os "Deuses" espalhados por toda a terra
Hoje sinto paz e alegria no meu coração
Apaziguram-se os vales, as montanhas e o deserto
E, até a bravura do mar acalmou e nas suas ondas silência
A calmaria dos sonhos povoados de si, tão perto
Bailam nas suas ondas os amores da noite e do dia.
Hoje sinto que tudo está mais fácil
Que a dureza da vida deu tréguas à minha alma nua
E, sem vestes me encontro como uma menina lua
Nesta imensidade de luz ainda mais desperta
Hoje reforçada na minha esperança, na minha espera.
Hoje falo para vós, para ti e para vida maravilhosa
Que me encanta, que me entorpece e que me extasia
Hoje esvrevo os meus versos em prosa
Transbordo das minhas mãos a minha alegria
Hoje a delicia extrema do cantar da vida está em mim
A boa noticia entrou no meu coração e adoçou o meu olhar
 Depois da forte neblina,  inesperadamente o sol voltou a brilhar
Em pleno meio dia tocaram os sinos; alegria sem fim.
O influxo traiçoeiro de Vénus desvaneceu do cântico do pássaro
Que se refugiou nas florestas perdidas do amazonas distante
Boas vindas à alegria, ao sorriso,  ao brilho do sol e ao abraço
Hoje sinto que tudo está mais fácil: Que a nossa/tua vida cante.

(Escrito por: Angelina Alves)





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