sexta-feira, 12 de julho de 2013




Tanto tempo e de ti apenas sei
A letra do teu nome
Que começa por a de amor...
Olhei o teu divagar profuso
E na voz do hino
Cantado por ti a favor
Descobri-te e sem saber conclui
Que nas minhas résteas de vaidade
Tanto me ficou por saber...
Vi em ti
O que em ninguém mais vi
E, na minha alma
Na unidade de mim
Vi tanta tristeza no teu olhar
Foi isso que me fez ficar
Na esperança que tu
Te conseguisses identificar...
Já terminei o meu livro
Onde muito falo de ti
Onde o sol e a lua se encontram
Como a rosa e o alecrim...
A saga morre comigo
Aquela que narra a nossa história
Aquela que me ligou a ti
E te deixou na minha memória
Só a metáfora nas palavras mudas
Foram atiradas ao vento
Um dia alguém me lê
Alguém ficará atento
Será lido tudo o que eu escrevi.
Em lágrimas me lavo
Por me ter lançado nesta rasteira
Bebo das minhas chagas
Quando tenho sede e quero beber
Como do meu sofrimento
Quando quero pão e não tenho o que  comer
Lembro-me da tua razão
Para não deixar-me morrer.
E continuo condenada
Condenada a viver
Alma triste: Triste alma.

(Angelina Alves)







quarta-feira, 10 de julho de 2013




"Suave Brisa saudade"

Caminhei nos vales da minha consciência
Percorrendo as tuas linhas
Às minhas linhas paralelas
Olhei da minha janela a longitude
Do vasto horizonte
O pano de fundo são telas
Em cor uniforme pintadas
A aguarelas...
Senti um vento soprado
Por uma brisa vinda
De um mar transparente
E nas suas ondas olhei as estrelas
E por momentos ainda
Que escassos
Olhei de repente
E...pareceram-me os teus passos...
O teu odor envolvente
Ficou, suave, manso e quis ficar
Senti pulsares frescos e via
Fiquei eloquente
A lua foi-me aconchegando
Olhei a beleza do vale molhado
Pelas lágrimas matizadas
Com a cor da vida
Fui ficando
De todo absorvida
Com o pano de fundo
Cor colorida...
Preenchi o meu silêncio
Foi o revolver
Das madrugadas
Olhar os vales cortados
A lâminas de vento
Levando-te meus recados
Num pensamento quente...
Mas logo sai de tal encanto
A chuva de prata acordou o vale
Que junto ao céu estava ancorado
Os sinos tocaram
O sol despertou
No mar atracaram
 O meu nome e o teu
Os meus sonhos
O vento levou...
.

( Escrito por: Angelina Alves)





sexta-feira, 14 de junho de 2013


O sol fechara a tarde

Sobre a minha ventura

Partiu sem marcar hora

Perdeu o dia todo o encanto

Quando a ternura do teu olhar

Apagou o som a palavra definitiva

... Eu quis gritar

Quis erguer as caídas esperanças

Passei as minhas mãos

Pela tua face beijei-te em lembranças

Apenas me consegui recolher

Em meus pensamentos

Sentindo um vago rumor

O rumor dos guizos á beira mar

Silênciei os meus momentos

As palavras bateram descontroladas

O sol ainda me iluminava

Enquanto com os meus olhos o recolhia...

Caiu um fumo sobre um buraco de luz

Mais volúvel que um bando de pássaros

Senti-me morrer em todos os gestos

Senti-me fraquejar nos meus passos

Na tela ao fundo a tua história

A tua face é um jardim de estátua

Fiz o caminho ao avesso

Mas com toda a solenidade

Farei o caminho de regresso

Enquanto o espelho se vira

Recomponho a dura realidade

E, tudo começa pelo começo.

Assim passa a noite e o dia

Apenas toca um sino a perturbar

As linhas de um rosto que recompus

Abri a janela deixei entrar

O som da atmosfera vinda de fora

Arrumei a paisagem quotidiana

Marquei-me na minha profunda solidão

E, ao olhar ao fundo as colinas

Olho-te: Sinto-te. és o meu sorriso e inspiração

E, sem medo ergui-me

Deixei entrar ar pelas minhas narinas

Levantei-me do chão...

Amanhã!

Amanhã será um novo dia

Tu! viverás para sempre no meu coração.


"Dedicado à minha amada filha"

 
(Escrito por: Angelina Alves)


sexta-feira, 17 de maio de 2013



Tinha ideias em vender um pequeno espaço com cerca de um hectare. Uma casinha localizada numa aldeia perto de chaves a cidade pacata onde vivo. Já tinha colocado a placa: Vendo, mas de repente, o som das águas que correm no rio Tâmega fizeram-me parar e, fiquei fixa no som e na beleza que abrangia toda a minha vista. Por todas as janelas eu olho os montes, as montanhas e o rio que corta estes vales num som enriquecido de um verde, de um frio, de um som únicos jamais lembrados na minha memória. A casa é rodeada de plantas, flores e árvores que enriquecem de maravilhas este local. Ao longe, ainda avisto as montanhas de Espanha que se juntam às de Portugal alinham em contrastes de maravilha. Simplesmente belo. Pensei e pensei. Retirei a placa de venda. Não podia desfazer-me de tanta beleza.


