Apenas o caminho do amor nos permite reconstruir e modificar tudo aquilo que se alterou em nossas vida.
sábado, 7 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Por entre a minha janela
Olho as montanhas que avisto lá ao fundo
As nuvens esvanecidas deixam antever
Um sol que se vai mostrando mansamente:
Olho a montanha ainda vestida de branco, bela
O branco, a luz do sol trazem-te ao meu mundo
... Por breves momentos deixas-te ver
O teu sorriso espalha-se pela atmosfera alegremente.
E, mais uma vez a abóboda da tarde acaba
O sol finda sobre a minha janela
Vejo-o partir sempre à mesma hora
E, também o vejo chegar:
O silêncio da terra me embala e cala
A lua já me sessega
O mar que em minha mente sempre mora
Deixa-me leve, a sonhar.
Abro as portas da minha alma
Deixo toda a tristeza sair
Ergo todas as minhas esperanças
Ao sol que há pouco me iluminava:
Deixo-me ir
Pensamentos de ti, lembranças
A força do teu sorriso que eu, tanto amava.
A bruma de ontem voou
O sol cortado a diamante
Lavrou a terra, aprofundou o dia
O mar mostrou-se confiante
A flor na terra floria
A melodia nasceu, para ti a minha alma cantou.
sábado, 24 de agosto de 2013
Quero cantar para ti a delícia extrema da alegria
E que seja este meu cantar repartido
Por todos os cantos do mundo onde há vida
Pudesse eu repartir só sorrisos, alegrias,
hino
Um novo hino de paz onde todos pudéssemos
ser felizes
Um cantar de esperança onde a tristeza não
tivesse lugar
Oh! Quem me dera poder só cantar a delicia
extrema da alegria
Não haver corações tristes na dor da perca
dos seus filhos
Hoje por ti eu canto aos olhos do teu sol:
Vida
Tu, que me instigas a viajar pelos campos
verdejantes onde as raízes
Da natureza viva se removem sem nunca
parar...
Há um bando de pássaros que espalham
sorrisos de cantar
E, o Sol transmite um resplendor que me
envolve em lençóis de areias e ventos:
A delicia extrema da alegria. é preciso
reabrir as janelas da vida e deixar o Sol entrar
Devagarinho sugo o meu dia: Beijo o teu
sorriso toco os teus dedos.
Deixo-me ficar sossegada, olhando a
natureza que se transforma e vive
Olho o rio que passa lá ao fundo deixando
soar
Um eco pálido como uma garganta seca sem
água, assim mesmo tem a sua beleza.
Agradeço a Deus" todas as alegrias
que contigo tive
Agradeço a Deus" A alegria que para
ti quero cantar
Canto para ti, com muita saudade e ainda
que, com tristeza
Canto por ti e para ti a delicia extrema
que é a vida.
(Dedicado a ti minha muito amada filha)
Escrito por: Angelina Alves
domingo, 18 de agosto de 2013
Escrito quando a minha querida filha adoeceu e, eu tinha muitas esperanças da sua cura. Quis Deus levá-la para junto Dele" A 24 de Janeiro de 2013.
(Reeditado)
De
quando em quando retrocedo no tempo, gosto de evocar a tão grata recordação dos
tempos em que vivi na minha adolescência com a minha querida avó, e o quanto
foi dolorosa a minha separação aquando da sua morte. Quando ela falava comigo,
quase segredando-me ao ouvido e muito aconchegada ao seu peito. Um dia
quando partir para um lugar longínquo, é meu desejo proteger-te sempre: Sempre
estarei por perto de ti, basta chamares por mim e eu estarei por perto. Oh! quantas
vezes chamei por ti minha querida avó e nunca os meus olhos te viram ou
ouviram. Hoje consigo entender as tuas palavras porque elevo para ti o meu
pensamento de uma forma mais atenta, mais suave, mais tranquila e, de uma certa
maneira até consigo sentir a tua presença...o cheiro a rosas em certas alturas
e o cheiro do pão quente: Eu sei que estás por perto. Hoje já não tenho
angustia no meu coração, aceitei a vida tal como ela é, sem exigir o que não
posso exigir, passei a estar atenta: muito atenta aos sinais que: ainda tenho
muita dificuldade em os entender mas, tenho-me esforçado o suficiente para
entender o quanto é maravilhosa esta vida e agradecer tantas vezes a Deus pelo
privilégio que me deu em nascer aqui, para me conhecer e crescer como um ser
humano de bem. Muita coisa tenho aprendido mas, nunca é o suficiente, para
parar, pois a aprendizagem terá de ser constante e sempre com o mesmo afinco. A
doença da minha filha querida encheu-me de tristeza, o desapego do meu querido
filho juntamente com o seu silêncio tem sido muito complicado. Mas também ao
meu querido filho estou a dar-lhe tempo. Ele sabe bem o quanto o amo e ele,
está no meu coração bem juntinho com a sua irmã, apesar de muitas vezes ela
dizer que eu gosto mais da irmã que ele. Claro que não, amo ambos, mas, a
doença da minha filhota faz-me estar mais de perto dela, mas no meu coração de
mãe, estão ambos sempre com o meu pensamento cheio de amor por ambos.
