sábado, 15 de maio de 2010

Uma forte nuvem caiu sobre o meu olhar, fazendo cair em cima dos meus ombros o peso da traição, da mentira, aniquilando toda a beleza do horizonte que em mim ainda florescia. Passei dois anos da minha vida a tentar destruir o que ficara de pé, na tentativa de esquecer o grande amor da minha vida que me tinha traído na confiança que então nele depositara. Cai...Mas não afundei. Depois de dois anos de uma vida completamente virada ao contrário, regresso às minhas origens e fico isolada do mundo durante mais dois anos. Foi nessa altura que desesperada sem ter no que acreditar, isto depois de ter entrado em umas quantas religiões, ceitas, crenças e mais sei lá o quê, num daqueles dias em que o peso que se tem aos ombros é tão grande que, até parece que "o mundo vai desabar em cima de nós", que eu comecei a arrumar uma mala onde tinha fotografias e lá encontrei um pequeno livro que uma amiga me tinha dado fazia tempo. O livro era "A viagem das almas".

Estávamos no começo do Inverno e por aqui neste Norte Transmontano começa a fazer frio logo no princípio do Outono. Li este livro e fiquei encantada com o seu conteúdo. Foi o despertar para o que sempre esteve em mim mas, eu nunca tinha encontrado esse caminho por falta de conhecimentos nunca entendi o porquê de certas coisas que sempre estiveram por perto mas, sem entender os sinais, passei ao lado do que me poderia ter ajudado muito mais cedo a compreender o porquê de tantas provas. Eu cresci acreditando que era católica de religião, pois todos os ensinamentos que tive foi nesse sentido. No entanto, quando li o livro "A Viagem das Almas", levou-me a ter uma vontade de ler mais e mais sobre o conhecimento sobre "esoterismo", confesso que fiquei fascinada e a pouco e pouco fui encontrando um novo caminho para a minha vida, encontrando assim uma "filosofia de vida", é assim que eu chamo ao meu novo rumo. Dediquei-me à meditação, à leitura e comecei então com a minha escrita. A pouco e pouco fui repondo a minha vida no lugar, deixando para trás os meus castelos desmoronados.


Confesso que desde muito nova me achei diferente, a minha rebeldia e ao mesmo tempo a minha doçura e a tenacidade de uma "guerreira", esta sensação comecei a senti-la desde muito cedo, talvez logo na primária, quando a rebeldia logo se fez notar no colégio interno para onde me mandaram aos seis anos de idade. Lembro-me de ouvir as pessoas que foram cruzando no meu caminho dizerem: tens algo de diferente, há qualquer coisa... Eu sempre me revi nestas palavras
A minha paixão cegara-me e durante mais de vinte anos vivi acomodada no luxo de uma vida aparentemente sã e desprovida de necessidades financeiras.
Foi quando precisei de dinheiro para comer, "estava eu com quarenta e dois anos de idade e o chão se abriu aos meus pés", ao olhar o alto da montanha onde poderia ir buscar o pão para comer e vi o quanto poderia ser difícil lá chegar para comer o meu pedaço de pão tão necessário ao meu organismo já tão debilitado. A minha "alma de guerreira" expandiu em mim e subi à montanha que estava tão alta mas, tão docemente atingível.

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