domingo, 30 de maio de 2010

A importancia de uma boa comunicação.

Viver para ser e não viver para ter, esta é uma aprendizagem necessária, para nos ajudar a ver a vida de uma maneira mais simples, pois para ser feliz, não é necessário ter muito dinheiro, apenas o suficiente para fazer face às nossas despesas obrigatórias e não superfulas. Avaliar as pessoas por aquilo que são e não por aquilo que têm, foi uma coisa que aprendi, isto porque aprendi a conhecer-me e a entender o mundo que me rodeia e para que isto aconteça acima de tudo é preciso respeitarmos-nos a nós e ao outro. é de grande importância que as pessoas comuniquem entre si. A comunicação é um intércambio de palavras, gestos, toques e atitudes que facilita as pessoas a um bom relacionamento. Quando não há comunicação perde-se o interesse e tudo começa a desabar. Vem a desconfiança, o desconforto da dúvida que leva muitas vezes à rotura da vida a dois. Quem não foi habituado a comunicar dificilmente é uma pessoa sociável. A boa comunicação deve começar no ceio familiar. Uma criança que vive com uma família onde a comunicação é a palavra-chave  para um bom desenvolvimento educacional, é certamente uma criança confiante e desinibida, pois uma boa comunicação ajuda na compreensão de atitudes e regras a aplicar. é assim que se ajustam deveres e direitos no cumprimento de uma vida futura e sobretudo no casal. A boa comunicação é um dos factores mais importantes no desenvolvimento do ser humano e dá-lhe capacidade de um entendimento mais justo e adequado conforme os valores que lhe são incutidos. As palavras são importantíssimas: Têm é que ser bem aplicadas. As palavras só por si não fazem a comunicação, é preciso escutar e entender, mostrando que estamos interessados no outro através de atitudes coerentes: é transmitir ao outro, interesse pela sua vida e pelas suas emoções. Comunicar deixarmos que o outro sinta a nossa presença mesmo ausente, através de uma musica, um odor, deixar no pensamento aquela palavra que serve de apoio numa hora de saudade e até a própria saudade. 
Tudo isto para dizer: A nossa falta de comunicação e a constante incompreensão no entendimento da nossa linguagem foi um dos factores para o meu desinteresse. Sabias ouvir sim... mas de que servia se não tinhas iniciativa para nada. Pergunto-me se saberias ouvir! ou se essa era uma das tuas atitudes estudadas para não!... É que calar! Não é o mesmo que escutar. 



Caminhei nos vales da minha consciência
Percorrendo as tuas linhas
Às minhas linhas paralelas
Olhei da minha janela a longitude
Do vasto horizonte
O pano de fundo são telas
Em cor uniforme pintadas
A aguarelas...
Senti um vento soprado
Por uma brisa vinda
De um mar transparente
E nas suas ondas olhei as estrelas
E por momentos ainda
Que escassos
Olhei de repente
E...pareceram-me os teus passos...
O teu odor envolvente
Ficou, suave, manso e quis ficar
Senti pulsares frescos e via
Fiquei eloquente
A lua foi-me aconchegando
Olhei a beleza do vale molhado
Pelas lágrimas matizadas
Com a cor da vida
Fui ficando
De todo absorvida
Com o pano de fundo
Cor colorida...
Preenchi o meu silêncio
Foi o revolver
Das madrugadas
Olhar os vales cortados
A lâminas de vento
Levando-te meus recados
Num pensamento quente...
Mas logo sai de tal encanto
A chuva de prata acordou o vale
Que junto ao céu estava ancorado
Os sinos tocaram
O sol despertou
No mar atracaram
 O meu nome e o teu
Os meus sonhos
O vento levou...
.
(Angelina Alves)