Vai a caminho de um ano que alguém me deu de herança este pequeno espaço. A casinha é uma casinha rural pequena, mas muito acolhedora. Arranjei-a ao meu jeito e passei a vir para cá aos fins-de-semana. Aqui tenho encontrado muita tranquilidade, paz de espirito e alguma alegria. A queda de água do rio Tâmega faz entoar uma melodia que se assemelha ao cantar dos pássaros e traz ao meu coração triste o sonho lindo da primavera e traz-me à razão. A razão da vida. A primavera florida, vestida de todas as cores; Este sítio traz-me à memória todos os contrastes, todas as cores já tão gastas no tempo. Chamo-lhe! O meu jardim secreto, onde me refugio, me recupero me rejuvenesço me extasio, liberto as minhas tristezas, apaziguo a minha dor, renovo o meu sorriso, “falo com Deus quase o sinto” Tudo relembro. Tudo revivo. Aqui tudo é profundo. Tudo é belo. Esta foi a grande dádiva, a generosidade de uma grande alma.


Quero desfraldar um canto de amor

Partilho contigo e com as estrelas

O meu jardim secreto

Arranco do meu peito a dor

E, escrevo o teu nome nas telas

Do painel da vida. Nas tuas mãos as minhas mãos aperto.

No meu jardim os teus sorrisos vivem

Na casa e no seu aconchego e até nas janelas

De onde alcanço tamanha beleza

Transmito para ti tudo o que os meus olhos dizem

Escrevo o teu nome nas estrelas

Extasio-me leve leveza.

Em movimento a vida ilumina

A sombra ficou transparente

Há a noite e há o dia

Para ti o meu sorriso. Sempre

.
(Dedicado à minha amada filha)


 
Escrito por: Angelina Alves

sábado, 4 de maio de 2013



O olhar dourado da tua infância

A perfeita sintonia das quatro estações do ano

Eram para mim a certeza que tu eras a mais bela

A mais bela filha que uma mãe poderia ter

Eras doce, inteligente, lutadora e dinâmica

Contagiavas com um sorriso lindo: Eu amo

Amo tudo o que tu foste nesta abençoada terra

E, amo-te sempre, embora não mais te possa ver.

Escrevo para ti minha prosa de grãos de terra na mão

Tu foste a minha vida a minha razão mais sublime

Foste a mais bela e a mais profunda companhia

Que fez sorrir e encantar o meu coração

Foste a perfeita igualdade: Tão pouco há que me anime

Na tristeza que sem ti ficou a minha vida.

Resta o meu jardim onde vejo em cada flor

A tua vida no desabrochar da tua infância

Em cada pétala de rosa o teu cheiro fresco da vida

Em cada grão de terra a tua luta, coragem, amor

Os vales trazem-me as tuas melodias de criança.

Na relva vejo ainda as tuas pegadas

Acredito que um dia a alegria voltará

Voltaram a sorrir os meus olhos das aladas

Névoas que o próprio tempo apaziguará.

Escrito por: Angelina Alves

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Extractos"




Quero unir todos os pedaços

Das nossas vidas

De cada palavra tua dita em verso

Guiar-me seguindo os passos

Que contigo foram dados com alegria

E, vou virar tudo do avesso...

Quero sentir o ar vindo do oceano

Banhar-me nas brumas quentes das areias do mar

Quero ser uma pomba branca que voa solta

Voar pelos céus percorrer o seu encanto

Oh! meu amor...Até poder-te encontrar

Beber o teu sorriso e trazeres-me de volta...

Acordar só quando estivéssemos juntos de novo

Como quando a vida nos uniu

Naquela primavera tão cheia de encanto

Subimos a todos os cumes, brindamos com o povo

Aquele que as portas abriu

Aquele que enterrou o nosso pranto

Quando de nós no cais se despediu...

Quero unir pedaços de palavras

Aquelas que uniram a argila e o orvalho, alegria amor

Aquelas que uniram a nossa vida

Que partida e repartida de vivencias inacabadas

De sonhos interrompidos, partidas e tanta dor

Lembrar-te! Ah o teu sorriso me extasia.

Deixo-me embalar nesta melodia de sonho

E, sem me desligar do mundo real que me atropela

E do cansaço da vida que tanto me dói

Eu uno todas as palavras e depois as solto ao vento

À terra, ao mar, e ao sol que por mim vela

Viverá para sempre o nosso amor nada o destrói

A nossa história viverá em todo o tempo...



Escrito por: Angelina Alves






terça-feira, 9 de abril de 2013


~

Há uma luz que se esvazia nos olhos tristes, como um vulto num espaço opaco, todavia fica a memória que em vão procura abrir-se a imagens de lembranças: rostos, sítios, mares, terras e até corpos delicados num curvar de ombros ou perfis. Sempre se recorda, ou se sonha do que mesmo sendo já antigo no tempo, foi e é ardente em nosso tempo. Vemo-nos em outros rostos, em outros gestos e embora o passado não nos alimente; alimenta o vivo quadro, acendido em sonhos e lembranças. Mas o passado sempre se renova em cores e em formas ainda que sejam repetidas. E quando esse halo opaco se esvazia, a pouco e pouco nos rodeia a vida, nem sequer o lembrar nos resta, porque os sonhos não se entregam: Crepuscular a luz obscurece tudo.

Que interessa ter as mãos cheias de ouro

Quando o fogo da vida apagou

Os rebentos mais lindos, o mais valioso tesouro

O folgo da vida: A vida levou.

E quantas lembranças e quantas imagens

Se perderam na longa viagem do tempo?

Oceanos, mares, vales, gente; miragens

crepuscular a luz que apazigua o vento

Trava tempestades e põe os olhos tristes

A joia mais bela da vida, a própria vida

Ardente é o corpo: vida existes

Rostos, corpos delicados da alegria

Que seja florida a compreensão

Renovadas as cores e as formas repetidas

Vida, Onde há vida há sonho, há coração

O crepuscular da luz em nossas vidas…

Escrito por: Angelina Alves