Recordo-me sempre com a ternura com que tu me tratas-te sempre, o amor com que
sempre me consolas-te, tal como uma mãe consola os seus filhos.
Tenho
tido dias de lágrimas: Tenho tido dias de muitas bênçãos também. Enquanto o sol
iluminar a Terra, a minha alma vai amadurecendo. Oh! minha querida avó, como
gosto de escrever sobre ti e para ti...
Oh! como é doce lembrar os tempos
Da minha infância da vida em flor
Tempos de inocência arminhos
Tu me acompanhavas nos caminhos
E enchias a minha infância de tanto amor.
Por isso embora tão pequenina
Lembro de teus afectos falavas de Jesus
Agarravas na minha mão e prometias
Proteger-me nos passos que a vida conduz.
Foi na primavera da minha vida
Quando a rosa foi desfolhada olhei o céu
E senti-me protegida calor imenso
Um calor que só podia ser o teu.
Mas, ficou ainda meu coração exilado
Ficaram também meus olhos a lamejar
Ficou minha alma, presa num tempo parado
Até de novo me voltar a encontrar.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Há largos anos atrás, estava sentada nesta mesma mesa a escrever, só que nessa altura não estava só. Tinha-vos a meu lado, eu pensava que iríamos estar sempre por perto até ao fim dos meus dias.
Foram muitos anos de tranquilidade, amor construído com muita paciência e muita dedicação. Fui uma mulher feliz, fui uma mãe dedicada. Cada dia era um monumento à paz e à harmonia. e posso dizer sem qualquer pudor que era um amor feito só de amor e cheio dele. Eu pensava que haveriam poucas relações assim...
Inevitavelmente separámos-nos: As convenções sociais, as barreiras erguidas pela religião católica, o medo e a culpa sempre presentes na existência dos homens tiveram efeitos devastadores e perversos na construção da génese amorosa; o sexo foi, de uma forma ou de outra, sempre visto como algo proibido, e ainda que atenuado como expressão de um amor, era sempre o amor carnal, a prática de um pecado cujo castigo seria cumprido com a expiação na terra, ou com o bilhete de ida sem volta ao inferno depois da morte. E apesar disso.ou. quem sabe, exactamente por isso, os homens e sobretudo as mulheres nunca desistiram do amor.
Nunca quis desistir do amor. Por isso me deixei levar neste amor por ti. Mas, será que foi mesmo amor? Não terá sido esta loucura por ti apenas um reflexo do meu pânico perante a realidade que tanto me atormentava?
Quando te vi pela primeira vez, vivia então dias tristes.Tinha morrido o meu tio o então Tutor. Dois filhos lindos e um homem a quem tanto amava
.
Há discussões que, por mais violentas que sejam, sabemos que depois se dissipam como poeira e não deixam marcas.E há outras que mudam para sempre a nossa vida. Troca de palavras que são como diagnóstico de graves doenças; e, o que fica por dizer é pior que tudo o que se disse, mas há um medo tão grande em enfrentar a verdade que se deixa subentendido aquilo que é demasiado duro para ser dito.Apercebi-me logo que a minha relação contigo tinha acabado, que entre nós já não haveria entendimento possivel, que a minha mais bela e certa e segura e tranquila história de amor, a única que tinha vivido como possivel, que não era fruto da minha imaginação delirante ou da minha persistência de camelo no deserto, estava irremediavelmente perdida.