sábado, 29 de maio de 2010

Um olhar por cima de um mar distante, onde o toque é apenas imaginário, para nunca me esquecer do seu odor, nem da sua grandiosidade. O mesmo eu pudesse fazer contigo: seria um sinal de esperança... mas!...
As circunstâncias da vida distanciaram-nos a cada dia que passa e já são muitos dias, muitos meses, quase um ano que entre nós não há qualquer contacto. A dor tem vida própria e só  o tempo e a generosidade da existência a podem apagar. Durante algum tempo após a tua última visita a minha casa senti que ainda poderia haver esperança, que poderia estar enganada, que as minhas dúvidas poderiam ser injustas e que afinal tu eras apenas diferente, talvez tímido, talvez distraído, talvez...talvez...  talvez...
Uma das minhas grandes qualidades e sei que tenho algumas, embora poucas, é ser injusta com alguém e, certamente o fui durante a minha vida, mas nunca consciente de tal acto. Ser propositadamente injusto com alguém é como por veneno na nossa própria comida, um dia come-se do próprio veneno e, agoniza-se lentamente na dor que  um dia já corroeu  o outro. A vida encarrega-se de nos dar o que merecemos, quer seja de uma maneira ou de outra. Quer seja de uma forma subtil ou de uma forma mais dura.  Não lamento o tempo que passei contigo, pelo contrário, aprendi muito contigo. Aprendi até a conhecer-me melhor e a valorizar-me ainda mais. Nem mesmo o facto de te ter dito que tu eras o homem por quem  eu esperava. Porque era essa a minha verdade aquando do nosso envolvimento, ainda que tu, sempre tenhas estado ausente como te disse tantas vezes.
Já deixei de pensar que a nossa vida poderia ser vivida a dois faz tempo, deixei de fazer planos  com a tua pessoa, tu desiludiste-me profundamente. Vou escrever aqui  quando achar oportuno, pois tenho esperança que um dia passes por aqui e leias. Mas mesmo assim ainda não deixei de pensar em ti. Hoje recorri ao meu velho lago, aquele que tu acreditas-te não existir até o veres... O sol, foi um convite para ir até lá e sentar-me, com os pés na água embora fria, foi uma sensação muito agradável, refresquei e relembrei alguma coisa que lá tinha ficado de bom, aquando na tua companhia lá tinha estado.

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Há dias que me sinto vazia, esgotada cansada, sem nada para dar, nem receber. Nestes dias enrosco-me numa manta como um bicho, desligo a televisão, o computador, tentando alhear-me da minha própria tristeza, esperando que o dia seguinte me traga a energia que preciso para levar a minha vida para a frente. E claro não há como um dia a seguir ao outro e eu habituei-me a viver um dia de cada vez.
Fixei-me no reflexo da água límpida do lago sem pressa de ir para casa. Somos nós com as nossas atitudes, os nossos passos que vamos construindo o nosso caminho. Há quem corra demasiado depressa e perca a alma no trajecto, há quem mude de ideias e arrisque um atalho e há ainda, "como reza a lenda", quem ponha pedrinhas pelo caminho para não se enganar no regresso a casa. Engraçado que não te consigo ver em nada disto!...
Há também os que não conseguem escolher um caminho, quando na frente dão com uma encruzilhada e preferem voltar para trás. Afinal quem és tu? Ficarei sem saber a que grupo de gente tu pertences!
Alma! não acreditas que a tens...atalho! és muito meticuloso para arriscares...pedrinhas pelo caminho! dá muito trabalho. Encruzilhadas és muito treinado nelas, para te deixares levar.



terça-feira, 25 de maio de 2010

"Silencio"



Sinto o silencio
No meu espaço
Transparente
Onde vivo
Onde escrevo
Onde me sinto gente
Dou um passo
E outro passo
De repente
A nuvem ficou branca
Intransponivel
Fica em mim
Sempre visível
Toco o vento com o olhar
E...se perde
Pelo horizonte intacto.
Sinto o silencio
No meu espaço
Transparente
Aqui permanece
Ainda que hesite
Ou falhe
Ou recomece...
E, longamente se abre
Na minha noite
E, no meu dia
Nada se perde
Nada se desvia...

(Angelina Alves)






Vai dando volta à tua consciência e percebe que eu nada te exijo, que além de seres o teu maior carrasco,  também podes ser o teu maior amigo. Olha o tempo e vê que a vida para nós já não será muito comprida e que há coisas que poderemos viver juntos, tens andado demasiado ocupado com coisas grandes e tens-te esquecido que são as pequenas coisas que fazem as grandes...Nunca uma casa foi começada a erguer-se pelo telhado. Se fosses mais atento, não te deixavas enganar por aquilo que os teus olhos vêm. Olha que nem sempre o que parece é...
Ninguém gosta de se sentir sofucar pensei nisto muitas vezes e é assim que continuo a pensar e, se continuas silenciado é porque queres estar no teu espaço e provavelmente já não queres que eu faça parte dele.Aprendi a ficar quieta, tento controlar a minha vontade de correr para ti como o fiz tantas vezes e foram tantas!...Tu sabes como eu vou atrás de um sonho; o quanto me dedico a algo em que acredito. Certamente te deste conta de que sou muito directa, demasiado óbvia, só aguento o jogo da sedução logo no inicio. Depois canso-me e avanço sem estratégia, doa a quem doer, sei que faço doer, sei que a minha maneira de ser impulsiva nos tem atrapalhado bastante no nosso convívio mas...


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Tudo está ficando como uma recordação... O tempo tem-nos afastado.  As novas tecnologias, as que nos uniram não estão mais a nosso favor, ou então a vida está dizendo que o nosso tempo acabou. Será?...
Este silencio que nos distanciou, está a fazer das nossas vidas, meros espectadores de nós próprios.

