domingo, 25 de julho de 2010



De quando em quando retrocedo no tempo, gosto de evocar a tão grata recordação dos tempos em que vivi na minha adolescência com a minha querida avó, e o quanto foi dolorosa a minha separação aquando da sua morte.Quando ela falava comigo, quase segredando-me ao ouvido e muito aconchegada ao seu peito.  Um dia quando partir para um deserto longínquo, é meu desejo proteger-te sempre: Sempre estarei por perto de ti, basta chamares por mim e eu estarei por perto. Oh! quantas vezes chamei por ti minha querida avó e nunca os meus olhos te viram ou ouviram. Hoje consigo entender as tuas palavras porque elevo para ti o meu pensamento de uma forma mais atenta, mais suave, mais tranquila e, de uma certa maneira até consigo sentir a tua presença...o cheiro a rosas em certas alturas e o cheiro do pão quente: Eu sei que está por perto. Hoje já não tenho angustia no meu coração, aceitei a vida tal como ela é, sem exigir o que não posso exigir, passei a estar atenta: muito atenta aos sinais que: ainda tenho muita dificuldade em os entender mas, tenho-me esforçado o suficiente para entender o quanto é maravilhosa esta vida e agradecer tantas vezes a Deus pelo privilégio que me deu em nascer aqui, para me conhecer e crescer como um ser humano de bem. Muita coisa tenho aprendido mas, nunca é o suficiente, para parar, pois a aprendizagem terá de ser constante e sempre com o mesmo afinco. A doença da minha filha querida encheu-me de tristeza, o desapego do meu querido filho juntamente com o seu silêncio tem sido muito complicado. Mas também ao meu querido filho estou a dar-lhe tempo. Ele sabe bem o quanto o amo e ele, está no meu coração bem juntinho com a sua irmã, apesar de muitas vezes ela dizer que eu gosto mais da irmã que ele. Claro que não, amo ambos, mas, a doença da minha filhota faz-me estar mais de perto dela, mas no meu coração de mãe, estão ambos sempre com o meu pensamento cheio de amor por ambos. Recordo-me sempre com a ternura com que tu me tratas-te sempre, o amor com que sempre me consolas-te, tal como uma mãe consola os seus filhos. Sinto a tua força carregando as minhas energias quando estou mais fraca.
Tenho tido dias de lágrimas: Tenho tido dias de muitas bênçãos também. Enquanto o sol iluminar a Terra, a minha alma vai amadurecendo. Oh1 minha querida avó, como gosto de escrever sobre ti e para ti...



Oh! como é doce lembrar os tempos
Da minha infância da vida em flor
Tempos de inocência arminhos
Tu me acompanhavas nos caminhos
E enchias a minha infância de tanto amor.

Por isso embora tão pequenina
Lembro de teus afectos falavas de Jesus
Agarravas na minha mão e prometias
Proteger-me nos passos que a vida conduz.

Foi na primavera da minha vida
Quando a rosa foi desfolhada olhei o céu
E senti-me protegida calor imenso
Um calor que só podia ser o teu.

Mas, ficou ainda meu coração exilado
Ficaram também meus olhos a lamejar
Ficou minha alma presa num tempo parado
Até de novo me voltar a encontrar.

(Angelina Alves)



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