Foram tantos anos contigo que te dei da minha vida, sonhos, viagens, muitos beijos e muitas conversas, uma vida partilhada que eu julguei ser só minha. Eu, acreditei que irias fazer sempre parte da minha vida, até ao fim. Foste o sossego do meu desassossego e, depois trais-te-o da pior forma.. Começas-te com uma mentira e acabaste com um cento delas.
Naquela tarde terrível de Setembro, sob um calor abrasador, fiquei fechada dentro do carro à porta do teu escritório, sem fazer qualquer movimento, como se o mundo à minha volta, tal como o conhecera contigo, tivesse sido destruído por um intenso terramoto e não tivesse ficado pedra sobre pedra. Durante muitos anos acreditei que eras o único homem para mim que essa ideia se apoderou da minha cabeça, do meu corpo e do meu coração. A repetição dos mesmos gestos acaba por nos impregnar deles. Tudo em mim se habituou a ti; o meu corpo, o meu coração, os meus olhos, o meu sono e a minha vida. Quando me separei de ti, da nossa casa, vi a minha realidade de uma forma irreversível, era como se me arrancassem os membros, sentia-me paralisada, perdida, sem saber para onde ir, assustada e ferida, sem saber acreditar no que me estava a acontecer, mas sobrevivi!...
Foste o lobo e o cordeiro, magoas-te os teus e os meus e matas-te o meu amor por ti que durou até à morte da minha querida filha.. Hoje, acho que tudo tem um propósito na vida. Desde que me separei de ti, nunca estive disponível para voltar a amar, porque no meu coração estava presente o fogo do único homem que o tinha aberto e nele tinha entrado e ficado apesar dos pesares.. Não te condeno, nem te odeio, nem te quero mal. Apenas abri o meu coração e mandei-te embora. Hoje estou liberta do passado que tive contigo. Estou liberta de ti.
Lamento ter magoado a quem não devia. Todos nós queremos a verdade. Mas dificilmente haverá alguém para saber lidar com ela. Será pouco entendivel para os demais o que aqui deixo escrito. Mas haverá alguém que ao passar por aqui saberá ao que me refiro..
Nos somos o nosso passado, e ignorá-lo ou esquece-lo é uma forma de cobardia.
Escrito por: Angelina Alves
.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
"Em memória de ti querida filha! Hoje farias 42 anos: Muitos sorrisos, muitos aplausos e muitas saudades"
"O Professor de Darwin" de Helder Costa – Grupo A Barraca; 2009. — com A Barraca Teatro, Charlotte Wordsworth e Sergio Mario Rodrigues Moras emTeatroCinearte - A Barraca.
( 9 de Agosto de 2013 )
A vida tirou-te o teu ultimo sopro e levou-te para longe de mim a 24 de Janeiro de 2013. Desde então, perdi um pedaço de mim. Quando se ama um filho e ele parte entes dos pais, fica um vazio, um vácuo que cresce todos os dias e, quando a saudade mais nos invade, esse vácuo quase nos engole dilacerando o peito de tanta saudade. São os teus abraços sempre bem apertados ao meu peito, os teus sorrisos, as tuas gargalhadas que me levantam e minimizam a minha tristeza e me aconchegam na falta de ti. Separamos-nos fisicamente, mas, sempre juntas espiritualmente. Nunca morre quem amamos. Minha filha muito amada. Canto para ti e elevo-te os meus aplausos. Enquanto eu respirar, olharei para o céu buscando o teu sorriso, a tua alegria, a tua coragem, a tua luta e o teu grande amor pela vida. Sempre me dizias: Mãezinha! Apenas quero ser feliz. Pouco a pouco vou-me habituando, porque eu sei que não se pode voltar atrás e fazer as coisas voltarem a ser como eram. Hoje! hoje a saudade aperta. Como colocar esta saudade em palavras?...
Sento-me nas margens do rio pedra. Canto para ti e choro por ti.
Amo-te muito filha amada. Estarás sempre no meu coração.
Dedico a todas as mães que amaram os seus filhos e por algum motivo já os perderam.
Escrito por: Angelina Alves
domingo, 4 de agosto de 2013
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