terça-feira, 11 de maio de 2010



Sou uma combativa exigente, muito activa e muito determinada, isto incomodou muita gente que se cruzou comigo ao longo desta minha viagem. Não sou mulher de cruzar os braços a nada e nunca desisti de lutar pelos meus ideais, sobretudo quando em 1992 fui obrigada a lutar pela minha sobrevivência aquando daquela que eu pensava ser a grande derrocada da minha vida. A vida já me pregou grandes rasteiras. A primeira foi quando fui arrancada do colo da minha querida avó e me levaram para um colégio interno tinha eu então, seis anos de idade. Aqui foram-me incutidas regras e bons princípios, mas a rigides do colégio fizeram de mim uma mulher que cresceu à força e preparada para ser o que na altura era considerado para a mulher:Uma boa dona de casa, boa esposa e mãe de filhos. Poucas mulheres trabalhavam fora de casa. Eu que até era suposto continuar a estudar uma vez que o colégio onde eu estava, até era um dos colégios mais conceituados na altura. Mas outra fatalidade aconteceu. O meu tutor, um tio irmão do meu pai que vivia em Lisboa, não tinha filhos e tinha um bom cargo de chefia na então C.U.F, ficou responsável por mim, pagango o meu colégio que na altura isto em 1957, custava 3€ por mes, (seiscentos escudos). Quando o meu tio morreu, eu estaria com catorze anos. Outra reviravolta na minha vida. Não havia ninguém na minha familia disposto a continuar a pagar o meu colégio,. Estavamos no ano de 1966 e nesta altura cada aluna pagava dez eurus, (dois mil escudos), o que na altura era muito dinheiro. Não podia continuar lá, pois não estava a dar lucro, como tal teriam que despejar-me para dar o lugar a outra, este colégio era muito concorrido e havia familias que estavam anos à espera para porem lá as suas filhas. Era um colégio só para meninas. A casa da viúva do meu tio foi o meu posto cerca de dois anos. Rápidamente abri os olhos e dei o salto.

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