sábado, 29 de maio de 2010

Um olhar por cima de um mar distante, onde o toque é apenas imaginário, para nunca me esquecer do seu odor, nem da sua grandiosidade. O mesmo eu pudesse fazer contigo: seria um sinal de esperança... mas!...
As circunstâncias da vida distanciaram-nos a cada dia que passa e já são muitos dias, muitos meses, quase um ano que entre nós não há qualquer contacto. A dor tem vida própria e só  o tempo e a generosidade da existência a podem apagar. Durante algum tempo após a tua última visita a minha casa senti que ainda poderia haver esperança, que poderia estar enganada, que as minhas dúvidas poderiam ser injustas e que afinal tu eras apenas diferente, talvez tímido, talvez distraído, talvez...talvez...  talvez...
Uma das minhas grandes qualidades e sei que tenho algumas, embora poucas, é ser injusta com alguém e, certamente o fui durante a minha vida, mas nunca consciente de tal acto. Ser propositadamente injusto com alguém é como por veneno na nossa própria comida, um dia come-se do próprio veneno e, agoniza-se lentamente na dor que  um dia já corroeu  o outro. A vida encarrega-se de nos dar o que merecemos, quer seja de uma maneira ou de outra. Quer seja de uma forma subtil ou de uma forma mais dura.  Não lamento o tempo que passei contigo, pelo contrário, aprendi muito contigo. Aprendi até a conhecer-me melhor e a valorizar-me ainda mais. Nem mesmo o facto de te ter dito que tu eras o homem por quem  eu esperava. Porque era essa a minha verdade aquando do nosso envolvimento, ainda que tu, sempre tenhas estado ausente como te disse tantas vezes.
Já deixei de pensar que a nossa vida poderia ser vivida a dois faz tempo, deixei de fazer planos  com a tua pessoa, tu desiludiste-me profundamente. Vou escrever aqui  quando achar oportuno, pois tenho esperança que um dia passes por aqui e leias. Mas mesmo assim ainda não deixei de pensar em ti. Hoje recorri ao meu velho lago, aquele que tu acreditas-te não existir até o veres... O sol, foi um convite para ir até lá e sentar-me, com os pés na água embora fria, foi uma sensação muito agradável, refresquei e relembrei alguma coisa que lá tinha ficado de bom, aquando na tua companhia lá tinha estado.

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Há dias que me sinto vazia, esgotada cansada, sem nada para dar, nem receber. Nestes dias enrosco-me numa manta como um bicho, desligo a televisão, o computador, tentando alhear-me da minha própria tristeza, esperando que o dia seguinte me traga a energia que preciso para levar a minha vida para a frente. E claro não há como um dia a seguir ao outro e eu habituei-me a viver um dia de cada vez.
Fixei-me no reflexo da água límpida do lago sem pressa de ir para casa. Somos nós com as nossas atitudes, os nossos passos que vamos construindo o nosso caminho. Há quem corra demasiado depressa e perca a alma no trajecto, há quem mude de ideias e arrisque um atalho e há ainda, "como reza a lenda", quem ponha pedrinhas pelo caminho para não se enganar no regresso a casa. Engraçado que não te consigo ver em nada disto!...
Há também os que não conseguem escolher um caminho, quando na frente dão com uma encruzilhada e preferem voltar para trás. Afinal quem és tu? Ficarei sem saber a que grupo de gente tu pertences!
Alma! não acreditas que a tens...atalho! és muito meticuloso para arriscares...pedrinhas pelo caminho! dá muito trabalho. Encruzilhadas és muito treinado nelas, para te deixares levar.



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