No amor temos que dar espaço a quem se ama: saber esperar, saber estar quieto, saber abrir os braços sem pedir nada em troca, como as mães fazem com os seus filhos e os animais fazem com as suas crias. É assim a quietude uma das normas do mundo. Sempre ouvi dizer que não se entra duas vezes na mesma nuvem, hoje eu posso dizer isto, mas no que diz respeito ao amor, este não acaba nunca quando queremos... Podemos sair da nuvem e nem mesmo querendo entrar nela, tentando e...não conseguimos mais entrar. Amar alguém em silêncio, desejar estar com alguém e no entanto por pudor, fica-se quieto, não se arrisca. Vamos-nos apercebendo que o tempo está fugindo de nós e aquilo que pensavamos ser importante, até vai ficando...
As conversas foram sendo trocadas pelo silêncio, foste fazendo ver-me que o meu sonho contigo estava a anunciar o fim como certo. Vai a fazer seis meses que nos vimos, reconheço agora que nos nossos gestos silenciosos já havia um rasto de tristeza que me fazia lembrar a alma dos peixes aquáticos quando moribundos...
A última vez que falamos ao telefone aquando da tua ida da minha casa, senti no tom da tua voz aquela indiferença, como se fosse a despedida final, ou seja senti o desinteresse que já estava instalado no teu coração, fazendo-se notar no teu tom de voz. Agravando tudo quando da tua boca saiu: Não me lembrei de telefonar para ti.
O natal passou e o silêncio permaneceu em nós. Nem sequer a preocupação de um gesto ainda que através da boa educação  de perguntares se a ...!...estava melhor. O engraçado é que: Eu sei que voltarás; não sei se isso é bom ou mau! não sei... Voltarás daqui a meses, daqui a anos, e neste tempo vamos ficar a pensar, como é que somos suficientemente loucos para viver uma impossibilidade e suficientemente sensatos para não sofrer com ela. No entanto eu tenho um pouco mais de sorte, porque vou uns passos largos à tua frente: Já sei onde é a minha casa e já encontrei a minha missão na terra.
 Tu procuras ainda muitos caminhos e por isso ainda não podes escolher nenhum. Já te disse um dia: Gostava que a tua casa fosse o meu coração. Se assim fosse saberias sempre  o caminho de voltar para casa. mesmo que o teu espírito nómado e fugidio te leve sempre as cavernas, onde te refugias do mundo. Mas o meu coração é enorme! Tu bem sabes...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"ALMA"


Muito cedo senti o chamado da minha alma, desabrochou numa primavera radiosa. Havia um cacho de uvas que tinha amadurecido antes da vindima. Alma carinhosa que dera vida a um corpo que tinha então nascido. Ao longo da vida são-nos incutidas forças  por processos subtis , que escapam à nossa percepção; assim como a flor é bela e suave, também o é a nossa alma. É preciso olhar para a flor com o coração, olhar as suas cores imaculadas e viver como a sua beleza em calma, sentir o bater das asas das aves que voam o silêncio da presumível atmosfera em sintonia suaves belas e delicadas e saber distinguir o cheiro de todas as flores e diferenciar todas as suas múltiplas cores. Com a alma, saber traduzir e condensar todos os belos odores da terra onde há sentimentos intraduziveis...
É pensarmos com a alma nas comoções íntimas que nos fazem sentir que em nossos corações há uma força que o faz vibrar... Há uma luz que vem da visão interior de um mundo reflectido em miniatura que nos faz conhecer a grandeza da nossa alma; como ela é sublime e tem candura. E é tão simples a minha alma! É nesta linda terra  que toda a criatura tem uma alma bela e animada, é como uma flor, suave e delicada. Mas, perdem-se os sinais na aurora, a palavra fica sem expressão: A vida não tem o fascínio do amor, ficamos parados, apenas com o fascínio do amor. Ficamos parados apenas com a percepção, como um livro em branco, sem cor que nunca foi produzido, por isso nunca traduzido. Oh! Como eu gostava poder atrair o doce encanto das almas!...
Trilhei a vida por um caminho austero, onde a beleza deixei de sentir: Fiquei parada num tempo abstracto  e fiquei lá por algum tempo!...
Agora colho a flor balsamica e olho  o doirado e o belo dos odores da vida...Olho o velho cacho da videira amarga do auxilio; Ah como aprendi a estar na vida sem esforço. Descobri que a minha alma é o meu doce segredo infantil... Cantarei e sorrirei sempre, fazendo da minha passagem esboço, na  minha percepção ainda que chegue de uma forma subtil...
(Angelina Alves)