domingo, 21 de novembro de 2010

Onde é que começa uma história de vida, começa verdadeiramente? Na vida não abundam começos bem definidos. O momento em que se pode dizer que tudo começou quando o recordamos. Contudo há ocasiões em que o destino cruza a nossa vida, desencadeando uma sequência de acontecimentos cujo resultado nunca podíamos ter previsto e então novamente nos perguntamos: como tudo começou?
O sono teimava em não chegar mais depois de me ter arrastado para a cama, dei voltas e mais voltas nos matafeus dos lençóis de cetim que escorregavam deixando o meu corpo desnudado, quente, ora gelado numa noite escaldante de Verão, acabei por desistir de tentar dormir. Sentei-me de frente ao meu pc e descarreguei nele as palavras escritas em letras que me sofucavam a garganta e enchiam os meus olhos de tédio. Tentei alinhar as ideias à cerca do meu próprio encontro com o destino. O silêncio frio da minha casa lembrava-me o quanto duro tinha sido para mim o meu destino, apenas o tic tac das teclas do meu pc, lembrança de mim mesma eu: estava ali...
Pensava, pensava: como devo eu começar a minha história? gostava de saber por onde começar. Olhava para dentro de mim e via como num filme a minha história a rodar e, então comecei a escrever, escrevi até me cansar...
Alguma coisa mudou a minha história de vida. O rio mudou de lugar. As pedras começaram a falar e houve uma magia que me cobriu com um manto, quente e fresco que me fez voltar à vida com o vigor da chama ardente do meu grande amor...

"VIDAS"
 
O tempo tinha transformado
O que tão grande foi
Em quase nada...
Porém esse destino talhado
Uniu as linhas
 O que doía já não dói
Vivo agora a vida que me foi destinada.
O que pulsou e doeu
O que parecia definitivo
O que era eterno imutável
Matamorfoseia-se
Num vago suspiro
Saudade, alívio
Tudo recomeça
Abriu-se de novo a estrada
O leito do rio
Tem de novo vida
A magia do pôr do sol
Ganha de novo força
E o entardecer alegria.
Adormeço no porto da minha paz
Suave inspiração
Que só o amor me trás
Atraco o meu coração
No cais dos mares suaves
Onde acordo e recomeço
Onde adormeço e me esqueço
De todas as marés
Que me invadiram de tempestades.
Suave o meu olhar
Livres as minhas mãos
Doce o meu cantar
Força do amor
O meu caminhar.

(Angelina Alves)








6 comentários:

Mario disse...

Olá querida amiga Ange...
Não consigo afastar esta espessa neblina que te oculta da minha vista...
Incomoda-me este silêncio que se instalou entre nós, e que não me deixa ouvir notícias tuas...
Hoje descobri-te aqui, e o prazer de te ler alegrou meu coração.
Espero-te bem.
Beijo de saudades!

marcelleba disse...

Querida Angel,
depois de algum tempo sem notícias, eis que reencontro-te no Facebook que me trouxe até este lugar lindo que é o teu novo blog.
Amei saber que não esqueceste os amigos do live spaces e eu estou aqui. Isso mostra que a nossa amizade ficou marcada para sempre.
Teu blog está maravilhoso amiga e o que li aqui mostra o teu talento de escritora e poeta.
Um beijo carinhoso e uma linda semana.
Marcelle

Luísa Vaz Tavares disse...

Sempre o amor a inspirar belos poemas...
Gostei muito, amiga Ange, o teu talento é incomparável.
Beijinhos!

Juddy Francesco disse...

QUERIDA ANGE...
(SAUDADES)

que a paz seja seu
obgetivo, que o amor
seja seu caminho,
que a sabedoria
guie seu passos!!
Uma óptima semana
Beijos e abraços..
JUDDY

Anónimo disse...

Amiga você tem um talento maravilhoso para escrever. Belo texto carregado de emoções. Abraço.

Anónimo disse...

Muito obrigada pelas suas palavras. Vou saboreando as letras para não me esquecer.
Este texto já foi escrito em 2010. Gratidão ♥️